segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

HUMANITAS Nº 90 – DEZEMBRO 2019 – PÁGINA 2

EDITORIAL
Crendice e alienação

O dia 25 de dezembro é uma data que tem como objetivo explorar a crendice popular e lucrar com a alienação humana. O dia 25 de dezembro possui uma história simples que começou pelo menos há 7 mil anos antes da Era Comum.
Tão antiga quanto a civilização! Celebrava-se o solstício de inverno no hemisfério norte, ou seja, a noite mais longa do ano. Da madrugada desse dia em diante, o sol fica cada vez mais tempo no céu, até o auge do verão. É o ponto de virada das trevas para a luz: o renascimento do Sol.
Numa época em que o homem deixava de ser um caçador errante e começava a dominar a agricultura, a volta dos dias mais longos significava a certeza de colheitas no ano seguinte. Então, tudo era festa.
Na Mesopotâmia durava doze dias. Na Grécia, cultuava-se Dionísio, o deus do vinho e da vida mansa. No Egito, lembrava-se a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos. Na China, as homenagens eram (e ainda são) para o símbolo do yin-yang, que representa a harmonia da natureza.
Na Grã-Bretanha, os povos comemoravam o Dia do Sol em volta de Stonehenge, monumento que começou a ser erguido em 3100 antes da Era Comum.
Na Roma Antiga, o deus Mithra ganhou celebração exclusiva: o festival do Sol Invicto, evento que passou a fechar outra festa dedicada ao solstício: a Saturnália, que durava uma semana e servia para homenagear Saturno, senhor da agricultura.
Depois, o cristianismo romano incorporou todos os festejos dedicados ao deus Mithra, criando, repaginando e perpetuando, violentamente, através da cruz e da espada, essa data de 25 de dezembro como sendo a do nascimento de uma lenda chamada Jesus Cristo.
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A noção de alma
Décio Schroeter – Porto Alegre/RS

Toda a noção de "alma" é imaginária. O conceito de "alma" foi inventado pela religião, porque muitas pessoas têm dificuldade para enfrentar sua própria mortalidade. Ela até pode fazer as pessoas se sentirem melhor com essa auto-ilusão, mas o conceito é uma completa invenção.
É quando você pensa sobre as reações químicas que alimentam a sua vida e seu cérebro que você percebe o quão completamente imaginário sua "alma" é verdadeiramente. E nesse ponto, tudo sobre religião é desvendado e desmistificado.
Volte para sua infância quando você era criança e percebeu que o Papai Noel era imaginário. Assim você descobriu o que, era óbvio. Renas não voam. Um homem não pode deslizar para dentro de chaminés. Não há nenhuma maneira de um trenó poder transportar todos os brinquedos para todas as crianças do mundo.
É óbvio que os seres humanos são grandes reações químicas. Sua "alma" é fazer lhe crer como santa durante e após a morte. Quando as reações químicas param, o sonho acaba, você morre. Esse é o fim de tudo.
Sabendo disso, você pode ver que tudo sobre a religião é imaginação. É tudo ficção ter acreditado em todas essas crendices e dogmas religiosos por séculos. O comércio de alma é um comércio muito rentável, ou pelo menos costumava ser.
Exemplos de pessoas que colocaram suas almas no mercado são algumas estrelas de cinema, João de Deus, (p)Edir Ma(is)cedo, Silas Mala(cheia).
O homem tem sido condicionado pelas diferentes religiões a viver na miséria e em sofrimento e autotortura até a sua morte.
A ele são dadas promessas e grandes recompensas na Terra do Nunca para depois da morte como possibilidade real.
Quanto mais ele sofre, tortura a si mesmo, é masoquista, destrói sua dignidade, mais ele será recompensado.
Esse é um conceito muito conveniente para o sistema, porque o homem que está pronto para sofrer pode ser facilmente escravizado.
O homem que está pronto para sacrificar o hoje por um amanhã desconhecido, já declarou sua inclinação para ser escravizado.
O futuro se torna uma escravidão. Essa ilusão é a psicose coletiva criada pelas religiões.
Como disse o escritor e pesquisador, Alfredo Bernacchi: “Acho que essa palavra [sobrenatural] nem deveria existir, porque tudo é natural, provém da Natureza. Esse negócio de espiritual é pura fantasia disseminada pela religião que quer o seu dinheiro. Só isso".

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