Texto de Rafael Rocha – Jornalista –
Recife/PE
Publicado no HUMANITAS de Março/2014
As pessoas
inteligentes sabem que o beijo na boca, apesar de muito bom e gostoso, também
pode causar doenças virais e bacterianas
O
Carnaval chegou e beijar na boca é o lema! Sentir o sabor da saliva do
outro é o prazer! Fechar os olhos e mergulhar em um espaço diferente, erótico e
lascivo?
Sim, beijar é bom! Beijar é saudável, desde que as pessoas que se beijam se conheçam e a outra saiba da outra. No Carnaval, quando a libertinagem toma conta dos corpos, quando mulheres e homens entram na vertigem lasciva e dionisíaca da festa, os beijos acontecem sem que as pessoas se conheçam mais a fundo. Nada contra o beijar, mas o que dizer do beijo na boca? O que falar simplesmente do beijo?
As referências mais antigas de beijos entre os seres humanos foram esculpidas por volta do ano de 2.500 antes da Era Comum nas paredes dos templos de Khajuraho, na Índia.
Já entre os persas, nos mais longínquos tempos históricos, os homens trocavam beijos na boca, ainda que isso só valesse para pessoas do mesmo nível social. Se um dos homens fosse considerado hierarquicamente inferior, o beijo deveria ser dado no rosto.
No caso da Grécia Antiga, só eram permitidos beijos na boca entre pais e filhos, irmãos ou amigos muito próximos.
Chegando na Antiga Roma descobrimos que existiam três tipos de beijos: o “basium”, trocado entre conhecidos; o “osculum”, dado apenas em amigos íntimos; e o “suavium”, que era o beijo dos amantes.
Os imperadores romanos permitiam que os nobres mais influentes beijassem seus lábios, enquanto os menos importantes tinham de beijar suas mãos. Os súditos podiam beijar apenas seus pés.
No Renascimento beijar na boca era uma forma de saudação comum. Na Velha Albion, a Inglaterra, o visitante ao chegar na casa de alguém, beijava o anfitrião, sua mulher, todos os filhos e até mesmo o cachorro e o gato, mas o beijo foi proibido em 1439, pelo rei Henrique VI para evitar a proliferação de doenças. Oliver Cromwell, no século XVII, proibiu beijos aos domingos. Em 1909, um grupo de americanos considerou o contato dos lábios prejudicial à saúde, fundando então a “Liga Antibeijo”.
O “beijo de língua”, expressão criada por volta de 1920, quando as línguas se entrelaçam, é um dos mais famosos beijos, sendo originário da França.
Agora, vamos voltar ao beijo no Carnaval aqui no Brasil. O interessante é que pouca gente sabe que para tentar dar um fim à farra de milhares de foliões no Carnaval, representantes do Judiciário, em Brasília, decidiram acabar com os beijos durante o reinado de Momo.
Assim, quem for flagrado cometendo o ato poderá pegar até três anos de prisão. É a primeira de muitas medidas visando melhorar a imagem e “evangelizar” o Carnaval no Brasil. Será aprovada mesmo?
Em Olinda, Pernambuco, os "beijos forçados" no Carnaval foram proibidos como uma maneira de proteger as mulheres que querem participar da festa sem serem atacadas por foliões desagradáveis, de acordo com o governante da cidade.
A proibição visa coibir uma "tradição", na qual grupos de homens formam corredores nas ruas de Olinda e sapecam beijos nas mulheres. Só uma coisa os legisladores esqueceram: “Carnaval é a festa da carne e do vale-tudo e quem vai pra chuva sabe que vai se molhar”.
Sim, beijar é bom! Beijar é saudável, desde que as pessoas que se beijam se conheçam e a outra saiba da outra. No Carnaval, quando a libertinagem toma conta dos corpos, quando mulheres e homens entram na vertigem lasciva e dionisíaca da festa, os beijos acontecem sem que as pessoas se conheçam mais a fundo. Nada contra o beijar, mas o que dizer do beijo na boca? O que falar simplesmente do beijo?
As referências mais antigas de beijos entre os seres humanos foram esculpidas por volta do ano de 2.500 antes da Era Comum nas paredes dos templos de Khajuraho, na Índia.
Já entre os persas, nos mais longínquos tempos históricos, os homens trocavam beijos na boca, ainda que isso só valesse para pessoas do mesmo nível social. Se um dos homens fosse considerado hierarquicamente inferior, o beijo deveria ser dado no rosto.
No caso da Grécia Antiga, só eram permitidos beijos na boca entre pais e filhos, irmãos ou amigos muito próximos.
Chegando na Antiga Roma descobrimos que existiam três tipos de beijos: o “basium”, trocado entre conhecidos; o “osculum”, dado apenas em amigos íntimos; e o “suavium”, que era o beijo dos amantes.
Os imperadores romanos permitiam que os nobres mais influentes beijassem seus lábios, enquanto os menos importantes tinham de beijar suas mãos. Os súditos podiam beijar apenas seus pés.
No Renascimento beijar na boca era uma forma de saudação comum. Na Velha Albion, a Inglaterra, o visitante ao chegar na casa de alguém, beijava o anfitrião, sua mulher, todos os filhos e até mesmo o cachorro e o gato, mas o beijo foi proibido em 1439, pelo rei Henrique VI para evitar a proliferação de doenças. Oliver Cromwell, no século XVII, proibiu beijos aos domingos. Em 1909, um grupo de americanos considerou o contato dos lábios prejudicial à saúde, fundando então a “Liga Antibeijo”.
O “beijo de língua”, expressão criada por volta de 1920, quando as línguas se entrelaçam, é um dos mais famosos beijos, sendo originário da França.
Agora, vamos voltar ao beijo no Carnaval aqui no Brasil. O interessante é que pouca gente sabe que para tentar dar um fim à farra de milhares de foliões no Carnaval, representantes do Judiciário, em Brasília, decidiram acabar com os beijos durante o reinado de Momo.
Assim, quem for flagrado cometendo o ato poderá pegar até três anos de prisão. É a primeira de muitas medidas visando melhorar a imagem e “evangelizar” o Carnaval no Brasil. Será aprovada mesmo?
Em Olinda, Pernambuco, os "beijos forçados" no Carnaval foram proibidos como uma maneira de proteger as mulheres que querem participar da festa sem serem atacadas por foliões desagradáveis, de acordo com o governante da cidade.
A proibição visa coibir uma "tradição", na qual grupos de homens formam corredores nas ruas de Olinda e sapecam beijos nas mulheres. Só uma coisa os legisladores esqueceram: “Carnaval é a festa da carne e do vale-tudo e quem vai pra chuva sabe que vai se molhar”.
Claro que as
pessoas inteligentes entendem que o beijo na boca, apesar de muito bom e
gostoso, também pode causar doenças virais e bacterianas.
Elas e eles sabem disso! E no Carnaval a possibilidade de contágio aumenta, já que muitas pessoas aproveitam o clima de paquera e acabam beijando desconhecidos. O problema é que tais pessoas não têm como saber se o parceiro(a) que mal conheceu é saudável.
Sim, é verdade! As chances de contrair doenças sexualmente transmissíveis também aumentam. Muitas infecções acontecem através da troca de saliva, pelo fato de a boca possuir uma flora natural, formada por bactérias, vírus e fungos, que convivem pacificamente em determinado organismo, mas que podem transmitir doenças a outros.
O beijo na boca pode se tornar perigoso, sim. Doenças causadas por bactérias como gripe, herpes, amigdalite, gengivite, cárie dental e a meningite, além das virais, a hepatite e a mononucleose, podem se manifestar logo após a folia. Alguns vírus, como o da gripe, são tão resistentes ao ponto de serem transmitidos tanto pelo beijo quanto através de um simples aperto de mão.
Porém, não dá para pedir às pessoas para não beijarem na boca durante o reinado de Baco. O beijo é participante marcado na licenciosidade do Carnaval, onde tudo de erótico é permitido.
Elas e eles sabem disso! E no Carnaval a possibilidade de contágio aumenta, já que muitas pessoas aproveitam o clima de paquera e acabam beijando desconhecidos. O problema é que tais pessoas não têm como saber se o parceiro(a) que mal conheceu é saudável.
Sim, é verdade! As chances de contrair doenças sexualmente transmissíveis também aumentam. Muitas infecções acontecem através da troca de saliva, pelo fato de a boca possuir uma flora natural, formada por bactérias, vírus e fungos, que convivem pacificamente em determinado organismo, mas que podem transmitir doenças a outros.
O beijo na boca pode se tornar perigoso, sim. Doenças causadas por bactérias como gripe, herpes, amigdalite, gengivite, cárie dental e a meningite, além das virais, a hepatite e a mononucleose, podem se manifestar logo após a folia. Alguns vírus, como o da gripe, são tão resistentes ao ponto de serem transmitidos tanto pelo beijo quanto através de um simples aperto de mão.
Porém, não dá para pedir às pessoas para não beijarem na boca durante o reinado de Baco. O beijo é participante marcado na licenciosidade do Carnaval, onde tudo de erótico é permitido.