Texto
de Rafael Rocha – Jornalista – Recife/PE
publicado no HUMANITAS nº 15 – Outubro/2013
publicado no HUMANITAS nº 15 – Outubro/2013
Para a URSS se tornar uma grande potência
bélica foi preciso criar o autoritarismo
político e desprezar as demandas imediatas da população
O filósofo Friedrich Wilhelm
Nietzsche ao criticar o espírito atrofiado da época em que viveu disse que “temos necessidade da história, mas temos
necessidade dela de uma maneira diferente da que tem o ocioso requintado nos
jardins do saber (…) temos necessidade da história para a vida e para a ação,
não para nos afastarmos preguiçosamente da vida e da ação."
Neste mês de outubro colocamos, aqui, a história dentro da vida e da ação para lembrar o passado e o alcance dos fatos que deram corpo e esperanças a um povo, alcançando ainda outras terras e outros países.
Outubro marca um evento de grande porte histórico. Este evento chama-se Revolução Russa, um dos marcos da história humana, cuja importância se deve não apenas a seus efeitos políticos e econômicos de alcance global, mas também à capacidade de cativar a imaginação das gerações que se seguiram. É um momento que as gerações de hoje têm de conhecer mesmo já passados 96 anos.
Juntamente com a Revolução Francesa, a Russa faz justiça à alcunha. Ambas quebraram um padrão de comportamento e de organização social. Abriram novo período histórico. A Revolução de 1917 marcou profundamente a evolução dos países no mundo, inclusive as relações internacionais no Século XX.
Para os marxistas, esse evento continua um marco, mesmo que o seu desenvolvimento tenha criado um novo tipo de sociedade e desvirtuado o que se chamava de governo popular. Para eles, é premente a necessidade de fazer com que o socialismo supere o capitalismo dentro das próprias sociedades capitalistas usando a força proletária, pois o caminho do socialismo passa antes pelo esgotamento da ideologia capitalista e burguesa.
O otimismo marxista do início do Século XX acreditava que o surgimento do socialismo na Rússia e a derrubada da monarquia czarista iriam criar um estopim para originar a Revolução Europeia. Assim, o socialismo, com a vitória da Revolução Russa e posterior envolvimento dos países europeus, seria acolhido em países como Alemanha e França. A sobrevivência de uma Rússia socialista dependia do triunfo da revolução em outros países.
Isso porque a Rússia era um país tecnologicamente atrasado. Basicamente rural. Possuía um pequeno proletariado industrial comparado com a Inglaterra, Alemanha e França. Em um país imenso, surgiu uma formidável força de mobilização política a tomar o poder da monarquia e, mais ainda, uma inacreditável luta ideológica para sustentar o projeto socialista em uma terra onde o atraso econômico, a agitação social, as catástrofes externas, a extensão do território e a difícil convivência de povos distintos tornavam inglória a tarefa de qualquer governo.
Imaginemos o novo projeto cheio de ineditismo, assediado pela contrarrevolução e sob a inimizade das grandes potências da época. Infelizmente para os ideólogos marxistas as tentativas de revolução na Alemanha e demais países da Europa Central fracassaram, deixando a Rússia bolchevique entregue à própria sorte.
Não podemos negar a grandeza da epopeia da Revolução Russa de 1917. Ela transformou a paisagem social e econômica do país que de atrasado e camponês passou a ter um enorme poder industrial. Mas para que isso acontecesse teve de atravessar uma Guerra Civil, implantar o comunismo e o controle do Estado na economia e sobre as pessoas.
Após a Segunda Guerra Mundial a Rússia, já agora chamada de URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) e com Josef Stalin no poder, experimentou um rápido crescimento econômico, o qual alimentou as previsões de que a economia socialista superaria o capitalismo. O sacrifício para que ocorresse o desenvolvimento dessa potência mundial recaiu sobre o povo russo.
E mais ainda: a força de se tornar uma grande potência bélica fez-se através do autoritarismo político, desprezando as demandas imediatas da população, com uma inflexibilidade ideológica que acabou por desmoralizar o projeto socialista da Revolução. A falência do idealismo socialista seria, no plano ideológico, um dos fatores essenciais do fim do socialismo na Europa.
Não cabe aqui especular, se após a queda da ideologia comunista implantada na Rússia o evento revolucionário teria dado certo caso os caminhos seguidos fossem outros. Mas sabemos que os efeitos da Revolução Russa e do socialismo fizeram-se sentir para além da União Soviética. Uma das grandes virtudes da Revolução de Outubro foi ter provocado profundas transformações no mundo, inclusive no sistema capitalista que pretendia superar.
Neste mês de outubro colocamos, aqui, a história dentro da vida e da ação para lembrar o passado e o alcance dos fatos que deram corpo e esperanças a um povo, alcançando ainda outras terras e outros países.
Outubro marca um evento de grande porte histórico. Este evento chama-se Revolução Russa, um dos marcos da história humana, cuja importância se deve não apenas a seus efeitos políticos e econômicos de alcance global, mas também à capacidade de cativar a imaginação das gerações que se seguiram. É um momento que as gerações de hoje têm de conhecer mesmo já passados 96 anos.
Juntamente com a Revolução Francesa, a Russa faz justiça à alcunha. Ambas quebraram um padrão de comportamento e de organização social. Abriram novo período histórico. A Revolução de 1917 marcou profundamente a evolução dos países no mundo, inclusive as relações internacionais no Século XX.
Para os marxistas, esse evento continua um marco, mesmo que o seu desenvolvimento tenha criado um novo tipo de sociedade e desvirtuado o que se chamava de governo popular. Para eles, é premente a necessidade de fazer com que o socialismo supere o capitalismo dentro das próprias sociedades capitalistas usando a força proletária, pois o caminho do socialismo passa antes pelo esgotamento da ideologia capitalista e burguesa.
O otimismo marxista do início do Século XX acreditava que o surgimento do socialismo na Rússia e a derrubada da monarquia czarista iriam criar um estopim para originar a Revolução Europeia. Assim, o socialismo, com a vitória da Revolução Russa e posterior envolvimento dos países europeus, seria acolhido em países como Alemanha e França. A sobrevivência de uma Rússia socialista dependia do triunfo da revolução em outros países.
Isso porque a Rússia era um país tecnologicamente atrasado. Basicamente rural. Possuía um pequeno proletariado industrial comparado com a Inglaterra, Alemanha e França. Em um país imenso, surgiu uma formidável força de mobilização política a tomar o poder da monarquia e, mais ainda, uma inacreditável luta ideológica para sustentar o projeto socialista em uma terra onde o atraso econômico, a agitação social, as catástrofes externas, a extensão do território e a difícil convivência de povos distintos tornavam inglória a tarefa de qualquer governo.
Imaginemos o novo projeto cheio de ineditismo, assediado pela contrarrevolução e sob a inimizade das grandes potências da época. Infelizmente para os ideólogos marxistas as tentativas de revolução na Alemanha e demais países da Europa Central fracassaram, deixando a Rússia bolchevique entregue à própria sorte.
Não podemos negar a grandeza da epopeia da Revolução Russa de 1917. Ela transformou a paisagem social e econômica do país que de atrasado e camponês passou a ter um enorme poder industrial. Mas para que isso acontecesse teve de atravessar uma Guerra Civil, implantar o comunismo e o controle do Estado na economia e sobre as pessoas.
Após a Segunda Guerra Mundial a Rússia, já agora chamada de URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) e com Josef Stalin no poder, experimentou um rápido crescimento econômico, o qual alimentou as previsões de que a economia socialista superaria o capitalismo. O sacrifício para que ocorresse o desenvolvimento dessa potência mundial recaiu sobre o povo russo.
E mais ainda: a força de se tornar uma grande potência bélica fez-se através do autoritarismo político, desprezando as demandas imediatas da população, com uma inflexibilidade ideológica que acabou por desmoralizar o projeto socialista da Revolução. A falência do idealismo socialista seria, no plano ideológico, um dos fatores essenciais do fim do socialismo na Europa.
Não cabe aqui especular, se após a queda da ideologia comunista implantada na Rússia o evento revolucionário teria dado certo caso os caminhos seguidos fossem outros. Mas sabemos que os efeitos da Revolução Russa e do socialismo fizeram-se sentir para além da União Soviética. Uma das grandes virtudes da Revolução de Outubro foi ter provocado profundas transformações no mundo, inclusive no sistema capitalista que pretendia superar.
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