Texto de Celso
Lungaretti – Jornalista – São Paulo/SP
Publicado no HUMANITAS nº 16 – Novembro/2013
Publicado no HUMANITAS nº 16 – Novembro/2013
Anotem a data: 19 de novembro de 2015.
Teremos um mártir a reverenciar neste dia. É quando transcorrerá o centenário
da morte de Joe Hill, outro esquerdista que, a exemplo de Sacco e Vanzetti, os
EUA executaram por causa dos seus ideais, utilizando como pretexto um crime
comum do qual foi falsamente acusado. Seu nome era Joel Emmanuel Hägglund.
Filho de um ferroviário, nasceu na província sueca de Gästrikland, em outubro
de 1879. Com queda para a música, aprendeu cedo a tocar órgão, piano, acordeão,
banjo, guitarra e violino. Depois da morte dos pais, foi em 1902 tentar a sorte
nos EUA, onde adotou o nome de Joseph Hillström.
Eis um bom relato do que lhe aconteceria na “terra dos livres e lar dos valentes”, assinado por Fernando J. Almeida (cujo único senão foi não ter deixado mais claro quais trechos do artigo são de sua autoria e quais foram extraídos da trilogia USA, de John dos Passos):
“Um jovem sueco chamado Hillstrom meteu-se ao mar, calejou as mãos em veleiros e velhos cargueiros vagabundos, aprendeu inglês no castelo da proa dos vapores que faziam a ligação entre Estocolmo e Hull, e como todos os suecos sonhava com o Oeste. Quando se instalou na América, deram-lhe um emprego: limpar escarradores num bar de Bowery. Mudou-se para Chicago e trabalhou numa firma de máquinas.
Continuando a sua marcha para o Oeste, alugou os braços aos senhores das colheitas, arrastou-se pelas agências de empregos, pagou muitos dólares de comissão para conseguir trabalho numa empresa qualquer de construção civil, andou muitas milhas quando a comida era demasiado má, o capataz demasiado brutal ou os percevejos demasiado agressivos no barracão.
Participou duma greve, na Califórnia, costumava tocar concertina à porta do barracão, à noite, depois da ceia, tinha um condão peculiar para transformar em rimas os brados de revolta. As canções de Joe Hill foram cantadas nas cadeias distritais e nas pensões rascas, por desempregados itinerantes, por trabalhadores. Em todo o lado, onde um proletário se sentisse perseguido, explorado, marginalizado, soava uma canção de Joe Hill. Em Bingham, Utah, Joe Hill organizou os trabalhadores da Utah Construction Company num único grande sindicato, conseguiu-lhes salários mais elevados, menos horas de trabalho, melhor comida.
Joe Hill vivia no Utah, estado dominado pelo fundamentalismo religioso da seita mórmon. Foi acusado, injustamente, de ter assassinado um merceeiro, de nome Morrison. A sua condenação à morte provocou vastas movimentações. O cônsul da Suécia e o presidente Wilson tentaram obter um novo julgamento, mas o Supremo Tribunal do Estado de Utah manteve o veredicto. Joe Hill continuou a escrever as suas canções, no ano em que permaneceu na cadeia. Em novembro de 1915, encostaram-no contra a parede da penitenciária de Salt Lake City. 'Não percam tempo chorando minha morte. Organizem-se!' - foram as últimas palavras que enviou para os seus camaradas. Joe Hill aprumou-se diante da parede do pátio da penitenciária, olhou para os canos das espingardas e deu a voz de fogo”.
Eis um bom relato do que lhe aconteceria na “terra dos livres e lar dos valentes”, assinado por Fernando J. Almeida (cujo único senão foi não ter deixado mais claro quais trechos do artigo são de sua autoria e quais foram extraídos da trilogia USA, de John dos Passos):
“Um jovem sueco chamado Hillstrom meteu-se ao mar, calejou as mãos em veleiros e velhos cargueiros vagabundos, aprendeu inglês no castelo da proa dos vapores que faziam a ligação entre Estocolmo e Hull, e como todos os suecos sonhava com o Oeste. Quando se instalou na América, deram-lhe um emprego: limpar escarradores num bar de Bowery. Mudou-se para Chicago e trabalhou numa firma de máquinas.
Continuando a sua marcha para o Oeste, alugou os braços aos senhores das colheitas, arrastou-se pelas agências de empregos, pagou muitos dólares de comissão para conseguir trabalho numa empresa qualquer de construção civil, andou muitas milhas quando a comida era demasiado má, o capataz demasiado brutal ou os percevejos demasiado agressivos no barracão.
Participou duma greve, na Califórnia, costumava tocar concertina à porta do barracão, à noite, depois da ceia, tinha um condão peculiar para transformar em rimas os brados de revolta. As canções de Joe Hill foram cantadas nas cadeias distritais e nas pensões rascas, por desempregados itinerantes, por trabalhadores. Em todo o lado, onde um proletário se sentisse perseguido, explorado, marginalizado, soava uma canção de Joe Hill. Em Bingham, Utah, Joe Hill organizou os trabalhadores da Utah Construction Company num único grande sindicato, conseguiu-lhes salários mais elevados, menos horas de trabalho, melhor comida.
Joe Hill vivia no Utah, estado dominado pelo fundamentalismo religioso da seita mórmon. Foi acusado, injustamente, de ter assassinado um merceeiro, de nome Morrison. A sua condenação à morte provocou vastas movimentações. O cônsul da Suécia e o presidente Wilson tentaram obter um novo julgamento, mas o Supremo Tribunal do Estado de Utah manteve o veredicto. Joe Hill continuou a escrever as suas canções, no ano em que permaneceu na cadeia. Em novembro de 1915, encostaram-no contra a parede da penitenciária de Salt Lake City. 'Não percam tempo chorando minha morte. Organizem-se!' - foram as últimas palavras que enviou para os seus camaradas. Joe Hill aprumou-se diante da parede do pátio da penitenciária, olhou para os canos das espingardas e deu a voz de fogo”.
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