ACREDITAR EM
UM DEUS OU EM
DEUSES É
PURA PERDA DE TEMPO
Décio Schoeter é escritor e colaborador
do Humanitas. Atua em Porto Alegre (RS)
Antes
da Teoria da Evolução, era
compreensível crer na existência de um design
inteligente na natureza, ou seja, um deus.
Hoje, podemos provar como surgiram formas
de vida tão variadas e complexas.
A teoria de Darwin é uma explicação
muito melhor para isso de Deus.
Não precisamos mais nos render à tentação
de acreditar em um ser superior que criou tudo. Essa ideia hoje é incoerente.
Não há razão para crer em fantasias do tipo
que um super-homem veio para a Terra há cerca de 530 milhões de anos e
ajustou o DNA da fauna cambriana, provocando a famosa explosão de vida daquele
período.
A explicação é mais fácil quando se conhece
“as respostas da ciência”.
Depois que você se informa, a hipótese de
um deus torna-se incrivelmente improvável.
Com os conhecimentos científicos que temos
neste começo do século XXI, ninguém é capaz de contrariar a ideia de que
processos naturais, agindo ao longo de bilhões de anos, deram origem ao
Universo, ao sistema solar, à Terra e à vida que existe nela. Não há provas de
que um deus tenha interferido diretamente em nenhuma dessas etapas. O Universo
funciona com base em leis que nada têm a ver com um deus ou com deuses.
Nós simplesmente fomos sortudos o
suficiente para vir à existência num pedaço do Multiuniverso, um entre
infinitos, que permitiu o surgimento de seres vivos, num Universo “viável”.
Só por isso que existimos e somos o que
somos.
E digamos que sim, um ser projetista tenha
dado “inicio” ao big-bang, e depois disso o que ele faz?
Senta a bunda na cadeira cósmica e fica
assistindo a tudo?
Completamente um “deus ociusus”.
Mas, claro, você acredita na criação, no
projetista inteligente etc, e em todas as suas experiências pessoais e em todas
as profecias dos seus falsos profetas.
Mesmo que aceitássemos que o nosso universo
simplesmente tinha de ser projetado por um “projetista”, isso não indicaria
que esse projetista é o deus bíblico, nem que ele aprova o cristianismo.
Acreditar
num ser superior, que mantém pessoas em absoluta servidão, é mais do que
uma simples perda de tempo: “pode
ser uma irresponsabilidade”.
Em nome deste ou daquele deus, muita coisa
errada acontece no mundo todos os dias - da proibição do uso de preservativos,
à violação dos direitos humanos.
Por falta de informação científica, as
pessoas encontram na fé o caminho mais curto (ou mais fácil) para driblar o
sofrimento pessoal.
Quando sofrem, as pessoas acabam se
apegando a fantasias.
Diferentemente de outros tempos, quando foi
fundamental para que os homens atingissem coesão social e pudessem dar sentido
à própria existência, a crença em um deus ou em deuses perdeu suas funções
positivas. Hoje, tal crença representa apenas uma barreira para a evolução
e o desenvolvimento humano.
A humanidade acredita em um deus e em
deuses há milhares de anos. Só que, agora, já sabemos por quê.
Até aqui, foi natural o homem acreditar em algo
divino, uma espécie da infância da evolução.
Mas nós nos tornamos “maiores do que um
deus”.
Hoje eu sou um ateu militante, humanista,
livre pensador e alguém que não acredita em milagres, mitos, no sobrenatural, e
em deus(es).
Hoje sei mais sobre o mundo e sobre mim
mesmo. Hoje sou mais feliz e menos torturado pela culpa.
Já não acredito num agente sobrenatural que
responde às nossas preces ou supervisiona e guia a evolução das coisas.
Mais iluminado, estou satisfeito de ser o
que sou e levo uma vida feliz e frutífera.
Antes
levava uma vida "vigiada" por um Zeus, digo Deus, onisciente,
onipotente, onipresente e, sobretudo, autossuficiente e responsável pelo
“bem” e pelo “mal” do planeta Terra.
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