(continuação
do texto da página 4) Esse é o sentimento que motivou
a criação de uma célula sunita, formada por muçulmanos radicais e influenciada
por grupos terroristas, que pegaram em armas para demonstrar sua insatisfação
com a política local. Como diria Max Weber: Não
existe vácuo de poder e, não me parece surpreendente que apareça,
dentro desse contexto, uma célula extremista que ficou conhecida como ISIS.
Para dizer o óbvio, é
importante sublinhar que nem todos da maioria Sunita são muçulmanos radicais.
Nem todos os muçulmanos são radicais. E, por fim, nem todos os
radicais fazem parte da criação do chamado Estado Islâmico. E, agora,
chegamos aos dias atuais. Os países que apoiam o regime de Bashar al-Assad são
Rússia, Irã e China. A oposição é apoiada pela Turquia, Arábia Saudita, Reino
Unido, Estados Unidos e França.
Nesse contexto, Rússia e França
fazem mais um dos seus acordos secretos, determinando, dessa vez, suas zonas de
bombardeamento para que uma não atrapalhe os ataques da outra. Esses
bombardeios acontecem livremente em diferentes áreas do país e são noticiados
em meio a várias outras pílulas midiáticas, com um ar de cotidiano, como
se não fossem importantes.
As potências justificam os
bombardeios, dizendo que estão caçando terroristas da célula radical, mas
esquecem de noticiar as mortes de civis que ainda estão perdidos dentro dessa
bomba relógio.
Uma pergunta que precisa ser
feita é: de onde vêm as armas, as munições e o resto do material bélico usado
pelo exército e pelos rebeldes na Síria? Quem fornece? Quem manda entregar lá?
Nos últimos cinco anos, os
Estados Unidos dirigiram uma campanha contra Assad, levando ajuda financeira
para os rebeldes que lutavam no país.
Repito: se nos negarmos a
refletir essas questões, estaremos fazendo parte da massa de manobra que apoia
uma guerra perversa que matou, mata e matará muitos outros inocentes.
Muito falamos dos refugiados
sírios, mas não falamos que quem consegue chegar na Europa é uma parte ínfima
dessa população.
A grande maioria civil continua
presa nos rincões do país ou nos campos das fronteiras terrestres.
Todas as estatísticas, aqui,
são completamente abomináveis.
Os refugiados são pessoas que
fogem desses mesmos inimigos e que tiveram sua vida marcada pela ação de
terroristas.
Refugiados são as vítimas da
ambição de países que desenham, recortam e dividem territórios no papel,
esquecendo que neles, vivem seres humanos.
Os parisienses não foram as primeiras
vítimas desse conflito e não serão as últimas.
É preciso pensar em soluções,
relembrando as experiências desse passado recente.
Não, a Europa não está em
guerra!
A França foi atacada por sete
indivíduos, ao passo em que existem mais de 250 mil mortos na Síria em nome de
uma política ocidental delirante.
É preciso pensar em ações que
não se limitem à mera troca de bombardeios e que queiram levar a paz para uma
região que, historicamente, só conhece a guerra que lhes foi imposta.
Mas será que essa é a vontade daqueles que detêm o poder? Será que a paz é o que as grandes nações de fato querem?
Mas será que essa é a vontade daqueles que detêm o poder? Será que a paz é o que as grandes nações de fato querem?
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