Texto
de Manfred Grellmann – Autodidata – Camaragibe/PE
publicado
no HUMANITAS nº 12 – Julho/2013
O cachorro passou de animal doméstico a “filho e gente”, principalmente
para pessoas com problemas pessoais e psicológicos mal resolvidos
Ao longo dos milênios o cão acompanha a espécie humana de forma
inseparável tendo desenvolvido uma relação extremamente bem resolvida. Foi o
cão selvagem que se aproximou do humano no passado, porque ao lado deste sempre
existia algum resto de comida que o poupava de sacrificadas caçadas. O cão foi
uma incorporação de costume como tantas outras na vida dos humanos, sem que
isto fosse significar, em geral, nenhuma razão para exageros sentimentais
ou excentricidades.
Há apenas algumas décadas o cão passou de rotineiro companheiro a elemento ou fonte de consumo e despesas com uma gama de criações para renda, explorada de forma agressiva, onde a inventiva criatividade reforçou a inclinação do ser humano para exageros, com modismos absurdos e até para prejuízo dos próprios cachorros. Não faz muitas décadas que espertos observaram que o dono de um cão tinha a aborrecida tarefa diária de preparar a comida para ele. Até então os bichos, vez ou outra, passavam fome ou eram enganados com qualquer gororoba. Talvez por isto os cães eram tidos de certa maneira como um estorvo ou trabalho que poderia ser riscado das tarefas diárias.
Não tardaram festas de noivado e casamentos, aniversários, estilistas criando looks para cachorros e até cemitérios com missas de sétimo dia, sem falar de programas caninos de televisão. Com este cenário todo, o cão passou de animal doméstico a “filho e gente”, principalmente “para pessoas com problemas pessoais e psicológicos mal resolvidos”.
Voltando a falar da alimentação, quase todos os tipos de ração têm mau cheiro. Algumas fedem. Bem, mau cheiro é algo que atrai muitos ou quase todos os cachorros. Isto vai de carne podre a cestas de papel higiênico. Tive que mudar o endereço do meu gato depois de ver, toda manhã, meu cachorro esperar o bichano ir ao jardim para ele ir atrás cuidar da “limpeza”. Uma veterinária explicou-me que a raça Dachs Hund adora esfregar-se “fartamente” sobre um cadáver em decomposição. Só acreditei depois de o meu cão ter aparecido na varanda espantando as visitas. A prova foi uma galinha que ele deve ter matado e usado uma semana depois no fundo do quintal, toda estraçalhada para se “perfumar”!
Cachorros têm hábitos muito estranhos. Nunca ouvi comentários (talvez por nojo ou vergonha de mencionar isto) de que as fêmeas durante algum tempo das amamentações dos filhotes mantêm o local limpo comendo as fezes e lambendo a urina de sua prole.
Descobri isso com os meus animais, depois de achar que o leite da mãe canina era tão eficiente que era digerido na totalidade e os “equipamentos de excreção” só seriam usados depois de certa idade dos filhotes!
Em São Paulo, ao se andar pelas calçadas, deparamos com frequência com as escarrentas manifestações dos pulmões humanos. Patacas atiradas aqui ou ali. Pude presenciar certa vez, enquanto uma empregada doméstica conversava com uma colega na calçada, segurando a coleira do cãozinho da patroa, em passeio, como num vapt-vupt a língua do animal cuidou da limpeza de um desses produtos depositados na calçada!
Iguaria canina!
De pronto, me veio a imagem da patroa sendo lambida, mais tarde, pelo seu queridinho no rosto e na boca. Afinal, esse costume, mostrado em programas de televisão em verdadeiro show de endeusamento canino é apresentado como um “must”. Pois, quem ama os cachorros tem de ser carinhoso com eles, inclusive deixar-se lamber na cara!
Um médico sensato aconselha a qualquer pessoa uma devida separação entre animal e ser humano devido à diversidade de bactérias em cada organismo, possivelmente incompatíveis. Como hoje todos os valores estão trocados, já passei várias vezes por situações desagradáveis ao visitar alguém, vendo os cachorros se comportando como os donos da casa e os humanos como os cachorros da casa.
E, “os cachorros assumidos” até que se esmeram na limpeza. “Mas quem vem de fora não deixa de sentir o fedor”. Sofás, camas, tapetes tudo impregnado por urina e pelos, por mais lavados que sejam os cachorrinhos de colo.
Cortar o rabo do cachorro! Recortar a orelha! Cruzar raças para ressaltar é claro, agressividade e violência, só doença mental explica. E, é claro, o aspecto e comportamento do cão é um inequívoco espelho do dono. Já perguntei a donos de cães o motivo dessas atitudes.
A minha pergunta! Você tem filho? Resposta: tenho sim! Por que você não corta um dedo da mão ou do pé dele? Seria somente 10% de mutilação. No seu “querido e amado cão” foi 100%! Surpresa, choque e indignação!
Por quê? É que o homem moderno não raciocina. Quem faz isto por ele é a mídia, os modismos, a aflição de não estar na onda e as “sugestões” de fabricantes de consumos.
Fico pensando: se o cão fosse desprovido de pelos como o ser humano, os tatuadores teriam muito trabalho. Seriam impressionantes “gibis” de quatro patas, vítimas das excentricidades de seus donos, andando por aí. Assim, observando a convivência do homem com o cão, temos mais uma ferramenta para analisar as aberrações emocionais e psíquicas do “poderoso” homem moderno.
Há apenas algumas décadas o cão passou de rotineiro companheiro a elemento ou fonte de consumo e despesas com uma gama de criações para renda, explorada de forma agressiva, onde a inventiva criatividade reforçou a inclinação do ser humano para exageros, com modismos absurdos e até para prejuízo dos próprios cachorros. Não faz muitas décadas que espertos observaram que o dono de um cão tinha a aborrecida tarefa diária de preparar a comida para ele. Até então os bichos, vez ou outra, passavam fome ou eram enganados com qualquer gororoba. Talvez por isto os cães eram tidos de certa maneira como um estorvo ou trabalho que poderia ser riscado das tarefas diárias.
Não tardaram festas de noivado e casamentos, aniversários, estilistas criando looks para cachorros e até cemitérios com missas de sétimo dia, sem falar de programas caninos de televisão. Com este cenário todo, o cão passou de animal doméstico a “filho e gente”, principalmente “para pessoas com problemas pessoais e psicológicos mal resolvidos”.
Voltando a falar da alimentação, quase todos os tipos de ração têm mau cheiro. Algumas fedem. Bem, mau cheiro é algo que atrai muitos ou quase todos os cachorros. Isto vai de carne podre a cestas de papel higiênico. Tive que mudar o endereço do meu gato depois de ver, toda manhã, meu cachorro esperar o bichano ir ao jardim para ele ir atrás cuidar da “limpeza”. Uma veterinária explicou-me que a raça Dachs Hund adora esfregar-se “fartamente” sobre um cadáver em decomposição. Só acreditei depois de o meu cão ter aparecido na varanda espantando as visitas. A prova foi uma galinha que ele deve ter matado e usado uma semana depois no fundo do quintal, toda estraçalhada para se “perfumar”!
Cachorros têm hábitos muito estranhos. Nunca ouvi comentários (talvez por nojo ou vergonha de mencionar isto) de que as fêmeas durante algum tempo das amamentações dos filhotes mantêm o local limpo comendo as fezes e lambendo a urina de sua prole.
Descobri isso com os meus animais, depois de achar que o leite da mãe canina era tão eficiente que era digerido na totalidade e os “equipamentos de excreção” só seriam usados depois de certa idade dos filhotes!
Em São Paulo, ao se andar pelas calçadas, deparamos com frequência com as escarrentas manifestações dos pulmões humanos. Patacas atiradas aqui ou ali. Pude presenciar certa vez, enquanto uma empregada doméstica conversava com uma colega na calçada, segurando a coleira do cãozinho da patroa, em passeio, como num vapt-vupt a língua do animal cuidou da limpeza de um desses produtos depositados na calçada!
Iguaria canina!
De pronto, me veio a imagem da patroa sendo lambida, mais tarde, pelo seu queridinho no rosto e na boca. Afinal, esse costume, mostrado em programas de televisão em verdadeiro show de endeusamento canino é apresentado como um “must”. Pois, quem ama os cachorros tem de ser carinhoso com eles, inclusive deixar-se lamber na cara!
Um médico sensato aconselha a qualquer pessoa uma devida separação entre animal e ser humano devido à diversidade de bactérias em cada organismo, possivelmente incompatíveis. Como hoje todos os valores estão trocados, já passei várias vezes por situações desagradáveis ao visitar alguém, vendo os cachorros se comportando como os donos da casa e os humanos como os cachorros da casa.
E, “os cachorros assumidos” até que se esmeram na limpeza. “Mas quem vem de fora não deixa de sentir o fedor”. Sofás, camas, tapetes tudo impregnado por urina e pelos, por mais lavados que sejam os cachorrinhos de colo.
Cortar o rabo do cachorro! Recortar a orelha! Cruzar raças para ressaltar é claro, agressividade e violência, só doença mental explica. E, é claro, o aspecto e comportamento do cão é um inequívoco espelho do dono. Já perguntei a donos de cães o motivo dessas atitudes.
A minha pergunta! Você tem filho? Resposta: tenho sim! Por que você não corta um dedo da mão ou do pé dele? Seria somente 10% de mutilação. No seu “querido e amado cão” foi 100%! Surpresa, choque e indignação!
Por quê? É que o homem moderno não raciocina. Quem faz isto por ele é a mídia, os modismos, a aflição de não estar na onda e as “sugestões” de fabricantes de consumos.
Fico pensando: se o cão fosse desprovido de pelos como o ser humano, os tatuadores teriam muito trabalho. Seriam impressionantes “gibis” de quatro patas, vítimas das excentricidades de seus donos, andando por aí. Assim, observando a convivência do homem com o cão, temos mais uma ferramenta para analisar as aberrações emocionais e psíquicas do “poderoso” homem moderno.
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