O terrorismo cristão no mundo (Parte 3)
Especial para o Humanitas
Pedro Rodrigues Arcanjo- Olinda/PE
Semelhança com o atual fundamentalismo islâmico não
é mera coincidência
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Diversas
outras cruzadas mostraram o toque
divino de como os cristãos sabem fazer entre eles o que fazem aos
infiéis e hereges.
Na 4ª Cruzada, no ano de 1204, Constantinopla era, na época, a maior
cidade cristã, mas durante três dias as tropas fizeram um saque sem
precedentes, matando e violando os habitantes e promovendo uma orgia repleta de
violências inomináveis.
Já entre os anos de 1208 a 1244 ocorreu a
Cruzada dos Albigences criada por iniciativa do papa Inocêncio III.
O duque Simon de Monfort
ficou famoso. Ele comandava as tropas que invadiram Beziers (cidade francesa situada no departamento de Hérault, na
região de Languedoque-Rossilhão).
Ao saber que muitos hereges estavam misturados com a
população cristã da cidade deu a ordem que lhe assegurou a entrada na história:
“Matem-nos todos, deus reconhecerá os seus”.
Assim homens, mulheres e
crianças foram assassinados. As regiões de Provence e Toulouse ficaram quase
despovoadas após essa guerra dirigida pelos cristãos contra a população civil,
com uma ferocidade sem precedentes desde as invasões bárbaras. Mas a “piedade”
cristã é sempre propagada pela Igreja, pelos seus bispos e pelo papa.
Em 1226,
a França coroa um rei católico que ficou sendo
considerado na história como de “reputação piedosa”. Luís IX ascende ao trono e
termina sendo canonizado em 1290.
No seu reinado ocorrem duas Cruzadas, onde a pilhagem
e a matança se tornaram leis para a “misericordiosa” Igreja Católica!
Na França, ainda durante seu reinado, o “santo e
piedoso” Luís IX punia os blasfemadores, colocando-os no pelourinho e
atravessando suas línguas com ferros em brasa.
No ano de 1231 é fundada a Inquisição ou Santo Ofício,
instituição cristã que levou à fogueira mais de um milhão de pessoas entre
hereges, judeus e muçulmanos convertidos e também os bruxos.
A Igreja Católica jamais se arrependeu de ter feito
tudo isso através da Inquisição. Tanto que a continuidade histórica da
instituição alcançou nossos dias, tendo apenas o nome mudado para Santo Ofício
pelo papa Pio X, até que no ano de 1965 foi rebatizada como Congregação para
a doutrina da fé.
Em 1997,
a Igreja Católica abriu os arquivos do Santo Ofício, e os
historiadores foram autorizados a pesquisar. O número total de vítimas da
Inquisição é então revisto, havendo um consenso, hoje, que “mais de um
milhão de pessoas foram executadas”, sem contar os torturados e os que
tiveram todos os seus bens tomados pela Igreja em nome do seu “deus de amor”.
A prática da tortura foi autorizada pelo papa
Inocêncio IV em 1251. Mas a sutileza cristã permaneceu ativa. A Inquisição não
condena nenhum réu à morte. Utiliza a tortura para fazer os hereges confessarem
e depois entrega os réus à justiça comum que condena todos à fogueira.
Essa sutileza permitiu que por anos a fio a Igreja
Católica afirmasse que nunca matou ninguém.
Entre os anos de 1347 a 1354, a peste negra domina
toda a Europa. A Igreja Católica descobriu logo os culpados por essa grande
epidemia: “os judeus”. Eles teriam envenenado os poços de água.
Esse boato disseminado pelos prelados cristãos
espalhou-se por todo o Velho Continente.
Acontecem então os “pogroms” (ataques violentos a pessoas, com a destruição simultânea do seu
ambiente, de suas casas, seus negócios e seus centros religiosos).
Apenas na Alemanha, mais de 350
comunidades judias foram totalmente destruídas pelos “pogroms” nesse
período.
Na Itália, em Milão, as autoridades civis e
eclesiásticas, depois de terem executado milhares de judeus no braseiro,
inauguraram uma coluna comemorativa para lembrar esse grande feito cristão.
Essa coluna passou à história no Século XIX, através
do romancista italiano Alessandro Manzoni com o seu trabalho “História da
Coluna Infame”. O escritor denunciou corajosamente e em primeira mão esse
monumento da perversão religiosa cristã.
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