A bomba que explodiu nos anos 1950
Especial do Humanitas
Não pensem os leitores que essa bomba foi a que explodiu no
atol de Bikini, no Oceano Pacífico. Essa bomba é outra. E para nosso deleite,
muito melhor de se ver nas nossas praias e nas nossas piscinas nos corpos de
belas mulheres.
Apesar de ter causado
muito desconforto e ter sido vítima de preconceitos os mais diversos, essa peça
de roupa feminina é atualmente vista como algo muito comum. Hoje, ver uma
mulher de biquíni na praia não causa estranhamento. Mas essa peça teve uma
origem cheia de polêmica e controvérsias.
No início do
século XX, o traje de banho feminino era muito conservador e estava ligado aos
padrões da época.
Mostrar um pouco
do corpo era uma ofensa para a sociedade e quem usasse pouca roupa podia até
ser preso.
Em julho de 1946, os EUA testaram uma bomba
de hidrogênio na ilha Namu, no atol de Bikini, no Oceano Pacífico.
E ainda nesse ano Louis Réard – engenheiro
francês, que na época administrava a loja de lingerie da mãe em Paris –
apresentou duas peças pequenas de roupa, promovendo-a como “o menor maiô do
mundo”.
Ao mesmo tempo e sem saber, o designer de
moda Jacques Haim estava trabalhando num design semelhante. Réard chamou sua
invenção de biquíni por causa dos testes nucleares no atol de Bikini.
Ele pensou que todos ficariam chocados com
a exibição ousada de curvas e umbigos.
Estava certo. Durante muitos anos, o
biquíni causou mais surpresa que qualquer um dos testes nucleares feitos pelos
EUA e pela União Soviética.
A piada na época era que o biquíni “dividiu
o átomo”. Depois da explosão do biquíni na cena da moda, o mundo nunca mais
foi o mesmo.
Em 1951, no
entanto, a polêmica peça de banho foi vetada No primeiro concurso Miss Mundo,
realizado no ano de 1951, em Londres, foi proibido o uso do biquíni, mas, a
seguir, a atriz e modelo francesa Brigitte Bardot mudou todo o cenário.
Ignorando a
proibição e os comentários negativos sobre o biquíni, Brigitte Bardot foi à
praia vestindo um minúsculo traje de banho de duas peças durante o Festival de
Cinema de Cannes, em 1953, e terminou sendo considerada a responsável pela
aceitação do biquíni pela sociedade.
Depois que ela
usou a peça, as vendas dispararam e o biquíni começou a ser usado em massa.
No entanto, não há nada que seja novo
debaixo do sol. É bom recordar que essa veste de duas peças já era usada no
mundo greco-romano, no terceiro século antes da Era Comum.
Um mosaico, descoberto em Villa Romana del
Casale, na Itália, prova isso. Seus milhares de ladrilhos coloridos mostram
mulheres praticando esportes e se exercitando na praia, vestindo duas peças.
Este não é o único registro do biquíni
nessa época. Em Pompeia, também na Itália, arqueólogos descobriram várias
estátuas da deusa Vênus vestida de biquíni.
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