quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

A necessidade humana da competência (1)

Texto de Manfred Grellmann – Camaragibe/PE
publicado no HUMANITAS nº 16 – Novembro/2013

Para tudo na vida é necessário  ter competência. Não importa o que se faça. Seja na vida profissional, na trambicagem ou no trato dos problemas pessoais.
Há pessoas competentes e também pessoas sem competência alguma, até porque nenhuma necessidade as pressionou para essa descoberta. Não necessariamente somente a escola pode preparar competências.
A necessidade, a curiosidade, a iniciativa, a prática, podem revelar muitas delas para surpresa e alegria dos detentores.
Resolver um problema de forma satisfatória traz bem-estar e orgulho,  como pagamento justo e merecido. Ao ter que resolver um problema ou buscar uma solução, também  se revela a necessidade de desenvolver meios e procurar criar ferramentas para atingir objetivos, assim como a busca de conhecimentos.
O exercício de uma atividade profissional  em uma instituição exige uma competência comprovada através de entrevistas ou referências confiáveis, até porque, nessa, o andamento do processo necessita que um novo participante entre na corrente da atividade sem perturbar o fluxo e afetar o rendimento.
É certo que  muitas  pessoas se aventuram em desenvolver competências por necessidade imediata, sendo os resultados variáveis e, frequentemente, servindo apenas para o autor ou não.
Quanto mais pessoas estão envolvidas com os resultados de uma competência, maior é a responsabilidade e mais preparo é preciso para atender aos objetivos finais. Assim, a escola é a ferramenta de ensino de preparo mais adequada, seja lá para que atividade for.
Apesar de que a vida prática que se faz de escola, da qual o aluno nunca sai, revelou alguns surpreendentes valores de competências que atingiram lideranças e marcos  expressivos na história. Isto sempre aconteceu em todas as áreas.
Na condução  de um país, de um estado ou de uma cidade, existem elementos que são coincidentes com organizações ou empresas particulares.
A diferença reside principalmente em que a empresa particular visa como elemento primordial o lucro. Até porque sem este ela não sobrevive, não importando o quanto o seu produto possa ser importante para a sociedade. A administração  de estados tem como objetivo gerar o bem-estar social. Se uma empresa particular não dispensa a preocupação em somente contratar pessoas competentes, ou seja, pessoas que se prepararam  em uma instituição de ensino reconhecida, porque o candidato a condutor do estado também não precisa se preparar em uma escola para essa tarefa?
Gerar bem-estar para uma sociedade é a mesma coisa que gerar lucros? Claro que não. As tratativas podem ter semelhanças, mas os objetivos são diferentes. Por que se coloca administração civil e administração de estado num mesmo saco? Quem pode afirmar que gerir um estado é a mesma coisa que gerir empresas?
Será que diante deste fracasso que os políticos têm mostrado não é mais do que necessário estudar e aplicar uma rigorosa  preparação desses elementos antes de assumirem qualquer cargo? A falta de preparo já não está além da tolerância? Tal preparo funcionaria? Quais mestres criariam e estabeleceriam o conteúdo de tal matéria? Que certeza teremos de que esse procedimento terá alguma eficácia a ponto de blindar a tradicional postura criminosa?
Certamente seria uma guerra contra uma cultura muito forte, fundada com a chegada dos portugueses ao Brasil: a cultura da mentira, da apropriação indébita, do oportunismo, da vantagem e desprezo pela população. 
Por que um militar precisa de  tanto preparo e um político nenhum? Ambos não têm como função primordial  a tarefa e a obrigação de assegurar  o equilíbrio, integridade e funcionamento  do estado? Para manusear material bélico é preciso preparo! Para lidar com a coisa pública não precisa?
Justamente devido à falta de preparo, o que está demonstrado pelos incontáveis exemplos, o estrago causado à nação, tem sido maior do que muitas guerras. Somemos os séculos de vítimas, extorsão de recursos e autoritarismo. Mas o problema não está apenas em preparações. Não no caso dos nossos políticos.
O problema está também em como fiscalizar os políticos. E não somente isso, também precisamos de um judiciário que se conduza por interpretações diretas, sem tergiversações, sem enxurrada de recursos para aplicação das penas, ordenando a efetiva execução e cumprimento, sem utilizar dois pesos e uma medida! 
Tudo, absolutamente tudo, só funciona se houver uma prestação de contas com a sombra do chamado à responsabilidade e suas devidas consequências!

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