Poemas publicados na coluna Refúgio Poético
do Humanitas nº 14 em Setembro/2013
Poeta brasileira. Nasceu no
Rio de Janeiro em 2 de junho de 1952. Viveu um ano em Londres, em 1968.
Escreveu para revistas e jornais alternativos. Saiu na antologia 26 Poetas Hoje, de Heloísa Buarque.
Lançou livros em edições independentes: Cenas
de Abril e Correspondência
Completa. Dez anos depois, outra vez a Inglaterra, onde, às voltas
com tradução literária, escreveu muitas cartas e editou Luvas de Pelica. Ao retornar, descobriu São Paulo e fixou
residência no Rio. Trabalhou em jornalismo, televisão e escreveu A Teus Pés. Suicidou-se no dia 29 de
outubro de 1983. É onsiderada um dos principais nomes da geração mimeógrafo da
década de 1970, e tem o seu nome muitas vezes vinculado ao movimento de Poesia
Marginal.
Controvérsia
Antônio Carlos Gomes – Médico - Guarujá/SP
Dentro de mim fala sim
Vai que pode haver paixão
Enquanto a razão ruim
Brinda com sonoro não.
São duas as forças assim,
Forçando meu coração
E penso: - Pobre de mim,
Já perdi até a razão!
Desejo tão complicado
Que quer unanimidade
Da razão fria de um lado
Do outro sobra a saudade.
Saudade aquele bocado
Colo de felicidade
Que num dia foi sufocado
Procurando a liberdade.
Choroso choro por dentro
Por fora só a ansiedade
Quando fico sonolento
Sonho o amor de verdade.
....................................
Cá por dentro
Marisa Soveral – Poeta - Porto/Portugal
Antônio Carlos Gomes – Médico - Guarujá/SP
Dentro de mim fala sim
Vai que pode haver paixão
Enquanto a razão ruim
Brinda com sonoro não.
São duas as forças assim,
Forçando meu coração
E penso: - Pobre de mim,
Já perdi até a razão!
Desejo tão complicado
Que quer unanimidade
Da razão fria de um lado
Do outro sobra a saudade.
Saudade aquele bocado
Colo de felicidade
Que num dia foi sufocado
Procurando a liberdade.
Choroso choro por dentro
Por fora só a ansiedade
Quando fico sonolento
Sonho o amor de verdade.
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Cá por dentro
Marisa Soveral – Poeta - Porto/Portugal
Janelas que se abrem para um universo
Que portas encerram
De um modo perverso!
Dentro o abrigo, o quarto, a mesa, o sofá
Palco íntimo de achados
Por aqui e por acolá!
Livros,
filmes, música, imagens
Cosmogonia particular
Fragmentos de interseção
Construindo uma identidade peculiar
De combinações contraditórias de divagação!
Rituais de revoltas cismadas…
Socar, enganar, perfurar, esfaquear
Mente, sexo, veias… pulsões estranguladas!
A violência e depois o abandono
A mão sobre o dorso da outra
A mão no pé, na perna, no regaço
Cosmogonia particular
Fragmentos de interseção
Construindo uma identidade peculiar
De combinações contraditórias de divagação!
Rituais de revoltas cismadas…
Socar, enganar, perfurar, esfaquear
Mente, sexo, veias… pulsões estranguladas!
A violência e depois o abandono
A mão sobre o dorso da outra
A mão no pé, na perna, no regaço
Um
imenso cansaço
O cotovelo no joelho, as pernas cruzadas
O braço entre as pernas
Prostradas!
Entre o desassossego e a letargia
No dia após dia!
....................................
Resistência
Genésio Linhares – Professor -Recife/PE
A minha alma busca a senda
Para atingir o ser profundo
Mas o mover do vasto mundo
Arrasta-me a um mar de contenda
Viver hoje no ser é lenda
Motivo de escárnio rotundo
Nada é levado até o fundo
Em qualquer via há reprimenda
Como salvar alma sequiosa?
Como a barbárie resistir?
Como na essência persistir?
Vendo a singeleza da rosa
Ter doses de loucura e poesia
Não calar a criação e magia.
O cotovelo no joelho, as pernas cruzadas
O braço entre as pernas
Prostradas!
Entre o desassossego e a letargia
No dia após dia!
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Resistência
Genésio Linhares – Professor -Recife/PE
A minha alma busca a senda
Para atingir o ser profundo
Mas o mover do vasto mundo
Arrasta-me a um mar de contenda
Viver hoje no ser é lenda
Motivo de escárnio rotundo
Nada é levado até o fundo
Em qualquer via há reprimenda
Como salvar alma sequiosa?
Como a barbárie resistir?
Como na essência persistir?
Vendo a singeleza da rosa
Ter doses de loucura e poesia
Não calar a criação e magia.
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Decomposição
Karline Batista – Professora - Aracati/CE
Eu sou o não poeta
Na poesia morta
Escute o meu verso
Eu sou o não poeta
Tentando abrir a porta
E mesmo que não acredite
Eu sou o não poeta
Na poesia morta.
....................................
Decomposição
Karline Batista – Professora - Aracati/CE
Eu sou o não poeta
Na poesia morta
Escute o meu verso
Eu sou o não poeta
Tentando abrir a porta
E mesmo que não acredite
Eu sou o não poeta
Na poesia morta.
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Ontem
Silvia Mota – Poeta - Cabo Frio/RJ
Quando ontem me enredei
naquele louco abraço,
eu pude descansar
num mágico cansaço
e, em troca, consagrar
teu agridoce quente,
na boca que te dei
por ecos de alma ardente.
Silvia Mota – Poeta - Cabo Frio/RJ
Quando ontem me enredei
naquele louco abraço,
eu pude descansar
num mágico cansaço
e, em troca, consagrar
teu agridoce quente,
na boca que te dei
por ecos de alma ardente.
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