Ensino de História: um grande trunfo
para a reflexão social
Aline Cerqueira é mestre em História e
articulista deste Humanitas. Atua em Salvador/BA
Os
desdobramentos do oficio de historiador no trabalho do professor em sala de
aula, requer a preocupação com a problematização dos temas e a visão critica da
sociedade, situando-as no tempo e espaço.
O
conhecimento é um processo que exige um exercício reflexivo e crítico. É necessário
que alunos e professores sejam sujeitos históricos e construtores do seu
próprio conhecimento, visando à consecução de uma sociedade critica e
reflexiva.
A partir
desse argumento é que se faz importante à elaboração de uma postura que visa o
bem comum, criando uma identidade social participativa, visto que compreendemos
que a sociedade brasileira precisa ser participante do processo de defesa dos
direitos sociais.
O ensino de
História é uma prática social complexa, cheia de valores e mudanças humanas,
sendo preciso a problematização dos conteúdos, partindo de uma formação
reflexiva.
A partir daí
observa-se o quanto o conhecimento histórico proporciona uma visão de como foi
construído o Brasil, sem uma visão romântica da elite.
Quais os
fatores que influenciaram para que pudéssemos ter uma sociedade dividida em
classes? Por que os brancos e ricos conseguem concentrar entre eles a renda do
Brasil?
Assim,
percebe-se a desigualdade social que exclui e impossibilita uma política
participativa e coerente.
A relação do
ensino de História com a visão que se tem de uma sociedade é imprescindível.
Torna-se uma prática dinâmica e reflexiva e nos possibilita percorrer um espaço
ainda pouco explorado. A visão histórica do Brasil torna-se uma prática legal
para o desenvolvimento reflexivo da sociedade do século XXI. Diante disso, a
troca de experiências e a reflexão crítica no ensino de História são
enriquecedoras.
Os conceitos
acerca do papel do professor como contribuinte à formação crítica do sujeito
são imprescindíveis para o desenvolvimento de indivíduos que não aceitam ser
massa de manobra.
É
indispensável reconhecer a importância da posição política dos alunos como
pessoas capazes de analisar e criticar. Seus conhecimentos adquiridos se
revelam significativos para realização da proposta de uma sociedade mais
participativa.
A interação
ensino/aprendizagem nos fornece subsídios capazes de apreciar a produção do
saber em diferentes ambientes sociais, sendo ele escolar ou não. A partir desse
principio se constroem vínculos permanentes que expressam de maneira exemplar a
importância das relações em sociedade. Isso é algo preponderante no nosso
crescimento como indivíduos e cidadãos participativos. O processo de
aprendizado histórico precisa ser inclusivo no espaço escolar, sendo que as
análises sociais tornam-se importantes para uma transformação social.
As
discussões realizadas na sala de aula implicam em um movimento de relação
recíproca entre os formadores de opiniões.
O sujeito
que conhece e o objeto a ser conhecido num dado contexto sócio-histórico tem
que partir de uma análise reflexiva.
Isso leva a
estratégias metodológicas que forneçam articulações entre experiência,
vivência, interesses, valores e expectativas diferenciadas, daí a importância
do diálogo dos alunos com a temática abordada, sob a mediação do professor.
A
experiência do ensino de História e a aprendizagem de um determinado contexto é
um processo pelo qual uma nova informação se relaciona com um aspecto do
cotidiano do indivíduo.
Tem que haver
a necessidade da incorporação de diferentes fontes e linguagens do ensino de
História, para que esses instrumentos possam facilitar no “processo de transmissão e produção do conhecimento
interdisciplinar, dinâmico e flexível”.
Logo, as
linguagens auxiliam na produção e/ou difusão dos saberes históricos adquiridos
através das experiências individuais e coletivas dos indivíduos pertencentes à
sociedade.
O professor
precisa ficar aberto a situações inesperadas, em que o planejamento seja
flexível, partindo das discussões na sala de aula. A construção de um
pensamento crítico por parte dos alunos ratifica que toda ação docente é
sujeita a mudanças, composta essencialmente da investigação e reflexão da
prática.
É
com essa concepção que pensamos a docência com um espírito autônomo e cheio de
esperança, uma educação participativa comprometida com a transformação social.
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