quarta-feira, 13 de agosto de 2014

HUMANITAS Nº 26 - AGOSTO/2014 - PÁGINA 8


Símbolos modernos e degradação do planeta
Manfred Grellmann – Camaragibe/PE

Presença constante na sociedade humana são os símbolos ou logotipos. Com um olhar apenas se identifica um produto, marca, empresa, regulamento, grupo ou associação e até povos e raças. Mas há um aspecto da sociedade humana que ainda não foi simbolizado conforme seu caráter típico. Trata-se da degradação  e decadência da espécie.
Que tal simbolizar esse estado com uma opulenta poltrona rasgada e atolada em um sujo e fedorento riacho, com um representante da espécie humana vestindo um smoking e cartola, nela sentado e sorridente, ladeando a mesma com fraldas descartáveis, caracterizado de forma pungente e clara?
Este símbolo ou logomarca humana seria usado em qualquer lugar e sinalizado na mídia com os dizeres: eu, espécie humana, sou  um destruidor da minha própria casa!
Se extraterrestres conseguirem entender nossos sinais, tal símbolo deveria ser desenhado em uma planície visível do espaço, de forma semelhante às linhas de Nazca.
Quem chegar, já sabe com que tipo de gente vai se defrontar.
Lixo de meio ambiente, lixo de ser humano, lixo de comida, lixo de saúde, lixo de política, lixo de honestidade, enfim um planeta ocupado por lixo.
Hiper super ultra máximo ser humano!! A fina flor da criação universal com cara de pau, falando em deus! Habitante de um grão de pó do universo, se muito!!
Hoje não se considera absurdo jogar veneno em plantações que dias depois vão ser consumidas e ninguém acha que isto seja nojento ou perigoso.
Bebemos água (é claro que foi tratada), mas proveniente da mistura de lixo de todo espectro, incluindo urina e fezes e ninguém faz cara de nojo por isso!
Mas todo mundo ficaria enojado se alguém servisse  num jantar uma salada em um penico, mesmo sabendo que o mesmo foi higienizado depois do uso.
A sociedade humana está sentada em cima de falsos valores. Troca a verdade pela mentira, a modéstia pelo orgulho, a admiração pela  inveja, a honestidade pela trapaça.
Arrogantemente chafurdamos neste planeta que nos suporta. Ficamos perfumados e desodorizados, tomamos banho com produtos tecnológicos e de grife, divulgados como sensação de pureza, perfeição e adequação ecológica, com nosso conceito de beleza e estética transformado em religião (mais uma!), alimentada pela indústria da moda e pela mídia. O ser humano fica limpinho. A terra: esgoto a céu aberto.
O maior responsável por este estado de coisas é a indústria de consumo, a mídia e a indústria de armamentos capitaneados pelos políticos. Nossas ações estão cada vez mais atrasadas em relação à agressiva  invasão de poluentes e degradação. O monstruoso rastro de detritos e fedor deixado pela espécie humana é enorme. Não adianta dizer: “tenho consciência, faço o que posso, separo o lixo, não jogo nada na rua, economizo isto ou aquilo”. Há uma coisa da qual poucos se lembram. Chama-se: SISTEMA. Você está inserido nele! Mesmo fazendo sua parte, você participa. Não escapa de sua parcela de culpa.

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