Fundamentalismo evangélico ameaça a
democracia
Reverendo Carlos Eduardo Calvani - Igreja
Anglicana do Brasil
Campo Grande/MS
Texto
extraído de http//noticias.gospelprime.com.br
Campo
Grande/MS não merecia, na comemoração dos seus 114 anos de emancipação, o
desprazer de assistir a tal MARCHA PARA JESUS organizada por
pastores-políticos e políticos-pastores, reunindo cerca de 40 mil fanáticos
para ouvir o “mais do mesmo” –
as bobagens retrógradas de Silas Malafaia, Robson Rodovalho e outros.
O movimento evangélico hoje é um dos
maiores perigos para a sociedade brasileira e o Estado Laico por seu potencial
fundamentalista.
Malafaia, Feliciano, Rodovalho, Macedo, R.
R. Soares e outros nomes menores que estão despontando (e outros que ainda
despontarão) são a pior espécie de fanatismo religioso possível. A única
diferença entre esse grupo e o fundamentalismo islâmico está nos referenciais
religiosos nos quais se apoiam.
É certo que a grande maioria dos muçulmanos
não é fundamentalista; mas os poucos que alcançam o poder cometem barbaridades
em nome de sua fé. O fundamentalismo evangélico caminha pelo mesmo rumo. Alguém
em sã consciência e com um mínimo de instrução ou sensibilidade consegue
acreditar neles e em seus discursos?
Somente os analfabetos funcionais, que
pouco leem (aliás, sequer a Bíblia leem, ou leem com olhares medievais) os apoiam.
Não nos iludamos. Os evangélicos têm um projeto de tomada de poder na sociedade
brasileira. Os evangélicos têm um projeto político muito perigoso para o
Brasil.
Utilizam as Escrituras Sagradas do modo
como lhes convém, para interferir na Comissão de Direitos Humanos, para propor
ou alterar leis e infringir descaradamente as cláusulas pétreas da Constituição
Federal.
Eles se infiltram nos partidos e conseguem
ser eleitos para cargos no executivo e no legislativo.
Mas eles não têm fidelidade partidária nem
princípios sociais claros.
São mesquinhos e egoístas. Seus princípios
são os da promiscuidade “igreja-estado”.
A bancada evangélica é, comprovadamente, a
mais inútil do Congresso Nacional.
No fundo, seu projeto é acabar com as
manifestações religiosas com as quais não compartilham, sejam elas
católico-romanas, espíritas, do candomblé, umbanda ou de qualquer outra religião
que não a deles.
Desejam interferir na orientação sexual
privada das pessoas EM NOME DE DEUS.
Fazem acusações levianas de que o movimento
LGBT deseja acabar com as famílias.
Querem dominar o Ensino Religioso nas
Escolas Públicas e, se conseguirem tomar o poder não hesitarão em se infiltrar
nas forças armadas utilizando o potencial bélico brasileiro para seus
objetivos.
Sim, matarão se for preciso, invocando
textos bíblicos, o “Deus guerreiro”
do Antigo Testamento e seus exércitos sanguinários. Sim, destruirão o “Cristo Redentor” e qualquer
monumento de outra religião. Sim, se tiverem plenos poderes proibirão o
carnaval, festas juninas, romarias marianas, terreiros de candomblé e exigirão
conversão forçada a seu modelo de vida e à sua religião.
O fundamentalismo que os inflama não terá
qualquer restrição em proibir shows populares, biquínis nas praias e utilizarão
armas químicas para fazer valer seus ideais.
Viveremos um TALIBÃ EVANGÉLICO, com
homens com o mesmo olhar raivoso de Malafaia, e gays internados em campos de
concentração para que sejam curados. Alguns dirão que estou exagerando.
Porém, Malafaia já disse ao microfone: “Nós
declaramos que vamos tomar posse dos meios de comunicação, das redes de
internet, do processo político, nós vamos fazer a diferença, vamos influenciar
o Brasil com o evangelho de Jesus”.
Se permitirmos que seu projeto vá em frente, PREPAREM AS BURCAS. Nosso futuro será sombrio!
Se permitirmos que seu projeto vá em frente, PREPAREM AS BURCAS. Nosso futuro será sombrio!
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