sábado, 7 de junho de 2014

Breve histórico sobre o nascimento e a evolução do futebol (2)

O futebol tornou-se uma forma de identificação para as massas
trabalhadoras das grandes cidades inglesas

A classe burguesa industrial triunfou, e suas regulamentações esportivas se massificaram, tornando o futebol em um esporte de massa.
Além disso, "os burgueses descobriram o futebol como meio de despolitização dos trabalhadores na década de 1860.(...) O objetivo era bem claro. Eles precisavam manter os operários à margem da atividade política dentro de suas organizações de classe".
Notamos, portanto, que a regulamentação das regras do futebol aconteceu em um momento histórico, quando o operariado começava a reivindicar seus direitos e a se tornar uma classe política. Portanto, nada melhor para a burguesia industrial do que controlar, a partir da criação de regras, um jogo que a maioria proletária praticava.
No ano de 1863 foi fundada na Inglaterra a Football Association, com regras para a prática do jogo entre as equipes. Criaram-se assim tabelas, datas dos jogos, controlando-se a prática. Os times eram formados pelas fábricas espalhadas pelas diversas cidades do país.
Os jogadores desses times eram os próprios funcionários das fábricas, que disputavam jogos, geralmente nos sábados à tarde (tradição existente até hoje no Campeonato Inglês de Futebol) no dia em que tinham folgas. Muitas pessoas iam assistir às partidas.
Os times eram representados pelos operários das fábricas e também pela família e comunidade onde habitavam os jogadores. Nesse período começam a surgir as grandes rivalidades entre os diferentes times das cidades da Grã-Bretanha, ocorrendo as disputas entre o Manchester City e o Manchester United, o Glasgow Celtic e o Glasgow Rangers, e o Arsenal, o Chelsea e o Cristal Palace, em Londres.
Começa nesse instante a identificação por parte da população pelos clubes de futebol, tanto por razões comunitárias, culturais e até mesmo religiosas. Tal massificação do esporte fez com que o historiador inglês Eric Hobsbawn chamasse o jogo de futebol como "a religião leiga da classe operária".
Como será que o futebol conseguiu tanto sucesso entre as massas, e até mesmo entre todas as demais classes? Qual o motivo de toda essa paixão pelo esporte surgida na Segunda metade do século 19?
Podemos seguir agora o raciocínio do historiador Nicolau Sevcenko, o qual assinala que “num curtíssimo espaço de tempo, o futebol conquistou por completo toda a população trabalhadora inglesa e, em breve, conquistaria a do mundo inteiro. Como entender esse frenesi, esse poder irresistível de sedução, essa difusão epidêmica inelutável? Como vimos, parte da explicação está nas cidades, parte no próprio futebol.
A extraordinária expansão das cidades aconteceu a partir da Revolução Científico-Tecnológica, pela multiplicação acelerada da massa trabalhadora que para elas acorreu em sucessivas e gigantescas ondas migratórias.
Nas metrópoles assim surgidas, ninguém tinha raízes ou tradições, todos vinham de diferentes partes do território nacional ou do mundo. Na sua busca por novos traços de identidade e de solidariedade coletiva, de novas bases emocionais de coesão que substituíssem as comunidades e os laços de parentesco que cada um deixou ao emigrar, essas pessoas se vêem atraídas, dragadas para a paixão futebolística que irmana estranhos e que os faz comungarem de ideais, objetivos e sonhos e que consolida gigantescas famílias vestindo as mesmas cores."
Assim descobrimos que o futebol tornou-se uma forma de identificação para as massas trabalhadoras das grandes cidades inglesas. Os times se tornaram muito mais do que times, tornaram-se um objeto em que as pessoas encontravam o seu igual, encontravam seus objetivos e sonhos, tão arraigados pelo trabalho árduo nas fábricas durante a semana.
O futebol faz com que todos saiam ganhando. Tanto as grandes massas, que encontram nele certa identidade, quanto a burguesia, que o utiliza para regulamentar a sociedade e a massa proletária.
O século 19 pode ser considerado o século do imperialismo inglês pelo mundo. Assim como o comércio inglês se expandiu pelo mundo, os seus aspectos culturais também. E com o futebol não foi diferente.

Garrincha – o gênio das pernas tortas

Era um verdadeiro espetáculo ver aquele rapaz de pernas 
tortas demolindo todos os seus marcadores
Manuel Francisco dos Santos, que se tornou mundialmente conhecido como Mané Garrincha, ou simplesmente Garrincha, era natural da localidade de Pau Grande, distrito de Magé, Rio de Janeiro, onde nasceu em 18/10/1933. O apelido pelo qual ficou conhecido veio da corruíra (também chamada de cambaxirra, garricha, garrincha, garrinchão e outros), um pequeno pássaro muito comum em grande parte do Brasil, e que ele costumava caçar durante a sua adolescência.
De origem humilde, Garrincha começou a jogar futebol no time da comunidade onde morava. Tinha apenas quatorze anos de idade, mas a facilidade com que se livrava dos adversários responsáveis pela ingrata tarefa de marcá-lo em campo, já chamava a atenção dos que tinham oportunidade de vê-lo em ação. Seu drible fácil, quase sempre para a direita, prenunciava o que dele diria mais tarde o poeta Carlos Drummond de Andrade: Se há um deus que regula o futebol, esse deus é, sobretudo, irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios”. 
Um dia, segundo consta, Arati, ex-jogador do Botafogo carioca, o levou ao campo de treino do clube a que pertencera, para que se submetesse a um teste. Alguns biógrafos de Garrincha afirmam que ele já havia tentado a mesma coisa em outros times do Rio de Janeiro sem, no entanto, merecer maior atenção: sua perna esquerda, arqueada para fora, causava nos técnicos que o examinavam com o olhar rápido de quem tem tarefas mais importantes a realizar, uma primeira impressão absolutamente negativa, desfavorável, e por isso não lhe davam oportunidade de mostrar do que era capaz. 
Mas no dia 10 de junho de 1953 Garrincha chegou ao Botafogo para ser “experimentado”. Durante o treino o técnico Gentil Cardoso o colocou na ponta-direita do time reserva, tendo Nilton Santos, o lateral-esquerdo da seleção brasileira, como marcador. No livro “Estrela Solitária”, o escritor Ruy Castro relata essa passagem da seguinte forma: Quando aquele ponta novato dominou a bola e parou para esperá-lo, Nilton partiu tranquilo para desarmá-lo. Tranquilo até demais, porque quando se deu conta, já havia sido driblado para fora. Correu atrás dele, e quando emparelharam, o ponta freou cantando os pneus. Ficaram de novo frente a frente. Nilton entrou duro para assustá-lo, mas foi driblado outra vez, e do mesmo jeito. Em outra jogada, minutos depois, o pontinha cometeu a suprema indelicadeza e enfiou-lhe a bola entre as pernas”. 
Isso explica a correria dos homens do Botafogo, após o treino, para fazer Garrincha ‘assinar qualquer papel’, para segurá-lo. Nilton Santos foi consultado e deu a sua opinião favorável: O garoto é um monstro. É melhor ele conosco do que contra nós”. Anos depois, Nilton lembrou daquele dia com saudade. Eu vi um cara todo estranho, todo torto, e pensei: - é mais um que vem treinar. Não era. Balançou e passou por mim várias vezes. Eu perguntei: - O que é isso?" 
E foi assim que começou a carreira futebolística profissional de Mané Garrincha, o “anjo das pernas tortas” que inspirou o poeta Vinícius de Moraes na criação da seguinte poesia: 
 A um passe de Didi, Garrincha avança / Colado o couro aos pés, o olhar atento. / Dribla um, dribla dois, depois descansa, / como a medir o lance do momento. / Vem-lhe o pressentimento, ele se lança / mais rápido que o próprio pensamento. / Dribla mais um, mais dois, a bola trança / feliz entre seus pés – um pé de vento! / Num só transporte a multidão contrita, / em ato de morte se levanta e grita / seu uníssono canto de esperança. / Garrincha, o anjo, escuta e atende: Goooooool / É pura imagem: um G que chuta um O. / Dentro da meta um L. É pura dança!”. 
Era um verdadeiro espetáculo vê-lo deslizar pela ponta direita, demolindo todos aqueles que tentavam impedi-lo. Era o símbolo maior do futebol moleque, irreverente.
Na Seleção Mundial do século 20, escolhida pela FIFA em 1998, seu nome aparece ao lado dos de Yashin – Goleiro, Carlos Alberto - Lateral-direito, Bobby Moore – Zagueiro, Beckenbauer – Zagueiro, Nilton Santos - Lateral-esquerdo, Cruyff - Meio-campista, Platini - Meio-campista, Di Stéfano - Meio-campista, Maradona - Atacante. Garrincha - Atacante e Pelé – Atacante. 
Garrincha foi campeão mundial de futebol em 1958 e 1962; campeão carioca pelo Botafogo em 1957. 1961, 1962. foram ditas com carinho e admiração. Como a de Gavril Katchalin, técnico soviético em 1962: 
Garrincha é um verdadeiro assombro. Não pode ser produto de nenhuma escola de futebol. É um jogador como jamais vi igual”. 
Ou a do jornal chileno El Mercúrio, em 1962: De que planeta veio Garrincha?”. 
Ou ainda a de Didi, seu companheiro no Botafogo e na seleção: Eu fazia o lançamento e tinha vontade de rir. O Mané ia passando e deixando os homens de bunda no chão. Em fila, disciplinadamente”. 
E também a de Nils Liedholm. meia da Suécia na Copa de 1958: Estávamos em pânico pensando no que Garrincha poderia fazer. Não existia marcador no mundo capaz de neutralizá-lo”. 
Irreverente, ingênuo, brincalhão, simples e humilde, era dono da arte e competência sem igual com que encantava torcedores do mundo inteiro, até mesmo dos times adversários, Garrincha foi, realmente, a “alegria do povo”.
Jogou pelo Botafogo, de 1953 a 1965; pelo Corínthians Paulista, em 1966; pelo Atlético Júnior, da Colômbia, em 1968; pelo Flamengo, em 1969; e no Olaria carioca, em 1972, ano em que encerrou sua carreira.
Como jogador da seleção brasileira, disputou 60 partidas, das quais perdeu só uma: contra a Hungria (3 x 1), na Copa de 1966. Em 19 de dezembro de 1973, no jogo de gratidão para Garrincha, a torcida lotou o estádio para se despedir do craque que amava, o maior ponta-direita do mundo. 
Garrincha morreu no dia 20 de janeiro de 1983, no Rio de Janeiro, vítima de um edema pulmonar, e seu velório foi realizado no estádio do Maracanã.

As origens do futebol no Brasil

Texto de Rafael Rocha – Jornalista – Recife/PE

De acordo com o historiador Nicolau Sevcenko "... no Brasil, recebemos, do berço, o nome, a religião e o clube de futebol, que, juntamente com o sexo e o estado civil, nos acompanharão pelo mundo social que acabamos de entrar" . E ele tem toda a razão ao dizer isso, pois o futebol está inserido na sociedade brasileira e também dentro da alma de cada brasileiro. Até aquele que não gosta de futebol torce e simpatiza por algum time, e sempre está ao lado da seleção nacional quando acontece a Copa do Mundo. Desde tenra idade todo cidadão brasileiro conhece o futebol, e começa a interagir com ele.
Muito se discute sobre o surgimento do Football no Brasil. A tese "oficial" salienta que Charles Willian Miller filho de aristocratas ingleses foi o introdutor do futebol em nossa terra, ao trazer da Inglaterra, em 1894, uma bola de futebol, e algumas camisas. Ele ensinou os sócios do São Paulo Atletic Club (SPAC) a praticarem o jogo já bastante conhecido na Grã-Bretanha. Porém, outros historiadores dizem que o Football chegou ao Brasil trazido pelos marinheiros ingleses em 1872, e que foi introduzido no Rio de Janeiro, e mais além, outras fontes assinalam que foram os trabalhadores ingleses das fábricas de São Paulo os introdutores do futebol em nosso país.
Estudos mais recentes mostram que o futebol já era praticado em diversos colégios pelo Brasil. Em Itu, no Colégio São Luís, em 1880 já se praticava o esporte. Em 1886, o futebol tinha muitos admiradores e praticantes no Colégio Anchieta, no Rio de Janeiro; bem como também no Rio, em 1892, no Colégio Pedro II já se praticava o "esporte bretão". Na verdade, não tem nenhum interesse a data real do aparecimento do futebol no Brasil. Interessa é o caminho que o esporte seguiu no país em seus primórdios anos. Segundo Nicolau Sevcenko o futebol se difundiu por dois caminhos: "um foi dos trabalhadores das estradas de ferro, que deram origem às várzeas, o outro foi através dos clubes ingleses que introduziram o esporte dentre os grupos de elite."
Realmente, o futebol no Brasil seguiu estes dois caminhos, mas tais caminhos também se cruzavam. Miller apresentou o futebol à elite paulista, e a sua aceitação foi rápida pelos clubes das diferentes comunidades e, ao mesmo tempo, que a elite começava a praticar esse esporte, o futebol se desenvolvia entre a classe operária, tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo. E se expandiu de forma rápida. Os diversos times dos operários das fábricas iam surgindo na várzea paulista, e os clubes iam adotando o esporte em seus quadros.
"O primeiro grande jogo, aquele que empolgou a platéia, foi realizado em São Paulo, em 1899, na presença de sessenta torcedores(...). de um lado, estava o time formado peos funcionários da empresa Nobling; do outro, os ingleses que trabalhavam na Companhia de Gás, da Estrada de Ferro e do Banco (inglês). No final, um resultado sem novidades: vitória dos ingleses por 1 x 0, diz Waldenyr Caldas. Os clubes da elite começaram a se organizar e a fazer partidas de futebol entre si. Os primeiros amistosos ocorreram em São Paulo nos anos de 1899/1900, entre o São Paulo Athletic, Germânia(atual E.C. Pinheiros), o Mackenzie e a Internacional, todos com sócios da elite paulistana e de várias origens, como americanos, ingleses e alemães. A seguir, surgiu a Liga Paulista de Football, em 1902, com apenas cinco clubes, os quatro já mostrados acima mais o C. A. Paulistano e foi organizado o primeiro campeonato paulista de futebol, cujo campeão seria o São Paulo Athletic, em cujo team jogava Charles Miller. 
Enquanto os clubes de elite se organizavam e montavam campeonatos, os clubes da várzea, formados por operários das diversas fábricas do Rio de Janeiro e São Paulo, começavam a organizar campeonatos entre si. Porém, as fontes documentais desses jogos, e até mesmo das equipes praticamente não existem, devido à característica de serem times pobres. Ao longo do início do século 20 irão surgir diversos clubes formados por operários das fábricas no Rio e em São Paulo. Entre eles: o Bangu Atletic Club, no Rio de Janeiro; Sport Club Corinthians Paulista e o Palestra Itália, em São Paulo.
O Estado brasileiro não se opôs, segundo Caldas, à prática do futebol nos colégios, nem nos locais públicos e isso também fez a Igreja. Esta última chegou a incentivar a prática do esporte nos seus colégios. Isso talvez tenha ocorrido por seus diretores saberem que a experiência inglesa de proibição não havia dado certo, e além do mais, o futebol tinha chegado ao Brasil com as regras já determinadas, não sendo motivo de preocupação para o Estado. Assim, as grandes ligas, tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo e demais regiões do país, continuaram elitizadas até pelo menos à metade da segunda década do século 20. Entretanto, com a grande difusão que o Football tomou no Brasil, conquistando as massas, as ligas tiveram que aceitar times vindos da várzea em seus quadros.
O futebol se popularizou de tal forma no Brasil que deixou de ser um esporte das elites. Segundo Sevcenko "tal como Londres, a cidade de São Paulo ficou até o final dos anos 20 dividida entre três agremiações arquiinimigas, o Paulistano, o Palestra, e o Corinthians. Cada final de Campeonato era como uma guerra civil na cidade". E ainda hoje é assim.
Com o passar dos anos, os clubes de elite foram se desligando do futebol, tudo isso devido à popularização do esporte. Hoje em dia, o único clube que era de elite e que ainda tem o futebol como seu esporte principal talvez seja o Fluminense Football Club, do Rio de Janeiro. Com a profissionalização do futebol brasileiro, em 1933, muitos clubes da elite deixaram de praticar o esporte em campeonatos oficiais, a exemplo do Clube Atlético Paulistano, maior campeão do período do amadorismo no futebol paulista, com 11 títulos.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Mais campeões mundiais


BRASIL (1962) - No Chile, o Brasil tornou-se bicampeão, vencendo na final a Tchecoslováquia por 3x1.
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INGLATERRA (1966) - Em 1966 os ingleses conquistaram a Copa vencendo a Alemanha na final em prorrogação por 2x0.
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BRASIL (1970) - O Brasil conquista definitivamente a taça Jules Rimet ao vencer a Itália na final por 4x1.
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ALEMANHA (1974) - A campeã foi a Alemanha, vencendo a Holanda na final por 2x1. 
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ARGENTINA (1978) – A Copa do Mundo de 1978 foi realizada na Argentina, que se sagrou campeã vencendo a Holanda por 3x1.
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ITÁLIA (1982) - Na Espanha, a Itália foi a campeã ao vencer a Alemanha na final por 3x1.
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ARGENTINA (1986) – A Argentina foi a campeã no México, vencendo na final a Alemanha Ocidental por  3x2.
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ITÁLIA (1990) - A Copa da Itália em 1990 teve como campeã a Alemanha que venceu a Argentina na final por 1x0.
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BRASIL (1994) - Copa dos EUA. A final foi disputada entre Brasil e Itália. O Brasil levou a melhor nos pênaltis por 3x2.
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FRANÇA (1998) – Os franceses conquistaram o título vencendo o Brasil na final por 3x0.
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BRASIL (2002) - Na Ásia. O Brasil vence a Alemanha por 2x0 e se torna pentacampeão.
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ITÁLIA (2006) - A seleção italiana chegou ao tetracampeonato da Copa do Mundo ao vencer a França nos pênaltis por 5x3.
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ESPANHA (2010) – O evento foi sediado na África do Sul. A campeã da Copa foi a Espanha que venceu a Holanda na partida final por 1x0. olanda na partidfa final por 1x).Holanda

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Países que se tornaram campeões mundiais de futebol

Um grupo restrito de oito países forma o clube  dos  campeões mundiais de futebol
 
URUGUAI (1930) - Depois da Olimpíada de 1928, sabendo que o futebol não faria parte dos Jogos Olímpicos de 1932, a FIFA decidiu realizar sua própria competição de futebol. Ela foi criada pelo francês Jules Rimet, em 1928, após ter assumido o comando da FIFA (Federation International Football Association). O país escolhido para receber a Copa de 1930 foi o bicampeão olímpico Uruguai. A longa viagem transatlântica assustou os europeus, que foram representados por quatro seleções: Bélgica, França, Romênia e Iugoslávia. Apenas 13 países participaram da Copa do Mundo de 1930. Final: Uruguai 4 x 2 Argentina. A seleção uruguaia era formada por; Ballestero, Mascheroni, Nasazzi; Andrade, Fernández, Gestido; Dorado, Scarone, Castro, Cea e Iriarte Técnico: Alberto Suppici.
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ITÁLIA (1934) - Em pleno período fascista a Itália organizou a segunda edição da Copa do Mundo. A Copa do Mundo 1934, que teve a campeã Itália fazendo a saudação fascista em seus jogos, reuniu 16 seleções em disputa do estilo "mata-mata". A Itália sagrou-se campeã da Copa do Mundo 1934 passando pelos EUA (7x1), Espanha (1x1 e 1x0), Áustria (1x0), e venceram a final contra a Tchecoslováquia por 2x1.
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ITÁLIA (1938) - Depois da Itália em 1934, a Copa do Mundo voltou a ser disputada na Europa em 1938, na França. Isso causou revolta aos sul-americanos, que achavam que deveria haver rodízio entre a Europa e América do Sul. Isso levou Uruguai e Argentina a não participarem da competição. A Itália tornou-se bicampeã. Apenas Brasil e Cuba representaram o continente Americano. A partida final foi Itália 4 x 2 Hungria, e a Azzurra tornou-se a primeira seleção a ser bicampeã mundial de futebol. Leônidas, atleta da seleção do Brasil, cognominado o Diamante Negro, foi o artilheiro do mundial de 1938. 
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URUGUAI (1950) - Depois de 12 anos, devido à interrupção por causa da Segunda Guerra Mundial, a Copa do Mundo voltava a ser disputada. Dessa vez no Brasil. A Argentina, achando que deveria ser a anfitriã da segunda Copa do Mundo, não participou em protesto.  Prevista para contar com 16 participantes, a Copa de 1950 recebeu apenas 13 seleções. O Uruguai conquistou seu segundo campeonato mundial, derrotando na final de forma surpreendente o Brasil por 2 x 1. Na primeira fase o Uruguai disputou apenas um jogo, no qual derrotou a Bolívia por 8x0 e se classificou para a fase final.
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ALEMANHA (1954) - A conquista da Copa do Mundo de 1954 pela Alemanha Ocidental foi uma grande surpresa, pois a Hungria era a grande favorita ao título, estando invicta por 32 jogos. A Alemanha já havia sido derrotada para a Hungria por 8x3 na primeira fase da competição. A surpresa da vitória alemã por 3x2 na final da Copa do Mundo 1954 foi tão grande, que o jogo ficou conhecido como o "Milagre de Berna". 
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BRASIL (1958) - O Brasil conquistou sua primeira Copa do Mundo, na Suécia, a única disputada na Europa e vencida por uma seleção não europeia, encantando o mundo com jogadores como Pelé, Didi, Vavá e Garrincha. Dezesseis seleções participaram dessa Copa. Na partida final o Brasil derrotou a anfitriã Suécia por 5 x 2, com os seguintes jogadores: Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Orlando, Nilton Santos; Zito, Didi; Garrincha, Vavá, Pelé, Zagalo.

Breve histórico sobre o nascimento e a evolução do futebol (1)



O futebol, como esporte moderno, foi criado na Inglaterra do século 19. Entretanto, muitas pesquisas mostram que o jogo de bola, tanto com os pés como com as mãos é praticado bem anteriormente a essa época. Alguns estudiosos afirmam que a origem deste esporte está na China, há muitos séculos atrás.
Dizem que algo muito parecido com o futebol era jogado por soldados do Imperador Xeng Ti 25 séculos a.C.. A bola era de pele de animal recheada com ferragens. Essas atividades físicas do período anterior ao contemporâneo eram consideradas pelos experts mais como rituais religiosos ou preparação militar.
Pesquisadores assinalam, ainda, que o futebol tem origem na Itália medieval. Esporte, que existe até hoje, praticado anualmente na cidade de Florença. Chama-se Calcio. Tal esporte consiste em um jogo entre duas equipes, as quais em um campo de terra têm que atravessar uma bola até uma área ao final do campo adversário.
O jogo é muito violento. Os ataques físicos entre os jogadores dos dois times são constantes e permitidos. Os italianos acreditam que a origem do futebol está no Calcio, e por tal crença é que, na Itália, o futebol atual é chamado de Gioco Calcio. Na Inglaterra, também, assim como o Cálcio, um jogo violento era praticado desde mais ou menos o ano de 1300: o Hurling.
O Calcio tem características parecidas com outro esporte surgido na Inglaterra ao mesmo tempo que o futebol: o rugby. As raízes de ambos – futebol e rugby – são comuns, pois ambos são muito parecidos. Tais esportes se dividiram no gosto dos aficionados na metade do século 19 na Inglaterra, com dissidências no tocante às questões das regras entre os participantes.
Enquanto o rugby pode ser jogado com as mão e com os pés, o football — como o próprio nome diz — só pode ser jogado com os pés, sendo apenas o keeper (goleiro) que pode pegar a bola com as mãos.
Podemos afirmar que desde os mais remotos tempos o homem e a sociedade humana sempre praticaram jogos. Para se divertirem entre a comunidade ou como algum ritual religioso.
Eram aspectos existentes entre as mais diversas culturas ao redor do mundo. O futebol nasceu dessas variações. Porém, não possuíam um nome definido, variando de regiões para regiões na Inglaterra, na Europa e no Mundo. Na Inglaterra, tais jogos eram praticados pelas camadas populares há várias gerações. Não eram atividades iguais ao Futebol, ao Rugby, mas tinham um objetivo cultural de diversão e ligamento entre os membros das comunidades. A aristocracia não participava dos jogos, considerando-os atos de barbárie, praticados por pessoas sem cultura, além de serem muito violentos e preferia outros, como a equitação, a caça e a esgrima.
Tais jogos começaram a ser praticados pelos alunos das escolas da aristocracia e alta burguesia inglesa no século 19. O Colégio de Rugby é a mais famosa das escolas, pois dele saíram as regras do rugby. Alguns alunos terminaram os diretores a proibirem a prática deles, por serem violentos e "bárbaros".
Tal proibição de nada adiantou. Os estudantes continuaram jogando. Já que essas atividades esportivas não deixariam de ser praticadas, a melhor maneira era regulamentá-las. Surgiram assim as regras do Football e do Rugby.
Ainda que tivessem sido regulamentados nas escolas da elite inglesa tornou-se premente regulamentar tais jogos também entre as classes mais "baixas" da sociedade. No início do século 19, a classe operária estava consolidada. Ela também participa do Football e do Rugby nos horários livres, conquistados no processo de conscientização de classe e do movimento operário sindical.
Mas como esses esportes eram muito violentos e sem regras faziam com que a produção do operariado caísse, por conta de lesões e cansaços, prejudicando o lucro dos grandes patrões da burguesia industrial.
Tal como aconteceu nas escolas da elite inglesa, os jogos também foram regulamentados para as camadas mais baixas da população, trazendo-os para dentro da esfera de controle estatal. A regulamentação do Football se expandiu, com a ajuda do Estado, para todos os ingleses. 
(continua na página 8)

Editorial e mais Rei Pelé – Magia negra do futebol do mundo


FUTEBOL NO AR

O Brasil respira futebol! Futebol está no ar! A ligação do brasileiro com esse esporte é direta. Se o futebol nasceu na Inglaterra, foi em terras bem brasileiras onde ele se tornou a mais pura expressão da arte! Onde se impregnou no cotidiano das pessoas. Hoje, a coisa mais difícil é vê-las deixar de conversar sobre seus times de coração, seus clubes, os jogadores e os gols marcados e não marcados.
Existem muitos esportes no mundo, mas o brasileiro se identifica mais com o futebol. O futebol tem um algo a mais dentro da alma do povo brasileiro, desde que aqui aportou pelas mãos de Charles Willian Miller. O ângulo social e humanista é extenso, pois tem ligação com a liberdade criativa que o futebol nos oferece para se exprimir como arte e por ser um esporte de superação.
Ao contrário dos outros esportes, o futebol é um esporte barato por excelência. Uma bola pode ser feita até de uma velha meia, preenchida com papel de jornal amassado. As traves podem ser marcadas por sandálias e tijolos ou mesmo pedras.
O campo pode ser um pequeno beco, um descampado, a rua onde se mora, ao contrário, por exemplo, do basquete e vôlei que necessitam de elementos como espaços apropriados redes, aros e bolas específicas.
No futebol não há mazela social que retire o brilho nos olhos das crianças de todas as classes, cores e idades. Todos se rendem à emoção de tirar aquele grito preso na garganta, muitas vezes representando o extravasar de todas as frustrações e maus-tratos a que nosso povo é submetido há mais de 500 anos.
Qualquer pessoa que chegar numa cidade brasileira onde não conheça ninguém pode ir a um campo de várzea, e logo ao chegar alguém irá perguntar se deseja jogar. Se aceitar, eis a receita para ganhar novos tantos amigos quanto jogadores estiverem em campo.
Assim, o futebol aproxima as pessoas e sentencia ao esquecimento, mesmo que temporário, as diferenças existentes entre elas, quaisquer que sejam.
A maioria do povo brasileiro (menos alguns imbecis e idiotas, mísera parte da população) está em festa neste mês de junho de 2014.
Vamos ter Copa do Mundo de Futebol no Brasil! Pela segunda vez vamos celebrar em nosso país a paixão pelo esporte em ligação direta com a cultura que nos cerca!
E vamos torcer pela nossa Seleção para que ela ganhe e não repita o fiasco de 1950!
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REI PELÉ - MAGIA NEGRA DO FUTEBOL DO MUNDO

Texto de Ismael López/El Norte - versão Patrícia Fook

Falar de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, é falar não somente do melhor jogador de futebol de todos os tempos, mas também do maior esportista do século. Em qualquer parte do planeta Pelé é reconhecido e venerado pelos amantes do futebol. Reis, príncipes, chefes de estado e até o Papa, conhecem suas extraordinárias qualidades de esportista e ser humano. Pelé não foi somente um jogador excepcional, para o povo brasileiro Pelé é um deus.

Em 1994 - 36 anos depois de aparecer frente aos olhos do mundo, conquistando pelo Brasil a primeira de suas três Copas do Mundo, na Suécia em 1958 -, o "Rei" foi ratificado por todo o continente europeu como o melhor jogador da história do futebol, título que antes já havia sido dada a ele por toda a América.

Quase 20 anos antes, em 1973, Pelé havia recebido a indicação de "Atleta do Século", o qual foi outorgado em Paris, superando outras lendas do esporte como Juan Manuel Fangio e Mohammed Ali.

Ninguém foi como Pelé, ganhou três das quatro Copas do Mundo que participou: Suécia (58), Chile (62) e no México em 70. A única que lhe faltou foi a da Inglaterra em 1966, húngaros e portugueses tiraram o Brasil da Copa.

No total vestiu a camisa verde e amarela 111 vezes (92 em jogos oficiais e 19 em partidas não oficiais), somando 95 gols, 77 deles em partidas oficiais. Na sua carreira marcou 1.285 gols, em 1.321 partidas que jogou entre o amador e profissional.

Com a equipe do coração, o Santos, de 1956 a 1974 também ganhou todas: duas Copas Intercontinental de clubes, duas Libertadores, cinco Copas Brasil, uma Taça de Prata e 10 Campeonatos Paulista. "O futebol é o mais simples do mundo, só precisa jogar", afirmaria Pelé mais tarde, imortalizando essa frase. Diz o ditado que um bom jogador não se faz, nasce, e Pelé é o melhor exemplo que existe.

Sua carreira no futebol começou cedo. Depois de jogar alguns anos em equipes amadoras, como Baquinho 7 de Setembro, foi descoberto pelo jogador Waldemar de Britto com 11 anos, quando jogava numa equipe chamada Ameriquinha. Brito convidou-o para formar parte da equipe que estava organizando, o Clube Atlético de Bauru. Em 1956, quando tinha 15 anos o levou para o Santos.

Quando chegou ao clube santista com o garoto, Waldemar de Brito disse: "Esse menino vai ser o melhor jogador de futebol do mundo". Previsão que logo começaria a se tornar realidade. No dia 7 de setembro do mesmo ano faria seu primeiro "show" quando entrou na partida e marcou o sexto gol da vitoria de 7 x 1 do Santos sobre o Corinthians, de Santo André.

Depois, na primeira partida do torneio regular marcou 4 gols. Na campanha seguinte foi titular e se transformou no maior artilheiro do campeonato Paulista. No dia 7 de julho de 1957 estrearia na seleção brasileira, frente à da Argentina. Os argentinos ganharam de 2 x 1, mas Pelé marcou o gol brasileiro. No mundial da Suécia, em 1958, com apenas 17 anos, transformou-se no jogador mais jovem a ganhar uma Copa do Mundo. Marcou dois gols na grande final contra os donos da casa, que os brasileiros derrotaram por 5x2. Foi assim que começou a lenda que cresceria até se transformar em Pelé, o Rei do futebol e o atleta do século.

Números - Onze vezes artilheiro do campeonato paulista, sendo 9 vezes seguidas; 3 campeonatos mundiais pela seleção (58, 62 e 70); 2 campeonatos interclubes pelo Santos (58 e 62); 1.284 gols na carreira; Fez o milésimo gol com 29 anos; 96 gols pela seleção brasileira; 8 gols em um jogo pelo paulistão contra o Botafogo em 1964; 58 gols em um único campeonato paulista em 1958; Mais jovem campeão mundial com 17 anos; Qualidades - possuía um excelente arranque e velocidade incrível; chutava com as duas pernas, não importando a distância; pensava muito rápido e visão de jogo apuradíssima; driblava sempre em progressão do gol; era capaz de jogadas geniais numa fração de segundos; cabeceava muito bem, apesar de seus 1,72m, tinha uma impulsão excelente; não importava quantos os marcavam, ele conseguia passar na maioria das vezes; resistência física, Pelé poucas vezes se machucou; ele e, sempre se manteve no topo; e soube quando parar.

JORNAL HUMANITAS - EDIÇÃO ESPECIAL - JUNHO/2014

Brasil sedia pela segunda vez a Copa do Mundo de Futebol
Lutar pela hegemonia do futebol mundial é o que pretende o esquadrão verde-amarelo. Não vai ser fácil, mas a casa é nossa e temos de nos impor sobre os perigosos adversários. A partir do dia 12 de junho, o país inteiro estará vestido com as cores da bandeira nacional e pronto para incentivar e aplaudir Neymar e seus companheiros.
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Exatos 64 anos depois, o Estádio do Maracanã poderá ser novamente palco de uma final envolvendo a Seleção Brasileira contra alguma outra, seja da Europa, das Américas, da África ou da Ásia. Esperemos que dessa vez (se alcançarmos a finalíssima) não aconteça outro Maracanazo. Temos de estar vacinados contra isso. Afinal de contas, depois de tantas décadas, o Brasil pode se afirmar totalmente como o maior vencedor da história do futebol mundial. É torcer para que a Seleção alcance as finais e que o Maracanã seja palco de uma grande festa verde e amarela.