sábado, 30 de agosto de 2014

HUMANITAS Nº 27 - SETEMBRO DE 2014 - PÁGINA 1

COMPROMISSO DE SUBMISSÃO AO MESSIANISMO

Submissão total do governo brasileiro ao messianismo fundamentalista é como disserta Sérgio Castro na página 4 deste Humanitas.
De acordo com ele, as autoridades fotografadas - sérias e compenetradas - na inauguração do Templo de Salomão, em São Paulo, traduzem um desrespeito ultrajante aos brasileiros e brasileiras capazes de pensar.
Ele pergunta e espera por respostas, ainda sabendo que jamais as receberá: O que está em jogo: um milhão de votos? O compromisso de submissão da Nação ao ideário de Jair Bolsonaro?”
E vai mais além ao salientar: “Não posso aceitar um Brasil mergulhado no messianismo que estão trazendo para o país”.
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Os movimentos messiânicos no Brasil, como o de Canudos, de Antônio Conselheiro, foram demolidos a tiros de canhão pelo governo da república brasileira, que, hoje, entra em regime de submissão ao messianismo evangélico fundamentalista
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COLUNA DE RH

Desde o mês de agosto estamos publicando na página 6 a coluna "RH DO HUMANITAS", redigida pela jornalista (Reg. 07218/JP) e pedagoga empresarial (Reg. 6224/DR4/MEC) Ana Maria Leandro.
Ela aborda temas referentes à valorização do SER HUMANO no trabalho, ética empresarial, atividades organizacionais, treinamento e desenvolvimento humano para apoiar o sucesso do trabalhador e das empresas.
O empresário e/ou profissional que desejar colocar um anúncio (tanto de proposta de emprego, quanto de pedido de oportunidade no mercado de trabalho) na coluna de RH deve enviar seu texto ou foto para rafaelrochant@bol.com.br ou jornalhumanitas2013@gmail.com e negociar diretamente o assunto.
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A INSANIDADE DO ATO DE VIVER

“A vida (ou o ato de viver) é algo tão insensato que quando se sai da infância e se caminha para a idade adulta o jovem, amiúde, enlouquece completamente”.
Quem diz isso é o mestre Araken Vaz Galvão em artigo publicado na página 8 deste Humanitas.
Ele vai mais longe ainda ao salientar que “a velhice é uma tragédia patética e sem volta. Principalmente é difícil envelhecer quando se sente a falência dos músculos e se continua sentindo o vigor dos desejos que se nos extravasa do coração”.
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O EDITORIAL na PÁGINA 2 disserta sobre os tentáculos do poder evangélico na vida política brasileira.
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O jornalista Celso Lungaretti retorna ao nosso convívio na PÁGINA 2
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Na PÁGINA 7 a professora Divina de Jesus Scarpim renega a existência de um design inteligente que possa explicar a criação e a existência do universo.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

HUMANITAS Nº 26 - AGOSTO/2014 - PÁGINA 8


Símbolos modernos e degradação do planeta
Manfred Grellmann – Camaragibe/PE

Presença constante na sociedade humana são os símbolos ou logotipos. Com um olhar apenas se identifica um produto, marca, empresa, regulamento, grupo ou associação e até povos e raças. Mas há um aspecto da sociedade humana que ainda não foi simbolizado conforme seu caráter típico. Trata-se da degradação  e decadência da espécie.
Que tal simbolizar esse estado com uma opulenta poltrona rasgada e atolada em um sujo e fedorento riacho, com um representante da espécie humana vestindo um smoking e cartola, nela sentado e sorridente, ladeando a mesma com fraldas descartáveis, caracterizado de forma pungente e clara?
Este símbolo ou logomarca humana seria usado em qualquer lugar e sinalizado na mídia com os dizeres: eu, espécie humana, sou  um destruidor da minha própria casa!
Se extraterrestres conseguirem entender nossos sinais, tal símbolo deveria ser desenhado em uma planície visível do espaço, de forma semelhante às linhas de Nazca.
Quem chegar, já sabe com que tipo de gente vai se defrontar.
Lixo de meio ambiente, lixo de ser humano, lixo de comida, lixo de saúde, lixo de política, lixo de honestidade, enfim um planeta ocupado por lixo.
Hiper super ultra máximo ser humano!! A fina flor da criação universal com cara de pau, falando em deus! Habitante de um grão de pó do universo, se muito!!
Hoje não se considera absurdo jogar veneno em plantações que dias depois vão ser consumidas e ninguém acha que isto seja nojento ou perigoso.
Bebemos água (é claro que foi tratada), mas proveniente da mistura de lixo de todo espectro, incluindo urina e fezes e ninguém faz cara de nojo por isso!
Mas todo mundo ficaria enojado se alguém servisse  num jantar uma salada em um penico, mesmo sabendo que o mesmo foi higienizado depois do uso.
A sociedade humana está sentada em cima de falsos valores. Troca a verdade pela mentira, a modéstia pelo orgulho, a admiração pela  inveja, a honestidade pela trapaça.
Arrogantemente chafurdamos neste planeta que nos suporta. Ficamos perfumados e desodorizados, tomamos banho com produtos tecnológicos e de grife, divulgados como sensação de pureza, perfeição e adequação ecológica, com nosso conceito de beleza e estética transformado em religião (mais uma!), alimentada pela indústria da moda e pela mídia. O ser humano fica limpinho. A terra: esgoto a céu aberto.
O maior responsável por este estado de coisas é a indústria de consumo, a mídia e a indústria de armamentos capitaneados pelos políticos. Nossas ações estão cada vez mais atrasadas em relação à agressiva  invasão de poluentes e degradação. O monstruoso rastro de detritos e fedor deixado pela espécie humana é enorme. Não adianta dizer: “tenho consciência, faço o que posso, separo o lixo, não jogo nada na rua, economizo isto ou aquilo”. Há uma coisa da qual poucos se lembram. Chama-se: SISTEMA. Você está inserido nele! Mesmo fazendo sua parte, você participa. Não escapa de sua parcela de culpa.

HUMANITAS Nº 26 - AGOSTO/2014 - PÁGINA 7


Anarquismo é harmonia, liberdade e solidariedade 

Aristóteles Lima de Oliveira – João Pessoa/PB 

 

Anarquia é uma palavra grega que significa literalmente “sem governo”, isto é, o estado de um povo sem uma autoridade constituída.
Antes que tal organização começasse a ser cogitada e desejada por toda uma classe de pensadores, ou se tornasse a meta de um movimento, que hoje é um dos fatores mais importantes do atual conflito social, a palavra “anarquia” foi usada universalmente para designar desordem e confusão. Ainda hoje é adotada nesse sentido pelos ignorantes e pelos adversários interessados em distorcer a verdade.
Não vamos entrar em discussões filológicas, porque a questão é histórica e não filológica. A interpretação usual da palavra não exprime o verdadeiro significado etimológico, mas deriva dele.
Tal interpretação se deve ao preconceito de que o governo é uma necessidade na organização da vida social.
O homem, como todos os seres vivos, adapta-se às condições em que vive e transmite, através de herança cultural, seus hábitos adquiridos. Portanto, por nascer e viver na escravidão, por ser descendente de escravos, quando começou a pensar, o homem acreditava que a escravidão era uma condição essencial à vida. A liberdade parecia impossível.
Assim também o trabalhador foi forçado, por séculos, a depender da boa vontade do patrão para trabalhar, isto é, para obter pão.
Acostumou-se a ter sua própria vida à disposição daqueles que possuíssem a terra e o capital. Passou a crer que seu senhor era aquele que lhe dava pão, e perguntava ingênuo como viveria se não tivesse um patrão.
Da mesma forma, um homem cujos membros foram atados desde o nascimento, mas que mesmo assim aprendeu a mancar, atribui a essas ataduras sua habilidade para se mover. Na verdade, elas diminuem e paralisam a energia muscular de seus membros.
Se acrescentarmos ao efeito natural do hábito a educação dada pelo seu patrão, pelo padre, pelo professor, que ensinam que o patrão e o governo são necessários.
Se acrescentarmos o juiz e o policial para pressionar aqueles que pensam de outra forma, e tentam difundir suas opiniões, entenderemos como o preconceito da utilidade e da necessidade do patrão e do governo é estabelecido.
Suponho que um médico apresente uma teoria completa, com mil ilustrações inventadas, para persuadir o homem com membros atados, que se libertarem suas pernas não poderá caminhar, ou mesmo viver.
Então, o homem defenderia suas ataduras furiosamente e consideraria inimigo todos que tentassem tirá-las.
Existem fatos paralelos na história da palavra. Em épocas e países onde se considerava o governo de um homem (monarquia) necessário, a palavra “república” (governo de muitos) era usada exatamente como “anarquia”, implicando desordem e confusão.
Traços deste significado ainda são encontrados na linguagem popular de quase todos os países. Quando essa opinião mudar, e o público estiver convencido de que o governo é desnecessário e extremamente prejudicial, a palavra “anarquia”, justamente por significar “sem governo” será o mesmo que dizer “ordem natural, harmonia de necessidades e interesses de todos, liberdade total com solidariedade total”.
Portanto, estão errados aqueles que dizem que os anarquistas escolheram  mal o nome, por ser esse mal compreendido pelas massas e levar a uma falsa interpretação. O erro vem disso e não da palavra. A dificuldade que os anarquistas encontram para difundir suas ideias não depende do nome que deram a si mesmos. Depende do fato de que suas concepções se chocam com os preconceitos que as pessoas têm sobre as funções do governo, ou o “Estado” como é chamado.

HUMANITAS Nº 26 - AGOSTO/2014 - PÁGINA 6

De como uma máquina pode ter coração
Ana Maria Leandro – Belo Horizonte/MG

Era uma vez uma máquina. Melhor dizendo, não era apenas uma máquina; eram várias máquinas. Mas o coração era o mesmo. Porque se vocês não sabem, as máquinas às vezes, mas nem sempre, ganham coração. Não um coração próprio, é bom que isso seja esclarecido; mas o coração das pessoas que lidam com elas. Claro que isto depende muito da qualidade das pessoas. Porque pessoas de qualidade se sentem partes do organismo onde atuam; daí cederem fácil o coração às causas que abraçam. Empresas onde empregadores e empregados se dividem, como se estivessem em campos opostos, não conseguirão jamais ter máquinas que tenham coração.
Mas as máquinas aqui em pauta, como se verá a seguir tinham, portanto, um coração. E como todo coração que se preza, às vezes ele faz sofrer. Porque sofrimento também é forma de aprendizagem. Assim é que, às vezes, é preciso um aperto bem forte no coração, para que a gente se lembre de algumas coisas importantes desta vida.
Bem, dadas as explicações básicas sobre pessoas, máquinas e coração, vamos contar como aconteceu a descoberta, de que máquina pode ter coração.
Tudo começou quando uma máquina resolveu quebrar. Assim, tipo sem avisar, só pra levantar a questão.
E levantou mesmo! Foi um berro danado. Uns desesperavam; outros acusavam; a maioria criticava. Um alvoroço total. A máquina lá, parada, olhando para eles e se perguntando “o que é que afinal eles iam fazer para resolver”. Com aquela confusão não iam resolver nada!
Mas é assim mesmo: a princípio as pessoas não percebem que nada acontece por acaso. E que é melhor procurar a causa e não o culpado. Não é que no meio da confusão, outra máquina resolveu quebrar também?! Pasmos todos pensaram: “é uma onda de azar”.
Aliás, faço aqui um parágrafo à parte, me desculpe o caro leitor que quer é saber mais sobre a história, mas vamos analisar este negócio de azar. Muitos dizem que o azar vem sempre um atrás do outro. Claro; todo mundo pensando junto negativamente e emendando essa ideia! Há clima para dar sorte?! Todo mundo de mau humor. Todo mundo reclamando e tropeçando uns nos outros, criando clima para armar de fato um caos. Aí colocam a culpa na onda de azar; talvez em forças ocultas. Oculta está é a sorte, que só aparece quando há harmonia.
Voltando à história. Pensam que foi o fim para a empresa? Que nada! O que aconteceu foi espantoso! Emocionante! De repente alguém olhou para alguém e o chamou de irmão. Pediu e ofereceu a mão e uma corrente foi se formando. Todos disseram, sem muitas palavras, que palavras às vezes não se fazem necessárias: “irmãos estamos todos no mesmo barco. E se não remarmos juntos, para a mesma direção, este barco afunda”.
Alguns se assentaram e planejaram soluções; outros as operacionalizaram. Mas o importante é que todos ajudaram. Alternaram-se com a mente, os braços, o suor...
E até com a fé de cada um em si mesmo. Uma fé que remove montanhas, aquela que parte do empenho humano de realizar e muito própria das uniões em torno de um mesmo ideal.
Não é que neste clima todo, se esqueceram de fazer acusações recíprocas e encontraram soluções?
Pois o Ser Humano pode superar até a si mesmo, quando assim o quer. Trabalharam muito em equipe e como todos já sabemos isto é uma das mais fortes expressões do amor. Foi essa força, que solucionou todos os problemas.
Resultado: as máquinas, reativadas pela união gerada, ganharam a energia e a ação daquela gente. E produziram mais do que nunca!
Dizem que as máquinas trabalharam tanto, que até soltavam fumaça de tanto esforço. Que nada! Soltavam fumaça era de orgulho. Afinal, não é qualquer máquina que tem coração.
E para dizer bem francamente, não é qualquer pessoa, que põe coração em máquina.

HUMANITAS nº 26 – Agosto/2014 – Página 5

Deus ou escravização divina?
Jorlando Natalino Durante – São Paulo/SP

Ainda tento entender como a humanidade ainda vive sob a escravização divina. A maioria absoluta diz que acredita em um deus. Mas ao serem questionados por que acreditam, as respostas são diferentes, mas tão diferentes, que se deus existe, até ele duvidaria de tal crença.
Está mais que na cara que deus é algo plantado nas mentes das crianças, quando estas ainda estão no ventre. Basta perguntarmos a uma grávida como está indo sua gravidez, e a resposta sem sombra de dúvida será a seguinte: “Graças a deus está tudo bem”. Observaram? A criança ainda nem conhece o mundo e já está ouvindo falar em deus.
E assim que termina o parto, seja ele normal ou cirúrgico, a primeira expressão da mãe é a seguinte: “Graças a deus!”, observaram novamente? A criança mal acabou de chegar ao mundo e já ouviu a palavra deus algumas vezes.
E assim vai até os últimos dias de sua vida. Chega uma hora em que as pessoas são obrigadas a acreditar em deus porque a sociedade impõe. Não precisa ir muito longe: as próprias famílias impõem isso aos filhos. Tanto que ao completar sete anos, se forem católicos, são encaminhados para o catecismo.
Ali começa o ritual de adestramento. E se forem evangélicos também são obrigados a acompanhar os pais aos cultos. E o adestramento continua.
Eu pergunto: por que os indivíduos não perguntam para si por que acreditar em deus, isto é, perguntarem:
- Por que acredito em deus?
Sugiro as questões:
1) De onde veio deus, qual sua procedência e origem?; 2) O que havia antes de deus?; 3) Como tomei conhecimento da existência de deus?; 4) Por que devo acreditar nisso?; 5) Se não acreditasse, o que mudaria em minha vida? Essas perguntas gostaria que cada um fizesse para si.
Ocorre o seguinte: o ser humano desde o nascimento até seus dias derradeiros tem por natureza um fenômeno íntimo que chamo de Fraqueza Humana, isto é, uma dependência íntima. E essa dependência ultrapassa os limites da anatomia e também da autonomia humana. O último recurso para os fracos é se entregar a deus. Daí para a depressão é um pulo, porque deus não lhes dará o resultado esperado e seu único recurso é se entregar à própria morte.
Certa vez estava eu discutindo com uma senhora que não se conformava em saber que eu era ateu.
Ela não entende como um ser humano gozando de perfeita saúde como eu, não acredite em deus. A certa altura perguntou: mas de onde vem o vento? E eu tentando lhe explicar que o vento é decorrente da velocidade da terra, adicionado à temperatura e ao vapor ambiente. Ela não contente continuou a pergunta: mas de onde vem a Terra? E eu continuando a explicar, e vendo que suas perguntas não teriam um final, então comecei a perguntar. Primeira pergunta: Por que a senhora acredita em deus? A resposta foi confusa: Ora disse que alguém havia de ter criado tudo isso (mundo), ora disse que seus pais também acreditavam, enfim, não contente com a resposta, tornei a lhe perguntar: de onde veio deus? E ela toda confusa, toda atrapalhada, disse tantas, mas tantas opções da origem de deus, que ao final me respondeu assim: ora, meu filho, antes de deus não havia nada. Aí deu pra se chegar à seguinte conclusão: uma coisa que vem do nada, certamente também é nada.
Deus só existe para as mentes enfraquecidas. E todos os fracos usam a chamada “energia” dizendo que deus é uma energia para justificar suas fraquezas. Quanto mais fraco é o ser humano, mais forte é deus para este ser humano.
Muitas pessoas têm medo de dizer que não acreditam em deus porque o custo social será muito alto. Então preferem se entregar à filosofia de Jean Batista Molière que dizia lá no século XVII: "é melhor dar uma de alienado, do que querer dar uma de esperto e acabar isolado". A maioria absoluta tem medo de encarar a realidade. E na dúvida prefere acreditar. Para tais pessoas é melhor acreditar do que encarar a pressão social.

HUMANITAS nº 26 – Agosto/2014 – Página 4

Reconhecimento é a busca de todo ser humano
Texto de Antônio Carlos Gomes – Guarujá/SP

Costumamos falar que de nada adianta toda imponência que pode possuir um determinado ser humano, se este vai igual a todos os demais para baixo da terra, em destino comum.
Não me agrada tal assertiva, o mais correto seria tentar ver o que realmente adianta e o que estamos fazendo aqui nesta superfície em constante transformação, que chamamos Terra.
O ser no mundo é um ser individualista. Todos os atos giram exatamente em torno de suas atitudes; como é um ser social, tudo que planeja tem um único fim: o reconhecimento.
Cada época da humanidade o reconhecimento se faz de uma maneira: pode ser reconhecido como guerreiro eficaz, que mata seus componentes; como crédulo penitente a seu deus; como pai exemplar que é justo com seus filhos, ou atualmente, como homem possuidor de riquezas que seja invejado pelos que não as tem.
Resumidamente a vida baseia-se em olhar o outro e ser olhado por este outro, num jogo de alteridades onde espelha e se espelha no conjunto de humanos que o rodeiam.
Será que o único objetivo do ser individual jogado na natureza é se mostrar e se comparar com o vizinho? Será que este manancial de objetos transformados ou a serem manipulados, que encontramos quando nascemos e deixaremos aqui, sem saber para quem, pode ter uma posse tão desproporcional, onde uns têm muito e outros nada? Será que nascemos diferentes em capacidade de posse apesar de ser comprovado que a inteligência e a capacidade de adaptação são iguais em todos os seres humanos?
O que importa é definir qual a função do homem no planeta. Se nos conformarmos em manter-nos vivos e espalharmos genes num delírio de buscar sexo ininterruptamente, não justificaria a sociedade que habitamos, e o valor seria dado pelo número de descendentes. Por querermos algo mais, tentamos viver eticamente, com uma eticidade que se modifica a cada nova transformação do grupo, tentando manter tanto a harmonia entre os membros, como propiciar o bem-estar de cada um.
Temos que notar que a tentativa não é individual. Tentamos, prestigiando o nosso grupo, diminuir nossa individualidade para um bem comum.
Domar o individual para o bem do coletivo, gerando um ideal comum onde este bem-estar atingisse todos. Se olharmos com atenção é o que ocorre desde o início de cada grupamento social de humanos.
Certamente estaremos diante de uma busca sem fim, o universo é Vontade, caminha sempre.
A ordem de hoje será desordem amanhã para uma nova organização, que será reformada novamente.
A ordem dentro da Natureza representa a estagnação e o fim. A Natureza exige movimento contínuo e ininterrupto. A quebra é ceder lugar para outro grupo em evolução.
Neste difícil raciocínio de cada um se encontrar participando do todo, nos assemelhamos a um cardume de peixes com suas evoluções conforme a situação: reprodução, caça e defesa. Deste modo devemos achar nosso lugar.
Tal qual o exemplo do cardume, que cada um tenha um lugar que possa lhe proporcionar certa independência de movimentos, como exige o ser jogado no mundo, sem perder sua função na dança do todo que mantém a harmonia da vida em movimento. 
Só com uma noção de um lugar perante o todo, poderemos conter o desejo desenfreado que atualmente o capitalismo induz, e reconhecer o outro, e ser, portanto, reconhecido, já que todos estarão vivendo e dançando da melhor maneira possível, num mesmo lugar, num mesmo grupo, a mesma dança e mantendo a individualidade que a natureza lhe deu.

HUMANITAS nº 26 – Agosto/2014 – Página 3

REFÚGIO POÉTICO

Morre-se de amor?

Karline Batista – Aracati/CE

Não se morre de amor
Nem de amor se fartará
A alma retém o que a interessa
A alma desata o que a separa
Não se morre de amor
Vive-se dele
Funde-se a ele
Existe-se nele.

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Vou, ficando
Marisa Soveral – Porto/PT

Dunas, declives, colinas
e abismos
rumos tumultuosos
atalhos e vielas,
vertigem ensandecida
nas empolgantes
viagens imaginadas
esculpida na pedra
que me prende.

O tempo parece parar,
mas impetuosamente
Esgueirou-se num instante.
enquanto
"estive do outro
lado do espelho”
num imaginário correndo,
liberta
e reinventando-me veementemente…

Voo, sonho, paixão, anjo…
com o coração rasgado
num instante o
desequilíbrio,
oscilo e caio
na profundeza
intranquila,
da realidade,
no buraco escuro
cheio
de reminiscências
inquietantes!

HUMANITAS nº 26 – Agosto/2014- Editorial e Cartas

EDITORIAL
Dois anos lutando por mais conhecimentos e a favor do homem

Este mês de agosto de 2014 marca o segundo ano de existência do HUMANITAS. Ideia nascida e tornada real pelo jornalista Rafael Rocha e pelo professor Genésio Linhares, ambos do Recife. Nasceu polêmico e continua polêmico. Não tem rabo preso com a Grande Mídia e nem pretende. A tiragem é pequena, mas os exemplares passam de mão em mão, alcançando um vasto universo de leitores.
Nesses dois anos, o Humanitas abordou temas que poucos jornais têm coragem de abordar. Foi desassombrado. Se pessoas e grupos desgostaram isso é um sinal maravilhoso, pois comprova que estamos no caminho certo. Afinal de contas, essas pessoas só ficam irritadas quando a verdade nua e crua é jogada na cara delas.
Continuamos no bom combate em novo formato e em novo tamanho. Mantemos a linha editorial de uma publicação que consagra a liberdade de pensamento como objetivo maior.
Claro que nos falta muita coisa para alcançar os píncaros do sucesso. Mas não nos afastaremos nem uma polegada do nosso projeto.
Aqui agradecemos as inestimáveis ajudas de Antonio Carlos Gomes, médico de Guarujá/SP; Ana Maria Leandro, jornalista e consultora, Belo Horizonte/MG; ao autodidata Manfred Grellmann, de Camaragibe/PE; a poeta e escritora Karline Batista, de Aracati/CE; Jorge Oliveira de Almeida, Rio de Janeiro/RJ; Marisa Soveral, educadora, Porto/Portugal; Paula Duarte, Ílhavo/Portugal; e outros. Sem eles o HUMANITAS não existiria.
O jornal também pode ser acessado no blog jornalhumanitas.blogspot.com e no Facebook, mas é no impresso onde os leitores condensam o gosto pela leitura das nossas mais variadas temáticas, onde defendemos o homem, o planeta e as verdades nunca ditas por outros meios de comunicação.
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CARTAS DE PARABENIZAÇÃO

Parabéns por mais um ano de vida deste pequeno/grande jornal. Silveira Júnior Calábria – São Paulo/SP
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Tanto no virtual como no impresso, adoro o Humanitas. Parabéns pelo aniversário. Soraya Emilia Lima de Souza Lemos – Camaragibe/PE
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Ler é conhecer. Comecei a ler o Humanitas por acaso e aprendi coisas interessantes. Feliz aniversário! Paula S. Farias – Recife/PE
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Um jornal precioso. Espero que continue a cativar seus leitores. Eu sou um deles. Maria Cristina Santos Leite – Recife/PE
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O Humanitas devia ganhar mais apoio das pessoas. É uma publicação diferente e especial. Parabéns por mais um ano de existência. Maria do Carmo Lima – Olinda/PE
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Desejo ao Humanitas longa vida, pois já conquistou por mérito um lugar de respeito. Marisa Soveral – Porto/Portugal
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Humanitas: jornal que foge do lugar comum da mídia, colocando-se como espaço de reflexões de gente inteligente. Jacqueline Ventapane – Rio de Janeiro/RJ
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Parabéns ao herdeiro histórico do “Typhis Pernambucano” de Frei Caneca. Allan Sales – Recife
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Que dure mais cem anos! Jorge Oliveira de Almeida – Rio de Janeiro/RJ
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Felicitaciones por el aniversario. Carmen Vásquez – Barcelona/Espanha

sábado, 2 de agosto de 2014

JORNAL HUMANITAS - EDIÇÃO Nº 26 - AGOSTO 2014

Raça humana faz do lixo sua moderna logomarca

O autodidata Manfred Grellmann é contundente em seu texto deste mês ao dizer que um aspecto da sociedade humana que ainda não foi simbolizado conforme seu caráter típico é o da degradação  e decadência da espécie.
Para ele, as ações humanas no planeta estão cada vez mais atrasadas em relação à agressiva  invasão de poluentes e degradação. O monstruoso rastro de detritos e fedor deixado pela espécie humana é enorme e preocupante.
“Hoje não se considera absurdo jogar veneno em plantações que dias depois vão ser consumidas e ninguém acha que isto seja nojento ou perigoso”, salienta Manfred no artigo inserido na página 8 desta edição

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Morreu Ariano Suassuna – O mestre do Armorial

O mestre nasceu na cidade de João Pessoa, Paraíba, no dia 16 de junho de 1927 e faleceu no Recife no dia 23 de julho de 2014.
Dramaturgo, romancista, poeta, ensaísta, defensor incansável da cultura popular, das raízes brasileiras e, especialmente nordestina, foi autor de obras famosas dentre elas:
Uma mulher vestida de sol” (1947): “O desertor de Princesa” (1948); “Auto de João da Cruz” (1949); “O arco desabado” (1952); “Auto da Compadecida” (1955); “O santo e a porca” (1957); “O casamento suspeitoso” (1957); “A pena e a lei” (1959); “Farsa da boa preguiça” (1960); “A caseira e a Catarina” (1962); “Romance d´a pedra do reino e o príncipe de Sangue do Vai-e-Volta” (1971).

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COLUNA DE RH

A partir deste mês de agosto estaremos publicando na página 6 a coluna "RH DO HUMANITAS", redigida pela jornalista (Reg. 07218/JP) e pedagoga empresarial (Reg. 6224/DR4/MEC) Ana Maria Leandro.
Ela vai abordar temas referentes à valorização do SER HUMANO no trabalho, ética empresarial, atividades organizacionais, treinamento e desenvolvimento humano para apoiar o sucesso do trabalhador e das empresas.
O empresário e/ou profissional que desejar colocar um anúncio (tanto de proposta de emprego, quanto de pedido de oportunidade no mercado de trabalho) na coluna de RH deve enviar seu texto ou foto para rafaelrochant@bol.com.br ou jornalhumanitas2013@gmail.com e negociar diretamente o assunto.