EDITORIAL
A ESPÉCIE HUMANA
A espécie humana não admite a paz. Para
ela, a estabilidade jamais será admitida, porque representa falta de movimento.
Na verdade, a espécie humana faz parte de uma natureza
em convulsão e ebulição. É o vulcão que explode e que no rio de magma destrói
tudo para depois reconstruir.
Para o filósofo Thomas Hobbes a sociedade
inata do homem é uma estupidez. De acordo com ele, o estado de natureza é o
estado de guerra de todos contra todos, onde "a vida do homem é solitária, pobre, asquerosa, brutal,
curta" (“Leviatã” Cap. XIII).
Em relação à espécie humana, temos de levar
em conta a sua capacidade de realizar grandes transformações no ambiente em que
vive.
Tais transformações acontecem para aumentar
o poder de sobrevivência, suprindo necessidades como alimentação (cultivo de
alimentos e a criação de animais), moradia, transporte e produção de energia. O
grau de cultura de cada povo e suas capacidades de raciocínio e de comunicação
contribuem para isso.
A espécie humana pode habitar qualquer
região do planeta porque possui alta capacidade de adaptação, conseguindo
explorar e modificar os recursos disponíveis, utilizando os seus conhecimentos
acumulados.
Tudo porque a cultura humana consiste na
soma dos conhecimentos, experiências e criações de cada povo, aprendidos e
acumulados ao longo do tempo, os quais são propagados e modificados de acordo
com os recursos disponíveis.
Pelo que vemos, as sociedades se
estruturaram, desde eras antigas, de modo a beneficiar alguns em prol de outros
(eis porque, desde o início, os homens escravizam outros homens e também os
animais).
Esta é a origem da exploração e das
desigualdades.
É assim que a espécie humana vive,
usufruindo de outras vidas, aprendendo a fechar os olhos para a crueldade e
para a tirania, como se elas fossem naturais em nós, quando elas são a
principal doença que afeta nossa espécie.
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LULA E O INCONSCIENTE
COLETIVO
Antonio Carlos Gomes –
Médico- Guarujá/SP
Estava folheando
Carl Jung por curiosidade. Queria saber como ele explicava o “inconsciente
coletivo”. Muito interessante. Dizia ele que uma memória genética,
instintiva, agia como corpo estranho para além do inconsciente e muitas vezes
nos obrigava a atitudes ilógicas e desconexas que refletiam as antigas
experiências da espécie e da vida.
No mesmo dia
estava montado o julgamento de Lula. Como considero que somos frutos de uma
mitose complexa, já que a natureza não muda os métodos, apenas aperfeiçoa, esta
explicação instintiva além de me satisfazer levou a pensar:
“- Como um homem que retirou trinta e dois
milhões da miséria pode ser condenado por um imóvel que não tem as chaves, a
escritura e nunca ocupou? Como religiosos evangélicos fizeram correntes de
oração para condenar um homem, que considero justo, sem nenhuma prova? O que
leva um chefe de família no qual a casa onde habita foi comprada por quantia
irrisória, apesar do protesto dos bancos, agora comemorar a condenação sem
provas e atacar quem realmente lutou para que a sua família tivesse um teto?”
Para os cristãos,
o seu líder maior Jesus Cristo pregava a “Boa
Nova” que era semelhante à igualdade pregada pelo Governo Lula.
É exatamente aí
que está a metáfora. Cristo, um líder religioso pregava a paz. O mesmo que Lula
fazia politicamente sem evocar nenhum deus. Cristo nunca foi contra a classe
dominante, apesar de seu povo estar submetido ao Império Romano. Com Lula, os
empresários tiveram aumento do lucro em seu governo.
Cristo
multiplicou o pão e o peixe para as populações famintas, Lula aperfeiçoou a
distribuição de renda com o Bolsa Família. Cristo curou os enfermos, Lula fez a
farmácia Popular, criou o Mais Médicos.
Cristo foi traído
por trinta moedas, devia valer muito na época. Lula foi traído pelo Capital.
Por trás da
condenação de Cristo estavam os Rabinos que se aliavam ao invasor.
Igualmente contra
Lula aliaram-se religiosos, que pregam muito mais o Velho Testamento do que a “Boa
Nova de Cristo”,
O povo de Israel
foi dispersado pela Europa e Oriente, vagando sem pátria por quase dois mil
anos. O povo brasileiro está condenado matematicamente à fome, já que as
riquezas do País estão sendo sucateadas e vendidas aos neoliberais.
Pensando bem, Carl Jung tem uma certa dose de razão. Espero que a Nação
continue e não se desfaça em loteamentos capitalistas.
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