quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

HUMANITAS Nº 69 – MARÇO DE 2018 – PÁGINA 2

EDITORIAL

Mulheres e mais mulheres

Mulheres e mulheres e mulheres! Elas são as deusas da vida em todos os sentidos. Marias, Paulas, Jucélias, Patrícias, Cleonices, Terezas, Irenes, Anas, Lúcias...
Sejam quais forem seus nomes, elas são as donas deste mês de março em todo o planeta.
Fortes, duronas, lutadoras, radicais elas jamais irão perder espaços, pois dentro de cada uma habita (ainda que escondidamente em algumas) a suavidade e a singeleza próprias do gênero.
Idiota é todo aquele que olha a mulher e a observa pela ótica machista. Criminoso é todo aquele que maltrata, bate, ofende e machuca a mulher.
Mulher não é para ser dominada, nem tolhida. Mulher não é para ser entendida. Apenas deve ser amada, venerada.
Nos tempos de hoje a tecnologia deixou as mulheres mais donas de si próprias. Cada vez mais afoitas, compartilhando lado a lado suas ideias com as dos grandes pensadores, sejam eles da Antiguidade Clássica ou dos tempos de hoje.
Cada vez mais femininas, curtindo a beleza, a vontade de viver, a liberdade de ser e de criar, de ser mãe, tia, irmã, amante, esposa, amiga e trabalhadora.
Beijos, abraços, palmas para todas elas neste março, principalmente no dia 8 de março, quando precisam e devem reverenciar a luta de seu gênero e serem cada vez mais respeitadas e amadas.
E este Humanitas apregoa aos quatro ventos o brado: Abram alas! Elas nos ajudam a viver com mais intensidade!

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Amélia foi embora...

Ana Maria Leandro – Jornalista Belo Horizonte/MG

Julieta é uma mulher madura e determinada. Tem origem humilde e uma história de lutas desde a infância cheia de necessidades.
Segundo ela “melhor nem lembrar...”.
Mas tem um brilho especial no olhar. Levanta-se cedo e vai para o serviço de faxina de um prédio de vários andares.
Ao meio-dia para e desembrulha a marmitinha, que conserva a comida quentinha e consegue almoçar com prazer.
Depois sai de lá, já no início da tarde, corre para as casas de clientes cativas de suas habilidades de manicure e pedicure, tarefa que aprendeu sozinha, mas que realiza sem machucar ninguém.
Como diz ela: “Deus me livre; nunca tirei um bife em ninguém”.
Lixa daqui, esmalta dali e o sol começa a se pôr quando ela volta para casa.
Sempre correndo... Parece que agora ainda tem mais pressa.
Precisa chegar rápido para fazer um jantarzinho (que sobre para o almoço do outro dia, que deixa pronto).
Serve a família, toma um banho enquanto apressa o filho adolescente para também ser rápido, pois eles vão juntos para a escola pública noturna. Sim; Julieta está fazendo a sétima série do Ensino Fundamental.
De acordo com o que ela diz, começou só para incentivar o filho a ser frequente, e também acompanhá-lo à escola.
“O mundo está muito difícil, preferi ir com ele, para evitar que más companhias o desviem da escola”, completa, como se pudesse controlar tudo pessoalmente. Entretanto, acabou que agora ela também adora estudar. Estão cursando juntos a mesma série. Dividem as tarefas escolares e se ajudam nos estudos para a próxima prova, ou na pesquisa que o professor determinou.
Julieta faz parte da legião de mulheres que está mudando a história. Acreditem: ela chegará à universidade e fará parte das pessoas capazes de mudar o mundo...
   Pois somente são capazes de mudar o mundo, aqueles que promovem mudanças em si mesmos.

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