Salvação de quê? Para quê? Para onde?
Décio Schroeter colaborador deste Humanitas
é escritor. Atua em Porto Alegre/RS
Você cristão acredita que a Bíblia é a palavra de Deus, que Jesus é o
filho de um deus (ou é deus) e que apenas aqueles que têm fé em Jesus
alcançarão a salvação após a morte.
O Cristianismo diz que “os que
não forem escolhidos por Jesus serão lançados em um lago de fogo, que arderá
para sempre”.
E, para isso, não seria preciso muito: bastaria não crer na mensagem
cristã. “Quem crer e for batizado será
salvo; mas quem não crer será condenado”. (Mc 16:16 ).
Seria justa uma pena sem fim para alguém que agiu erradamente por uns
poucos anos, ou que simplesmente não acreditou em alguém?
Na hipótese de existir esse deus, ele seria mau, muito mau mesmo!
A Bíblia diz que Elias foi para o céu em vida.
A mesma Bíblia diz que ninguém jamais subiu ao céu! Qual é a verdade?
Subiu... “E sucedeu que, indo eles
andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um
do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho!.(2 Reis 2:11).
Ou não subiu? “Ora, ninguém subiu
ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem”. (João, 3:13).
E aí? Onde está a verdade?
De fato é preciso se entregar a uma formidável devoção ao
fundamentalismo para se acreditar piamente no que a Bíblia fala sobre o assunto.
As Escrituras são contraditórias e
incompletas. Na verdade, mais simbólicas do que documentais. E não é este ateu
que diz isso, mas até teólogos que reconhecem as contradições das escrituras
sagradas.
Observe a genealogia de Jesus registrada
por Mateus e a escrita por Lucas. Se uma estiver certa, a outra estará errada.
Se uma pode estar errada, a outra também pode.
Como aceitar que essa palavra divina seja
verdade? A palavra inspirada não poderia contradizer-se. Se se contradiz tem
tanta segurança como a minha palavra ou a sua, que deve ser verificada.
Eu posso pensar que estou dizendo a verdade
e estar enganado.
Entretanto, tenho a prova de que pelo menos
um dos dois evangelistas estava enganado; e com base e muitos estudos
realizados, afirmo que todas as duas genealogias são mitos.
O motivo de tantas contradições não
inspiradas deve estar na diversidade de autores.
O Antigo Testamento, segundo constataram
cientistas de diversas áreas que o examinaram, compõe-se de uma reunião de
textos como uma verdadeira colcha de retalhos.
O relato da criação já apresentou a
primeira contradição, porque foram reunidos dois textos de autores que
conheciam versões distintas do mito.
Acreditar que os primeiros membros da nossa
espécie foram modelados a partir do barro e do hálito divino, em um jardim com
uma cobra falante, pela mão de um deus invisível é de uma imbecilidade
irritante.
Assim como obra de carpintaria ruim, o Novo
Testamento, da escritura cristã, não ficou atrás.
Pensar e acreditar que Jesus vai voltar
para julgar os vivos e os mortos em algum momento é outra imbecilidade
irritante.
Assim, a chamada verdade - a palavra divina
- virou aquela confusão que você vê em quase tudo da história e biografia do
suposto Jesus.
Acho que a vida é breve demais, para nos
enganarmos e servirmos de marionetes para os sabidos nesse teatro da vida.
Os religiosos pregam e vendem apenas algo como
uma promessa que nunca será cumprida, não importa qual a religião, seita, ou
deus, ou seja, vida eterna e o tal de Reino do Céu.
Alguém já voltou depois da morte para
testemunhar? Não! Nunca!
Assim como a maioria dos cristãos, você
acredita que simples mortais como nós não podemos rejeitar a dita moralidade da
Bíblia?
Não podemos dizer que o suposto Jesus
bíblico mente?
Não podemos dizer, por exemplo, que Deus
estava errado na sua bondade divina quando “afogou”
a maior parte da humanidade no suposto Dilúvio narrado no Gênesis?
Ateísmo é o reconhecimento do óbvio, e que
é contra as crenças ilógicas religiosas não justificadas em um deus bíblico,
deus ilusão, deus imaginário, que diz se interessar por mim, que me aprova, que
me ama e que vai me recompensar depois da morte desde que eu o aceite e creia
nele.
E
todos que discordam disso passarão - depois da morte - na eternidade de um
inferno imaginário, quando sabemos que o inferno para muitos é aqui e agora
(fome, sofrimento, doenças, crueldades, mortes violentas...!)
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