quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Devemos ser como as traças

Texto de Alfredo Bernacchi – Rio de Janeiro – Especial para o HUMANITAS de Novembro/2013

Forças poderosas arrastam as pessoas para um desastroso equívoco,
enfraquecendo suas personalidades e comandando-as por meio de uma ilusão


Imaginem uma pessoa, começando a vida, aí pelos seus 15/20 anos, frequentando uma igreja, levada pelos pais. O que essa pessoa pode saber sobre religião?
Nada! É uma pessoa completamente cega no assunto. É um livro aberto e vazio, para ser escrito pelo que o primeiro mentiroso disser. E isso entrará como ensinamento, desde quando vem de uma pessoa de alto conceito na sociedade em que ele vive. Um pastor, por exemplo. E o pastor ensina: 
“A própria existência de Jesus é confirmada pela Bíblia. Não porque a Bíblia simplesmente diz isso, mas porque a Bíblia não é um livro que caiu empacotado e encapado do céu. Ela é o resultado da junção de vários livros, manuscritos e documentos, escritos por pessoas diferentes;
Você acha que um grupo de pessoas teria se reunido, inventado toda aquela história, saído em pregações mundo afora para serem executadas e martirizadas?
Ou uma pessoa histórica, conhecida como Jesus Cristo, inspirou o movimento cristão e seus seguidores?” ou “Só o fato do mundo se organizar em Antes e Depois de Cristo (a.C e d.C) já é uma prova que ELE realmente existiu. Ossos serão impossíveis de encontrar, pois CRISTO ressuscitou e vive no coração de todos, através do Espírito Santo”. 
 Bem... Aí, eles repetem isso por aí... Qual é o sentimento que nos provoca ao ler uma coisa dessas? Difícil definir... Eu sei que é uma mistura de ódio como algumas outras coisas, inspiradas pela revolta... E há muitas mais iguais a essas... Por exemplo: - F. da P.!!! Cara mentiroso dos infernos!... Desgraçado! Miserável!... E por aí à fora... O sujeito não tem vergonha! É um inescrupuloso! E é contra esse tipo de cafajeste que nós lutamos. Não é contra o pobre coitado do crente que aprendeu isso! Esse é a vítima! Mas é contra quem ensinou isso, que nós lutamos.
Como explicar a um crédulo, que não está pedindo nenhuma explicação, que tudo isso é uma mentira?! Que é uma distorção proposital da verdade, na intenção de sugar o seu sangue, como faz o vampiro?!
É difícil... Quase uma luta inglória.
Pergunto a mim mesmo, qual a receita certa para combater essa abominação, que não seja deixá-los afundar até os cabelos e aprender de forma amarga e por conta própria, que estão fazendo papel de bobos, ou acabarão por morrer sustentando esse bando de vigaristas?
Uma vez passei por mais um templo beira de rua e estava lá, quase uma orquestra com coral e tudo, tocando uma música comovente.
Daquelas que você tem vontade de entrar só para escutar.
É argumento de forte convencimento porque depois que você está envolvido pela beleza da música é só dizerem que o Espírito Santo tocou o seu coração, e a vaca vai pro brejo.
São forças poderosas que arrastam as pessoas para um desastroso equívoco, enfraquecendo suas personalidades, deixando-se comandar por uma ilusão. Eles são ricos e poderosos.
Muito ricos e muito poderosos. A máfia mais bem estabelecida do planeta. Nós, ateus, somos muito fracos para fazer frente a essa estrutura milenar, treinada para enganar e sugar. Mesmo o governo já caiu de quatro diante da religião, que eu comparo a uma praga daninha. Totalmente dominado por essa mentira que hipnotiza e o faz comer cebolas pensando que é maçã.
A cultura está chegando, ainda muito devagar... Oxidando lentamente o aço da estrutura. Eles vão cair... Estão caindo, mas ainda lentamente. Estamos de mãos e pés atados nesse trabalho difícil de mostrar a verdade para quem está abraçado com essa ilusão agradável.
Nosso caminho deve ser paciente e longânime, cada um fazendo um pouquinho, como as traças, roendo por dentro, como temos feito, mostrando e mostrando sem parar, como se infrutiferamente, mas sabendo que a cultura vai nos ajudar a vencer essa batalha e salvar o país da vergonha que está aí. O maior país cristão do mundo?! O Record mais idiota que eu já vi.

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