A
MARCHA FASCISTA EM CURSO:
POLÍTICA,
MÍDIA, JUDICIÁRIO E RELIGIÃO
Cláudio Ribeiro - Autodidata
Rio de Janeiro/RJ
Extraído
de www.blogpalavrasdiversas.wordpress.com
O poderoso aparato midiático judicial e
político montado para criminalizar a esquerda e atacar direitos de grupos
sociais, LGBT e negros, por exemplo, aponta para um caminho de acirramento
radical entre defensores de uma nociva agenda conservadora e progressistas
acuados.
Soma-se a estes, lideranças religiosas
obscuras, mas populares em seus nichos, que despejam combustível no círculo
retrógrado que marcha sobre aqueles que não se dobram às suas ideias propostas,
baseadas em uma rala mistureba política/judiciária/religiosa, feita para
confundir a opinião pública, colocando no mesmo caldeirão fatos isolados e
manifestações sociais como rótulos fora do contexto daquilo que combatem,
com ódio e pouca informação.
Para isso dar certo, empenham uma ação
coordenada entre políticos, juízes, pastores e mídia, repetindo uma
mesma tecla ideológica para gerar estereótipos e marcar àqueles
que atacam, como inimigos da família e dos valores cristãos.
Os episódios do comercial da Boticário e da
Marcha para Jesus (maio e junho de 2015) mais se assemelharam a uma espécie de
marcha para o fascismo, quando representantes da defesa da redução da
maioridade penal, da pena de morte e da justiça com as próprias mãos, foram
saudados efusivamente pelo mar de religiosos dirigidos por seus líderes
carismáticos.
Tais marchas são grotescas evidências que
não podem ser desprezadas. Sem tempo para refletir, as
massas estão sendo confundidas por impostores que buscam a ruptura social.
Há um grande
agrupamento neofascista em movimento, em que setores mais retrógrados do
Judiciário desempenham papel importante para criminalizar lideranças políticas
de esquerda e poupar políticos de direita de seus crimes de corrupção.
A mídia transmite
propaganda anticorrupção contra integrantes do PT e do governo, mas pouco ou
quase nada fala de escândalos que envolvem seus aliados.
A manipulação do
noticiário é escandalosa e nunca antes vista em nossa história, em tamanha
intensidade e impostura.
A grande imprensa
engajou-se, com todos os seus recursos, em uma cruzada política e ideológica
conservadora.
Até alguns anos
seria inimaginável que a Rede Globo,
um braço forte do catolicismo brasileiro, dispusesse de generoso espaço para
que Silas Malafaia, bitolado líder evangélico, faça suas pregações fascistas em
rede nacional.
O partidarismo
exacerbado do Judiciário e da mídia e o avanço de lideranças religiosas para o mesmo
palco, não deixam dúvidas de que há um forte arranjo para a tomada do poder
neste momento.
A tentativa
golpista também se dá pela via parlamentar, onde o governo Dilma é frágil,
ao mesmo tempo em que conquistam vitórias para suas agendas fundamentalistas,
propagam em alto e bom som seus ditames na mídia, com grande destaque para a Rede Globo e Folha de São Paulo.
A mistura de
carismáticas lideranças religiosas, com um noticiário propagandista que
repete ideias pré-concebidas à exaustão, como ensinado por Joseph Goebbels
na Alemanha nazista, e políticos de passado e presente condenáveis, como
Roberto Jefferson, Aécio Neves, Jair Bolsonaro etc, posando de bons moços e
defensores da família, da moral e dos bons costumes, fecham este ciclo
pré-fascismo.
Se terão sucesso
nesta empreitada, só a sociedade e os grupos progressistas poderão impedir e
dizer. O tempo já corre contra as liberdades de expressão, religiosa, de
gêneros e contra a democracia. As atuais marchas são cópias vulgares dos
exercícios de Mussolini, Hitler e da atual Ucrânia.
Está cada vez
mais perigoso contrapor a bestialidade desta aliança decadente. Apesar de
maioria, a timidez das reações a esses ataques aos direitos dos cidadãos pode
favorecer a tirania do retrocesso.
Não é apenas o governo Dilma que está a perigo, é toda uma rede de
conquistas e liberdade alcançadas, com muita luta, ao longo da história, que
está em jogo.
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