sábado, 15 de fevereiro de 2014

O “deus Sol” morre, ressuscita e renasce no mês de Dezembro

Texto principal do HUMANITAS nº 5 – Dezembro/2012 

Os antigos persas e os romanos já festejavam o dia 25 de Dezembro
muito antes de surgir o cristianismo


Antes da mitologia católica/cristã, várias outras civilizações cultuaram redentores e salvadores, os quais morreram, segundo seus seguidores, para salvar o mundo. A mitologia cristã incorporou elementos dos cultos de outros deuses, e é da maioria deles de onde vem o mito cristão. Eis uma pequena listagem: Adad, da Assíria; Adonis, Apolo e Zeus da Grécia; Attis, da Frígia; Baal, da Fenícia; Bali, do Afeganistão; Beddru, do Japão; Buda, da Índia; Crite, da Caldeia; Deva Tat, do Sião; Hesus, dos Druidas; Hórus, Osiris, e Serapis do Egito, cuja aparência com barba e cabelo longo foi adotada para retratar o Cristo; Indra, do Tibet; Krishna, da Índia; Odin, da Escandinávia; Prometheus, do Cáucaso; Tammuz, da Síria (que mais tarde, em um movimento típico da fabricação dos mitos, foi transformado no discípulo cristão Tomé); Thor, dos gauleses; Mitra, dos persas e dos antigos romanos, dentre outros. 
A data de 25 de Dezembro foi estabelecida pela Igreja Católica Romana, no século IV d.C. Com a conversão dos pagãos ao cristianismo, a festa do nascimento de Mitra foi adaptada à nova religião. Fizeram o Cristo nascer no mesmo dia do nascimento de Mitra, deus sol, cujo dia sagrado na semana cai em um domingo (dia do sol), em inglês sunday e em alemão sonntag. Existem ainda outras similaridades com deuses muito mais antigos no tocante a essa data, como no caso do deus Hórus, da mitologia egípcia. As lendas de Hórus datam de milhares de anos, e compartilham do seguinte com as de Cristo: nasceu de uma virgem, Ísis, em 25 de Dezembro; morreu e ressuscitou; era também chamado de o "Caminho, a Verdade, a Luz, o Messias, Filho Ungido de Deus, o Pastor Bom etc". 
Os antigos criaram personagens (nomes de pessoas que nunca existiram) para associá-los à história do sol nos céus, tendo todos esses personagens os mesmos doze discípulos (seguidores ou constelações ou signos zodiacais ou feitos), morte e ressurreição três dias depois. Eles eram chamados, em Roma, Sol Invictus. E mais: Hórus, Osíris, Ra, Mitra, Tammuz, Baco, Dionisio, Quetzalcóatl e por último Cristo. 
No início, os astros eram adorados como deuses. O sol era o mais cultuado por trazer luz, calor e colheitas. Quando chega o dia 22 de Dezembro temos o solstício de Inverno (no hemisfério norte), simbolizando a morte do sol. Este, tendo-se movido continuamente para o sul durante seis meses, atinge seu ponto mais baixo no céu. Então, deixa, aparentemente de se movimentar para o sul, durante três dias. Nesses três dias, o sol mora nas redondezas da constelação do Cruzeiro do Sul.
Após esse período, no dia 25 de Dezembro, o sol move-se um grau, dessa vez para o norte, prometendo dias maiores, calor e primavera. E assim se diz: que o sol morreu na cruz (cruzeiro) e ressuscitou três dias depois. Como renasce nessa data (três dias após o 22 de Dezembro), no dia 25 de Dezembro, comemora-se o nascimento do sol no mundo. A crucificação do sol é comemorada no festival pagão da páscoa, que é quando o sol vence a escuridão nos céus.
Não foi só a festividade cristã a ser copiada do paganismo. Cristo não é outro senão o último dos plágios do também mitológico Mitra. No dia 25 de Dezembro, os cristãos comemoram o nascimento de um deus solar, adorado pelos antigos persas e pelos supersticiosos romanos. Essa adoração é passada de geração a geração. Ninguém pensa no significado correto dela. Para quem ainda teima em não aceitar: os antigos persas e os romanos já festejavam o dia 25 de Dezembro muito antes de surgir o cristianismo. 
Era nessa data que se comemorava o nascimento de Mitra, deus da luz dos persas, filho de Aura-Mazda. Os antigos romanos, bastante tolerantes em matéria de religião, incorporaram Mitra ao seu panteão divino, tal como fizeram com os deuses gregos e de outros locais por eles conquistados. O sincretismo romano adaptou Mitra aos costumes de Roma, inclusive vários deuses anteriores ao messianismo judeu, dando assim origem à lenda do nascimento do Cristo. 
Os poderes religiosos e estatais teimam em negar e a repetir sempre o mito de que existe apenas um deus verdadeiro nascido de uma virgem no dia 25 de Dezembro. Continuam a insistir em tornar esse dia um símbolo, propagando-o como uma data especial para atuar em fraternidade, exercer o amor, o perdão, a paz etc. Será que é preciso apenas um dia para ser fraterno, amorável e pacífico? Se o ano tem 365 dias no calendário, por que apenas uma data serve para isso? O amor, a fraternidade, o perdão e a paz devem ser coisas a serem esquecidas nos outros dias do ano?

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