segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

HUMANITAS Nº 90 – DEZEMBRO 2019 – PÁGINA 7

AMAZONAS: MAIOR BACIA HIDROGRÁFICA
DO MUNDO
Rafael Rocha é jornalista e editor deste Humanitas. Atua na cidade do Recife/PE

Nos dias que correm, quando o tema ecologia está em pauta e quando as agressões ao meio ambiente evidenciam cada vez mais o homem como animal destruidor, temos de lembrar aqui neste espaço o Rio Amazonas.
Maior rio da Terra, tanto em volume d'água quanto em extensão (6.992,06 km), o Rio Amazonas tem sua origem na nascente do rio Apurímac (alto da parte ocidental da Cordilheira dos Andes no lago Láurico, também conhecido como Lauricocha), no sul do Peru, e deságua no Oceano Atlântico junto ao rio Tocantins no grande Delta do Amazonas, no norte brasileiro.
Nos Andes peruanos ele tem o nome de “Ucayali”. Quando entra em território brasileiro, passa a se denominar Solimões, e somente após o encontro com o rio Negro, é que o chamamos de Rio Amazonas.
O nome Amazonas se originou através de frei Gaspar de Carvajal, primeiro cronista europeu a viajar pelo rio durante a expedição de Francisco de Orellana.
De acordo com o frade, o rio foi batizado assim por causa da mitologia grega.
Ele disse em seus escritos que sua embarcação tinha sido atacada por mulheres que pretendiam escravizar os homens para procriar antes de matá-los. Na mitologia grega essas mulheres eram conhecidas como Amazonas.
O rio está presente em três países: Peru, Colômbia e Brasil, mas a sua bacia hidrográfica pertence, também, à Bolívia, Equador, Venezuela e Guiana. A presença em tantas nações faz com que o rio tenha vários nomes.
Em um único dia, o Amazonas despeja no Oceano Atlântico mais água do que toda a vazão do Rio Tâmisa, em Londres, durante um ano inteiro. Além disso, o volume de terra que o rio joga no mar é tão grande que o litoral da Guiana Francesa e do Amapá vem crescendo, a mudança é visível em imagens de satélites.
Até recentemente, acreditava-se que o Nilo era o mais extenso rio do mundo. Pesquisa feita por um grupo de cientistas no ano 2000 demonstrou, no entanto, ser o Amazonas maior do que o rio africano. Ele possui mais de mil afluentes em território peruano e brasileiro, sendo o rio Negro o maior. Entre os mais conhecidos afluentes do Amazonas estão os rios Juruá, Purus, Madeira, Javari, Tapajós, Trombetas e Xingu.
A largura do Amazonas é de seis a oito quilômetros, mas em alguns trechos pode chegar a incríveis 50 quilômetros, chegando a ser impossível enxergar a outra margem.
Agora, no que tange ao desmatamento criminoso da floresta amazônica tanto a mata, a fauna e o rio são afetados.
Os incêndios criminosos trazem consequências ainda não de todo mensuráveis, mas, no longo prazo, ocorrerá uma desestabilização tremenda e progressiva do ciclo das águas.
Tudo isso porque o principal papel da Amazônia em nível global é a manutenção do ciclo das águas, porque essas águas, alimentadas pela evaporação, representam 20% de todo volume vertido nos oceanos.
Caso essas ações criminosas tenham continuidade e não seja tomada nenhuma posição contra isso o ecossistema será completamente desestabilizado, com a ocorrência de eventos extremos como grandes inundações e seca.
O rio também está sendo contaminado por uma grande quantidade de cloro devido à  extração de petróleo e de gás em sua bacia, assim como pela garimpagem de ouro.
De acordo com os estudiosos, essa contaminação e a mudança de qualidade das águas amazônicas induzidas pelo desmatamento criminoso, podem ser responsáveis, em parte, pelo aquecimento do Oceano Atlântico e influenciar o nascimento de ciclones tropicais.

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