terça-feira, 22 de setembro de 2015

HUMANITAS Nº 40 - EDIÇÃO DE OUTUBRO DE 2015 - PÁGINA 2

EDITORIAL

Democracia e mídia

O pilar maior e de mais vital importância para a democracia é a liberdade de expressão. Se em um país não existe a possibilidade de discutir e opinar abertamente sobre os temas ligados a todas as esferas sociais e políticas então a democracia não existe.
Mas até onde podemos levar nossa liberdade de opinião e de expressão? Podemos ir longe, sim. Devemos defender essa liberdade com unhas e dentes, mas também devemos assumir responsabilidade sobre ela. Responsabilidade essa, principalmente criminal, pois difamar, injuriar e caluniar, prática comum em certos setores da mídia televisiva e impressa, tem de receber sanção penal.
A nenhuma pessoa ou instituição é entregue graciosamente o direito de argumentar desconhecimento da lei dentro de um Estado Democrático de Direito.
Ora, a Constituição brasileira garante a liberdade de expressão, por lei, no seu Artigo 5º, mas não garante a anarquia pura e simples como estão a fazer os grupelhos fascistas de plantão, pregando o ódio, solicitando o retorno da ditadura militar, e incitando as mentes doentias a matar a chefe do Executivo e seus seguidores da esquerda.
A Grande Mídia é um poderoso instrumento de manipulação. Nomes como Adorno e Horkheimer, os primeiros pensadores a realizar análises mais sistemáticas sobre o tema, concluíram que os meios de comunicação em larga escala moldam e direcionam as opiniões de quem recebe as notícias.
Todo cidadão deve duvidar e manter certa ressalva quanto às preposições imediatistas e aparentemente fáceis propostas pelos canais midiáticos da direita organizada.
Consideramos necessário que questões como a democratização dos meios de comunicação, restrição de propriedades cruzadas de veículos midiáticos, regulamentação da programação e o incentivo ao surgimento de rádios comunitárias sejam postas em discussão e posteriormente aprovadas.
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NOTAS VARIADAS

A cruz não é propriedade do cristianismo. Era um instrumento de tortura do Império Romano. Ela é sagrada porque nela morreu crucificado um homem que se dizia filho de um deus? Nada disso! A crucificação era a pena de morte típica em Roma para os escravos e os não cidadãos. Acredita-se que o método tenha sido criado na Pérsia, sendo trazido para o Ocidente no tempo de Alexandre, o Grande (ano 330 de antes da Era Comum), onde foi copiado pelos romanos. Ao longo da História muitos homens morreram crucificados. No ano 332 AEC, quando Alexandre e seu exército invadiram a cidade de Tiro, na Fenícia, foram crucificados dois mil habitantes às margens do Mar Mediterrâneo como vingança pelos assassinatos de seus embaixadores naquela cidade. No ano 71 de antes da Era Comum, 6 mil seguidores do escravo Spartacus também foram crucificados na Via Ápia como parte de uma celebração da vitória romana. Mas as histórias do escravo Spartacus e seus seguidores possuem embasamento histórico. Coisa que o tal Cristo nunca teve. (Rafael Rocha)
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O primeiro requisito para a felicidade dos povos é a abolição da religião.  (Karl Marx)
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A ideia de um ente supremo que cria um mundo no qual uma criatura deve comer outra para sobreviver e proclama uma lei dizendo “Não matarás” é tão absurda, que não consigo entender como a humanidade a tem aceito por tanto tempo. (Peter De Vries, Nobel de literatura de 1938)
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Eles vieram com uma bíblia e sua religião - roubaram nossa terra, esmagaram nosso espírito - e agora nos dizem que devemos agradecer ao deus deles por termos sido salvos. (Pontiac, chefe indígena americano)
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Guerras religiosas são, basicamente, pessoas se matando para decidir quem tem o melhor amigo imaginário. (Napoleão Bonaparte)
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Deus deseja prevenir o mal, mas não é capaz? Então não é onipotente. É capaz, mas não deseja? Então é malevolente. É capaz e deseja? Então, por que o mal existe? Não é capaz e nem deseja? Então por que o chamamos Deus? (Epicuro – 341/271 AEC)
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Só o ateísmo pode pacificar o mundo de hoje. (André Gide – Prêmio Nobel de 1947)

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