terça-feira, 14 de maio de 2019

HUMANITAS Nº 83 - MAIO DE 2019 - PÁGINA 2

  EDITORIAL
O parque de maio
Os jardins e parques públicos melhoram bastante a qualidade de vida da população de uma metrópole.
Esses locais verdes trazem benefícios para a promoção da saúde física e mental, e favorecem as mais diversas práticas sociais e de relacionamento entre as pessoas.
Tais espaços proporcionam suporte social, ao possibilitarem atrativos para as famílias e para os mais diversos tipos de seres humanos, fato que resulta em uma maior integração entre comunidade e espaço.
O Recife possui muitos parques públicos, mas ainda são poucas as áreas verdes para a grandeza espacial da cidade.
O mais famoso parque público do Recife é o Parque 13 de Maio.
Mesmo sendo o mais famoso, antes dele surgir já existiam outros espaços públicos como o Parque do Derby, a Praça Sérgio Loreto (ambos entregues à população no ano de 1925) e a atual Praça do Entroncamento, em 1928.
Mas a aspiração dos recifenses era por um parque maior e que possuísse um espaço verdejante superior a todos esses.
Assim, quando de sua entrega ao povo do Recife, em agosto de 1939, na gestão do prefeito Novaes Filho, o engenheiro José Estelita, em seu discurso de abertura, disse que o Parque 13 de maio (com seus 11,3 hectares) estava sendo entregue à população recifense, seguindo “o argumento americano da busca de um meio ambiente saudável usado na criação do Central Park (em Nova Iorque) e a função recreativa dos parques defendida pelos ingleses”.
O Parque 13 de Maio tem uma romantização particular em todos aqueles que dele usufruíram e usufruem, desde as “meninas” da Escola Normal, dos casais de namorados dos anos 1960, 1970, 1980, 1990, até as garotas feministas e aos jovens de hoje.
Ele se tornou um marco da cidade do Recife, sendo um empreendimento causador de grande impacto urbanístico e de efeito humano, cívico e de lazer para a cidade.
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O planejamento e a infraestrutura escolar
Divina de Jesus Scarpim – São Paulo/SP
Na verdade, nem acho que falta alguma disciplina no currículo das escolas públicas. O que falta é mais planejamento do conteúdo das disciplinas que já estão no currículo.
História, por exemplo, é uma matéria que deveria ter mais horas de aula.
E que seus conteúdos relacionassem o passado com o presente em cima de temas específicos como a história das religiões, das guerras, da mídia, da política.
Destacando não apenas os benefícios e avanços, mas, principalmente, os danos causados por essas criações humanas.
Não sei se estou me expressando bem, não é a minha disciplina, mas acho que seria de grande importância que, muito mais do que contar o que aconteceu, a disciplina pudesse colocar aquele tema sempre em uma relação de tempo que o trouxesse do passado para o presente e trabalhasse outras questões relacionadas àquela passagem; questões filosóficas, geográficas, artísticas, éticas etc.
Muito importante seria que nunca sequer se pensasse em aceitar a hipótese de eliminar disciplinas como filosofia e artes, mas, ao contrário, dar mais tempo e mais condições a profissionais professores de atuarem efetivamente e de forma mais autônoma levando seus conhecimentos para além das salas de aula e dos horários estipulados na grade.
E, para falar da minha disciplina, que os currículos se preocupassem menos com uma sequência de temas de gramática e - muito mais - com leitura e compreensão de textos e críticas reescritas, paráfrases e textos paralelos.
Não esquecendo, porque é muito importante: a interdisciplinaridade. Com professores de disciplinas diferentes planejando, preparando e aplicando conteúdos conjuntamente. O chato é que isso demandaria mais tempo do professor para a preparação e correção das atividades, demandaria a necessidade de aulas conjuntas com professores de disciplinas diferentes na mesma sala, no mesmo momento, fazendo o mesmo trabalho; e não se paga professor para isso. Além de tudo - e chovendo no molhado - é preciso que as escolas tenham condições mínimas de trabalho, com material e estrutura suficiente.
Em muitas escolas falta até aquele bastão branco ultrapassado chamado giz, mais ainda outras coisas como condições de fazer cópia de um texto, colocar uma música ou passar um vídeo em sala de aula. Só temos, e muitas vezes funcionando bem mal, uma sala de vídeo cujo uso os professores têm que praticamente disputar no tapa.
E nem vou falar em computadores!
Enfim, falta muita coisa além de mudança de currículo, mas nossos governantes preferem repassar o dinheiro da educação para sei lá quem produzir material inútil como apostilas e "provas oficiais" que têm como objetivo "mostrar" como os professores são os culpados, como estão “despreparados” e, por isso, é justo atrelar seus salários às "melhoras" nas notas dos alunos.
Eu queria muito mesmo saber quantos empresários estão enriquecendo com a produção das apostilas e provas periódicas que são impostas às escolas.

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