Texto
de Serena Roberta Souza Borges – Olinda/PE
publicado
no HUMANITAS nº 13 – Agosto/2013
A bandeira hasteada pela classe média são os peões guerreiros do
tabuleiro de
xadrez a serem usados para as eleições do próximo ano contra o PT
A massa popular da periferia não esteve representada nem presente às
manifestações de rua ocorridas e que ainda possam ocorrer nas principais
cidades brasileiras. Na questão de identificação de quem vai às ruas protestar
vemos que o perfil é de classe média e isso já é uma grande amostra sobre o
quanto existe de manipulação nesse assunto.
Claro que a classe média tem todo o direito de ir às ruas, gritar por melhores condições de vida, mostrar o quanto está insatisfeita com a situação atual. Porém, esqueceu de colocar a seu lado o pessoal da periferia. Ou será que esse pessoal não tem esse direito? Ou será que esse pessoal, felizmente, não é fácil de ser manipulado?
Das duas coisas uma é certa: a massa popular da periferia não está presente nesse chamado piquenique cívico montado nas ruas das principais cidades do Brasil.
A força dessas manifestações não pode ser ignorada, claro. Mas, olhando bem, nós vemos que essas passeatas repletas de reivindicações mostram apenas que tais reivindicações têm ligação exclusiva com as frustrações da classe média, com os anseios da classe média, principalmente com aquela classe média, cuja doença principal ou até mesmo sociopática podemos chamar de antipetismo.
Quem desejar descobrir isso basta olhar na internet, no Facebook, principalmente, e verá que o perfil dos manifestantes que andam alardeando que “o gigante acordou” é formado por gente bem nascida, adolescentes sequiosos de participar de protestos para depois ficarem se gabando juntos aos colegas, mostrando suas participações nas ruas com fotos com as frases de seus cartazes.
A grande mídia descobriu isso e resolveu entrar no jogo. Seus histéricos e venais colunistas e apresentadores de TV estão adorando a situação. O apoio dessa mídia mostra a verdadeira dinâmica e a real dimensão desses protestos. E é até muito engraçado: tais manifestações não têm nada a ver com a “nossa grande e perigosa inflação de 6% ao ano”.
Essas manifestações também não têm mesmo nada a ver com a falsa bandeira que os manifestantes colocaram no mais alto mastro do seu moralismo de momento: “a corrupção”.
Olhando pelo prisma verdadeiro, a bandeira hasteada pela classe média é a tropa, são os peões guerreiros do tabuleiro de xadrez a serem usados para as eleições do próximo ano contra o Partido dos Trabalhadores.
Assim, a Grande Mídia de gaiato se apropria das manifestações. Como sabe muito bem mergulhar na sociopatia costumeira do antipetismo, a Grande Mídia televisiva instrumentalizou as ações com uma cobertura ostensiva de flashes e plantões ao vivo, do alto dos prédios, com repórteres bem postados nesses prédios e em helicópteros.
Agora lembremos algo muito interessante. A corrupção é petista? O PT é o líder em corrupção no Brasil? Muito pelo contrário!
O ranking da corrupção no Brasil é liderado pelo DEM, seguido logo após pelo PMDB e depois pelo PSDB. O PT, verdadeiramente, ocupa a nona posição no quadro total da corrupção brasileira. Isso foi comprovado recentemente pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE).
Os manifestantes também se esqueceram da excelência principal: a de que não existe corrupção sem corruptores e que o principal corruptor é o capitalismo.
A classe média brasileira tem todo o direito de ir às ruas protestar por melhores condições para ela. Conseguiu a mudança para transformar a corrupção em crime hediondo, mas não consegue o fundamental que é obrigar a justiça a prender os corruptos, tal como o banqueiro Daniel Dantas, condenado a dez anos de prisão por subornar um delegado federal. O mais interessante de tudo isso é que esse Dantas encontra-se livre e deve estar sem dúvida apoiando as manifestações nas ruas.
Não há negros, não há miseráveis, não há sem-teto, não há gente paupérrima nas ruas! A classe média reclama dos gastos para a próxima Copa do Mundo e às Olimpíadas, reclamou dos gastos na Copa das Confederações, mas encheu os estádios de futebol para (que paradoxo!) vibrar com os lances de gols da seleção brasileira e reclamar ao vivo de “tudo isso que está aí”.
O povo da classe média, essa mesma classe que amedronta os políticos, precisa acreditar que vivemos em um país democrático onde a liberdade de expressão e de protesto está inserida em nossa Carta Magna. Porém, nunca devemos confundir protesto com bagunça e depredação. Realmente, todos os que fazem isso precisam com urgência de educação para distinguir o certo do errado.
Vamos lá e consideremos bonito e patriótico ir às ruas e incentivar os protestos. Acreditemos que essas manifestações são um fenômeno novo e difícil de ser dimensionado. Na realidade não é e nunca vai ser uma manifestação popular no sentido da presença maciça da massa. Essa corrida para as ruas tornou-se um movimento contra a política. Disse não aos partidos políticos. Algo que não pode acontecer numa democracia. Uma república democrática sem partidos políticos remete ao nazi/fascismo. Já aconteceu uma vez e pode acontecer de novo. E sabemos no que deu!
Claro que a classe média tem todo o direito de ir às ruas, gritar por melhores condições de vida, mostrar o quanto está insatisfeita com a situação atual. Porém, esqueceu de colocar a seu lado o pessoal da periferia. Ou será que esse pessoal não tem esse direito? Ou será que esse pessoal, felizmente, não é fácil de ser manipulado?
Das duas coisas uma é certa: a massa popular da periferia não está presente nesse chamado piquenique cívico montado nas ruas das principais cidades do Brasil.
A força dessas manifestações não pode ser ignorada, claro. Mas, olhando bem, nós vemos que essas passeatas repletas de reivindicações mostram apenas que tais reivindicações têm ligação exclusiva com as frustrações da classe média, com os anseios da classe média, principalmente com aquela classe média, cuja doença principal ou até mesmo sociopática podemos chamar de antipetismo.
Quem desejar descobrir isso basta olhar na internet, no Facebook, principalmente, e verá que o perfil dos manifestantes que andam alardeando que “o gigante acordou” é formado por gente bem nascida, adolescentes sequiosos de participar de protestos para depois ficarem se gabando juntos aos colegas, mostrando suas participações nas ruas com fotos com as frases de seus cartazes.
A grande mídia descobriu isso e resolveu entrar no jogo. Seus histéricos e venais colunistas e apresentadores de TV estão adorando a situação. O apoio dessa mídia mostra a verdadeira dinâmica e a real dimensão desses protestos. E é até muito engraçado: tais manifestações não têm nada a ver com a “nossa grande e perigosa inflação de 6% ao ano”.
Essas manifestações também não têm mesmo nada a ver com a falsa bandeira que os manifestantes colocaram no mais alto mastro do seu moralismo de momento: “a corrupção”.
Olhando pelo prisma verdadeiro, a bandeira hasteada pela classe média é a tropa, são os peões guerreiros do tabuleiro de xadrez a serem usados para as eleições do próximo ano contra o Partido dos Trabalhadores.
Assim, a Grande Mídia de gaiato se apropria das manifestações. Como sabe muito bem mergulhar na sociopatia costumeira do antipetismo, a Grande Mídia televisiva instrumentalizou as ações com uma cobertura ostensiva de flashes e plantões ao vivo, do alto dos prédios, com repórteres bem postados nesses prédios e em helicópteros.
Agora lembremos algo muito interessante. A corrupção é petista? O PT é o líder em corrupção no Brasil? Muito pelo contrário!
O ranking da corrupção no Brasil é liderado pelo DEM, seguido logo após pelo PMDB e depois pelo PSDB. O PT, verdadeiramente, ocupa a nona posição no quadro total da corrupção brasileira. Isso foi comprovado recentemente pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE).
Os manifestantes também se esqueceram da excelência principal: a de que não existe corrupção sem corruptores e que o principal corruptor é o capitalismo.
A classe média brasileira tem todo o direito de ir às ruas protestar por melhores condições para ela. Conseguiu a mudança para transformar a corrupção em crime hediondo, mas não consegue o fundamental que é obrigar a justiça a prender os corruptos, tal como o banqueiro Daniel Dantas, condenado a dez anos de prisão por subornar um delegado federal. O mais interessante de tudo isso é que esse Dantas encontra-se livre e deve estar sem dúvida apoiando as manifestações nas ruas.
Não há negros, não há miseráveis, não há sem-teto, não há gente paupérrima nas ruas! A classe média reclama dos gastos para a próxima Copa do Mundo e às Olimpíadas, reclamou dos gastos na Copa das Confederações, mas encheu os estádios de futebol para (que paradoxo!) vibrar com os lances de gols da seleção brasileira e reclamar ao vivo de “tudo isso que está aí”.
O povo da classe média, essa mesma classe que amedronta os políticos, precisa acreditar que vivemos em um país democrático onde a liberdade de expressão e de protesto está inserida em nossa Carta Magna. Porém, nunca devemos confundir protesto com bagunça e depredação. Realmente, todos os que fazem isso precisam com urgência de educação para distinguir o certo do errado.
Vamos lá e consideremos bonito e patriótico ir às ruas e incentivar os protestos. Acreditemos que essas manifestações são um fenômeno novo e difícil de ser dimensionado. Na realidade não é e nunca vai ser uma manifestação popular no sentido da presença maciça da massa. Essa corrida para as ruas tornou-se um movimento contra a política. Disse não aos partidos políticos. Algo que não pode acontecer numa democracia. Uma república democrática sem partidos políticos remete ao nazi/fascismo. Já aconteceu uma vez e pode acontecer de novo. E sabemos no que deu!
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