sábado, 30 de junho de 2018

HUMANITAS Nº 73 – JULHO DE 2018 – PÁGINA 8

A bomba que explodiu nos anos 1950
Especial do Humanitas

Não pensem os leitores que essa bomba foi a que explodiu no atol de Bikini, no Oceano Pacífico. Essa bomba é outra. E para nosso deleite, muito melhor de se ver nas nossas praias e nas nossas piscinas nos corpos de belas mulheres.
Apesar de ter causado muito desconforto e ter sido vítima de preconceitos os mais diversos, essa peça de roupa feminina é atualmente vista como algo muito comum. Hoje, ver uma mulher de biquíni na praia não causa estranhamento. Mas essa peça teve uma origem cheia de polêmica e controvérsias.
No início do século XX, o traje de banho feminino era muito conservador e estava ligado aos padrões da época.
Mostrar um pouco do corpo era uma ofensa para a sociedade e quem usasse pouca roupa podia até ser preso.
Em julho de 1946, os EUA testaram uma bomba de hidrogênio na ilha Namu, no atol de Bikini, no Oceano Pacífico.
E ainda nesse ano Louis Réard – engenheiro francês, que na época administrava a loja de lingerie da mãe em Paris – apresentou duas peças pequenas de roupa, promovendo-a como “o menor maiô do mundo”.
Ao mesmo tempo e sem saber, o designer de moda Jacques Haim estava trabalhando num design semelhante. Réard chamou sua invenção de biquíni por causa dos testes nucleares no atol de Bikini.
Ele pensou que todos ficariam chocados com a exibição ousada de curvas e umbigos.
Estava certo. Durante muitos anos, o biquíni causou mais surpresa que qualquer um dos testes nucleares feitos pelos EUA e pela União Soviética.
A piada na época era que o biquíni “dividiu o átomo”. Depois da explosão do biquíni na cena da moda, o mundo nunca mais foi o mesmo.
Em 1951, no entanto, a polêmica peça de banho foi vetada No primeiro concurso Miss Mundo, realizado no ano de 1951, em Londres, foi proibido o uso do biquíni, mas, a seguir, a atriz e modelo francesa Brigitte Bardot mudou todo o cenário.
Ignorando a proibição e os comentários negativos sobre o biquíni, Brigitte Bardot foi à praia vestindo um minúsculo traje de banho de duas peças durante o Festival de Cinema de Cannes, em 1953, e terminou sendo considerada a responsável pela aceitação do biquíni pela sociedade.
Depois que ela usou a peça, as vendas dispararam e o biquíni começou a ser usado em massa.
No entanto, não há nada que seja novo debaixo do sol. É bom recordar que essa veste de duas peças já era usada no mundo greco-romano, no terceiro século antes da Era Comum.
Um mosaico, descoberto em Villa Romana del Casale, na Itália, prova isso. Seus milhares de ladrilhos coloridos mostram mulheres praticando esportes e se exercitando na praia, vestindo duas peças.
Este não é o único registro do biquíni nessa época. Em Pompeia, também na Itália, arqueólogos descobriram várias estátuas da deusa Vênus vestida de biquíni.

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