Símbolos modernos e degradação do planeta
Manfred Grellmann – Camaragibe/PE
Presença constante na sociedade humana são
os símbolos ou logotipos. Com um olhar apenas se identifica um produto, marca,
empresa, regulamento, grupo ou associação e até povos e raças. Mas há um aspecto
da sociedade humana que ainda não foi simbolizado conforme seu caráter típico.
Trata-se da degradação e decadência da espécie.
Que tal simbolizar esse estado com uma
opulenta poltrona rasgada e atolada em um sujo e fedorento riacho, com um
representante da espécie humana vestindo um smoking e cartola, nela sentado e
sorridente, ladeando a mesma com fraldas descartáveis, caracterizado de forma
pungente e clara?
Este símbolo ou logomarca humana seria
usado em qualquer lugar e sinalizado na mídia com os dizeres: eu, espécie
humana, sou um destruidor da minha própria casa!
Se extraterrestres conseguirem entender
nossos sinais, tal símbolo deveria ser desenhado em uma planície visível do
espaço, de forma semelhante às linhas de Nazca.
Quem chegar, já sabe com que tipo de gente
vai se defrontar.
Lixo de meio ambiente, lixo de ser humano,
lixo de comida, lixo de saúde, lixo de política, lixo de honestidade, enfim um
planeta ocupado por lixo.
Hiper super ultra máximo ser humano!! A
fina flor da criação universal com cara de pau, falando em deus! Habitante de
um grão de pó do universo, se muito!!
Hoje não se considera absurdo
jogar veneno em plantações que dias depois vão ser consumidas e ninguém acha
que isto seja nojento ou perigoso.
Bebemos água (é claro que foi tratada), mas
proveniente da mistura de lixo de todo espectro, incluindo urina e fezes e
ninguém faz cara de nojo por isso!
Mas todo mundo ficaria enojado se alguém
servisse num jantar uma salada em um penico, mesmo sabendo que o mesmo
foi higienizado depois do uso.
A sociedade humana está sentada em cima de
falsos valores. Troca a verdade pela mentira, a modéstia pelo orgulho, a
admiração pela inveja, a honestidade pela trapaça.
Arrogantemente chafurdamos neste planeta
que nos suporta. Ficamos perfumados e desodorizados, tomamos banho com produtos
tecnológicos e de grife, divulgados como sensação de pureza, perfeição e
adequação ecológica, com nosso conceito de beleza e estética transformado em
religião (mais uma!), alimentada pela indústria da moda e pela mídia. O ser
humano fica limpinho. A terra: esgoto a céu aberto.
O maior responsável por este estado de
coisas é a indústria de consumo, a mídia e a indústria de armamentos capitaneados
pelos políticos. Nossas ações estão cada vez mais atrasadas em relação à
agressiva invasão de poluentes e degradação. O monstruoso rastro de
detritos e fedor deixado pela espécie humana é enorme. Não adianta dizer: “tenho consciência, faço o que posso, separo
o lixo, não jogo nada na rua, economizo isto ou aquilo”. Há uma coisa da
qual poucos se lembram. Chama-se: SISTEMA. Você está inserido nele!
Mesmo fazendo sua parte, você participa. Não escapa de sua parcela de culpa.
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