quinta-feira, 21 de abril de 2016

HUMANITAS Nº 47 – MAIO DE 2016 – PÁGINA QUATRO

O terrorismo cristão no mundo (Parte 3)
Especial para o Humanitas
Pedro Rodrigues Arcanjo- Olinda/PE

Semelhança com o atual fundamentalismo islâmico não
 é mera coincidência
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Diversas outras cruzadas mostraram o toque divino de como os cristãos sabem fazer entre eles o que fazem aos infiéis e hereges.

Na 4ª Cruzada, no ano de 1204, Constantinopla era, na época, a maior cidade cristã, mas durante três dias as tropas fizeram um saque sem precedentes, matando e violando os habitantes e promovendo uma orgia repleta de violências inomináveis.

  Já entre os anos de 1208 a 1244 ocorreu a Cruzada dos Albigences criada por iniciativa do papa Inocêncio III.

O duque Simon de Monfort ficou famoso. Ele comandava as tropas que invadiram Beziers (cidade francesa situada no departamento de Hérault, na região de Languedoque-Rossilhão).

Ao saber que muitos hereges estavam misturados com a população cristã da cidade deu a ordem que lhe assegurou a entrada na história: “Matem-nos todos, deus reconhecerá os seus”.

Assim homens, mulheres e crianças foram assassinados. As regiões de Provence e Toulouse ficaram quase despovoadas após essa guerra dirigida pelos cristãos contra a população civil, com uma ferocidade sem precedentes desde as invasões bárbaras. Mas a “piedade” cristã é sempre propagada pela Igreja, pelos seus bispos e pelo papa.

Em 1226, a França coroa um rei católico que ficou sendo considerado na história como de “reputação piedosa”. Luís IX ascende ao trono e termina sendo canonizado em 1290.
No seu reinado ocorrem duas Cruzadas, onde a pilhagem e a matança se tornaram leis para a “misericordiosa” Igreja Católica!
Na França, ainda durante seu reinado, o “santo e piedoso” Luís IX punia os blasfemadores, colocando-os no pelourinho e atravessando suas línguas com ferros em brasa.
No ano de 1231 é fundada a Inquisição ou Santo Ofício, instituição cristã que levou à fogueira mais de um milhão de pessoas entre hereges, judeus e muçulmanos convertidos e também os bruxos.
A Igreja Católica jamais se arrependeu de ter feito tudo isso através da Inquisição. Tanto que a continuidade histórica da instituição alcançou nossos dias, tendo apenas o nome mudado para Santo Ofício pelo papa Pio X, até que no ano de 1965 foi rebatizada como Congregação para a doutrina da fé.
Em 1997, a Igreja Católica abriu os arquivos do Santo Ofício, e os historiadores foram autorizados a pesquisar. O número total de vítimas da Inquisição é então revisto, havendo um consenso, hoje, que “mais de um milhão de pessoas foram executadas”, sem contar os torturados e os que tiveram todos os seus bens tomados pela Igreja em nome do seu “deus de amor”.
A prática da tortura foi autorizada pelo papa Inocêncio IV em 1251. Mas a sutileza cristã permaneceu ativa. A Inquisição não condena nenhum réu à morte. Utiliza a tortura para fazer os hereges confessarem e depois entrega os réus à justiça comum que condena todos à fogueira.
Essa sutileza permitiu que por anos a fio a Igreja Católica afirmasse que nunca matou ninguém.
Entre os anos de 1347 a 1354, a peste negra domina toda a Europa. A Igreja Católica descobriu logo os culpados por essa grande epidemia: “os judeus”. Eles teriam envenenado os poços de água.
Esse boato disseminado pelos prelados cristãos espalhou-se por todo o Velho Continente.
Acontecem então os “pogroms” (ataques violentos a pessoas, com a destruição simultânea do seu ambiente, de suas casas, seus negócios e seus centros religiosos).
Apenas na Alemanha, mais de 350 comunidades judias foram totalmente destruídas pelos “pogroms” nesse período.
Na Itália, em Milão, as autoridades civis e eclesiásticas, depois de terem executado milhares de judeus no braseiro, inauguraram uma coluna comemorativa para lembrar esse grande feito cristão.
Essa coluna passou à história no Século XIX, através do romancista italiano Alessandro Manzoni com o seu trabalho “História da Coluna Infame”. O escritor denunciou corajosamente e em primeira mão esse monumento da perversão religiosa cristã.

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