quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A tragédia econômica mundial e seus autores


Texto de Manfred Grellmann – Camaragibe/PE
publicado no HUMANITAS nº 11 – Junho/2013

Os idiotas governam. Os espertos, cuja inteligência é a marca fundamental, ocultos, puxam os cordões desse teatro de marionetes


A economia é uma atividade tão antiga como a prostituição. Suas leis ainda são as mesmas como na aurora do comércio humano. No exemplo da hidráulica, matéria que estuda o comportamento dos fluidos ou líquidos, não há leis novas para serem descobertas. Há quem diga que a economia não é bem uma ciência. Dispenso comentar. Em contrapartida e paradoxalmente, dentro da economia há uma área, e esta sim, é ciência. Nesta se criam constantemente novas leis, idéias ou regras de como ludibriar, roubar, escamotear, arruinar as economias e a boa fé das pessoas.
Infelizmente, ou propositadamente, nas escolas não se ensina, ou melhor, não se dá importância ao valor fundamental de algumas regras básicas de economia, e raramente fazem parte de alguma educação doméstica. Em vez disto, ensinam-se sofisticações que conduziram o mundo – principalmente a Europa - ao estágio em que se encontra. A Economia séria está baseada em algumas regras elementares e simples: a) - Não se pode gastar mais do que se ganha; b) - Dinheiro emprestado tem de ser pago com juros e correções; c) - Administrar dinheiro alheio requer competência e capacidade de prestar contas; d) – Praticar constantemente a poupança como prevenção; e) - Os recursos econômicos são escassos, e deles se deve tirar o melhor proveito. A empresa ou governo que não seguir estas regras estará às voltas com grandes problemas.
Veja-se o início dos anos 1970, quando aconteciam as chamadas “feiras” de empréstimos, em Washington, com juros baixos que depois transformaram muitos países em escravos permanentes. Com um mundo tão complexo como o atual são necessários homens com uma carga cultural responsável para governar. Mas o que se vê é exatamente o contrário. A regra é: incompetência, inépcia, arrogância, oportunismo, mentira e vantagem (entenda-se, incompetência para a honestidade). Este tipo de gente quase não encontra trabalho na iniciativa privada, ou pelas qualidades ou pela preguiça que lhes é característica. Os idiotas governam. Os espertos, cuja inteligência é a marca fundamental, ocultos, puxam os cordões desse teatro de marionetes.
Os poucos cidadãos honestos que se arriscam a um cargo público, na intenção de realizar algum projeto, saem indignados ou psiquicamente afetados pelo que têm de digladiar e ver durante seus mandatos. Os políticos, a maioria, são todos arrogantes, oportunistas e mentirosos, com o ego o tempo todo contundido, pois requer massagem permanente.
Em momento algum da história podemos encontrar um crime de tamanha monta, como a ruína do sistema financeiro mundial. A maioria esmagadora somente raciocina em cima dos comentários econômicos emitidos pelos “gurus” da economia. 
 Falam em papéis podres, em operações que puderam ser realizadas porque o controle governamental americano permitia. Ou sempre foi assim, ou então foi subvertido. Vale o último. Mas quem são eles, afinal?
Os operadores das bolsas de valores? Os corretores? Ou então os próprios bancos? Este tipo de questão é tipicamente escamoteado ou somente tocado à distância. Se um banco faliu foi porque o dinheiro dos correntistas, poupadores e previdência foi desviado. O Zé da esquina teria roubado. Mas estes senhores...
Tem como saber quem provocou estes crimes? Claro que sim! É, mas são muitos. Nem tantos! É uma pirâmide.
Na ponta estão os magnatas intelectuais desta super, mega, hiper e ultrafalcatrua, que são uma dezena ou pouco mais, e o resto abaixo, bem, são paus-mandados.
A pura e simples confiscação de algumas fortunas colocaria a economia nos trilhos novamente. Milhões afundam na miséria, mas estes senhores não sentem nenhuma culpa. Tudo para eles foi feito tudo dentro da legislação.
Por último ainda pode-se dizer: culpada é a ralé que é burra, iletrada, e neste mundo quem ganha é o mais esperto.
Há um precedente muito parecido na história econômica do mundo. Ele se chama Conde de Rothschild, ou simplesmente Nathan Rothschild. Antes que a notícia da derrota de Napoleão Bonaparte alcançasse à Inglaterra, ele chegava ofegante em Londres, anunciando que as tropas inglesas estavam derrotadas.
Estrategicamente, seus corretores começaram a comprar papéis por preços obscenamente baixos. Quando a notícia da chegada próxima das tropas inglesas vitoriosas se confirmou, espalhava-se o terror e desespero na economia inglesa. Vendeu-se o que não deveria ter sido vendido. Tudo foi vendido baseando-se numa mentira bem orquestrada. A rainha passou a ser funcionária do Conde, que se tornou acionista majoritário de todo o império britânico. O que aconteceu com este personagem espertíssimo? NADA! O que irá acontecer com o punhado de novos e coroados donos do mundo de hoje? Na verdade, o mundo é governado por pessoas bem diferentes das que conhecemos.

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