REFÚGIO POÉTICO
POETA DO MÊS
Juareiz Correya nasceu
em Palmares, Pernambuco, em 1951. Atualmente radicado no Recife. É poeta e
editor. É diretor editorial da Panamérica Nordestal Editora, do Recife
(PE). Publicou Poetas Dos Palmares,
Americanto Amar América, Poesia Viva Do Recife, Coração Portátil, Poesia Do
Mesmo Sangue,em parceria com José Terra (2007), Arraes na Boca Do Povo - Cordéis & Repentes; Ascenso, o Nordeste em Carne e Osso,
biografia (2001).
MULHER MORENA
Rafael Rocha – Recife/PE
Do livro “Meio a Meio”/1981
Mulher morena que se estende
Nos lençóis brancos da vida
És o motivo maior deste poema
Tremores nas areias dos meus rios
Mulher morena que se entrega
Mórbida como quase que obrigada
És a fruta madura que mata minha fome
E pacifica a aridez das minhas origens
Mulher morena que incendeia
A víscera do pecado original
És a abertura que suga o meu sangue
E tonifica os meus nervos de animal
Mulher morena que se desmorona
Em contrações de cavalgadura
És a cama, o pão, a agonia
Onde consigo esquecer as amarguras.
HOJE
Antonio Carlos Gomes
Guarujá/SP
Hoje
É a angústia do amanhã
Sempre incerto.
O confronto
Do amor e do medo,
Eterna indecisão:
Ora um impulso grandioso
Ora uma depressão galopante.
Hoje
Coragem e medo
Dúvida
Caminhar
Ficar estático
Hoje
Sempre uma incerteza
Numa espera alvissareira.
HOMENS E BOIS
César Leal – Recife/PE
1924/2013
César Leal – Recife/PE
1924/2013
Como um cruzador regressa
ao porto e vai descansar
das muitas fadigas fundas
em suas patas de radar,
regressam os bois ao curral
a mugir na cerração
do pó que as patas levantam
do lombo-azul do verão.
Marcham sempre organizados
- como em marcha um batalhão -
são tristes, magros e tristes
os magros bois do sertão.
Alguns morrem mesmo bois,
pescoço atado ao cambão,
outros morrem a morte de homens:
sangue a correr pelo chão.
Esse o destino dos dois
(homem ou boi, não importa o
ao porto e vai descansar
das muitas fadigas fundas
em suas patas de radar,
regressam os bois ao curral
a mugir na cerração
do pó que as patas levantam
do lombo-azul do verão.
Marcham sempre organizados
- como em marcha um batalhão -
são tristes, magros e tristes
os magros bois do sertão.
Alguns morrem mesmo bois,
pescoço atado ao cambão,
outros morrem a morte de homens:
sangue a correr pelo chão.
Esse o destino dos dois
(homem ou boi, não importa o
nome)
ambos morrem para matar
(dos canhões e homens) a fome.
ambos morrem para matar
(dos canhões e homens) a fome.
..........
CARTAS DOS LEITORES
Que 2016 leve o Humanitas a continuar sua luta em prol da
verdade e do humanismo. Geraldo Absalão de Lima – Salvador/BA
***
Os temas apresentados por este pequeno/grande jornal levam o ser humano
a pensar. Márcia Quirino Rocha – Jaboatão/PE
***
Muito grato por publicar uma poesia minha no exemplar de novembro de
2015. Clodair Eduão Farias – Irecê/BA
***
Feliz 2016 para todos que fazem o Humanitas. Riobaldo de Jesus
Carvalho – Belo Horizonte/MG
***
Feliz 2016, Humanitas. Vida longa. Regina Camila de Albuquerque
– Olinda/PE
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