sexta-feira, 27 de maio de 2016

HUMANITAS Nº 48 – JUNHO DE 2016 – PÁGINA DOIS

EDITORIAL

Crítica religiosa não é intolerância religiosa

O Brasil é um Estado Laico tal como determina a sua Constituição.
De acordo com nossa Carta Magna, a religião e a crença de um ser humano não devem ser barreiras às relações humanas.
Todos devem ser respeitados e tratados de maneira igual perante a lei, independente da orientação religiosa.
Importante observar que a crítica religiosa não é igual à intolerância religiosa.
Este Humanitas faz crítica religiosa, pois os direitos de criticar dogmas e encaminhamentos de uma religião são assegurados pelas liberdades de opinião e expressão.
A intolerância não é crítica religiosa. É uma atitude ofensiva. Em casos extremos e radicais é uma perseguição. É um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade dos seres humanos.
A intolerância é marca registrada dos crentes radicais de quaisquer religiões.
É de extrema gravidade, pois costuma se caracterizar pela ofensa, discriminação e até mesmo por atos que atentam contra a vida de um determinado grupo que tem em comum certas crenças.
Criticar uma religião não é ser intolerante. A crítica, bem definida e seguida por este Humanitas é e será feita de modo que não haja desrespeito e ódio a nenhum grupo religioso.
Criticar é um exercício de debate democrático que deve ser exercido e respeitado.
Criticamos as religiões e seus dogmas, mas também condenamos os atos de vandalismo contra os símbolos religiosos, como anda ocorrendo em ações coordenadas por grupos cristãos radicais que atingem e destroem patrimônios das religiões afro-brasileiras.
Os inúmeros ataques às comunidades religiosas de matriz africana no Brasil são criminosos e devem ser julgados como caso de polícia. São contraditórios com a pregação do amor ao próximo e a busca pela paz.
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A glória e o poder do nosso sol
Texto do professor Msc Thomas Henrique de Toledo Stella - São Paulo/SP

Nosso Sol tem 4,5 bilhões de anos e provavelmente viverá mais 4,5 bilhões de anos, quando se transformará numa gigante vermelha e em seu processo de expansão, consumirá Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Depois ele começará a contrair-se e tornar-se-á uma estrela anã branca pelos próximos bilhões de anos.
Por mais que o sol seja 333 mil vezes maior que a Terra, ele é uma estrela de 5ª grandeza, pois existem no universo outros sóis milhares ou mesmo milhões de vezes maior que ele.
Tais sóis, devido à sua massa e tamanho, são capazes de gerar reações no interior de seu núcleo de modo que quando chegar ao seu ponto máximo, eles se explodirão numa super-nova e converter-se-ão em um buraco negro, capaz de engolir toda luz ao redor em seu horizonte de eventos que hoje a física não é capaz de explicar.
No centro de nossa galáxia, onde orbita nosso sistema solar, está um buraco negro que os maias chamavam de Hunab Ku.
Em nosso sistema solar o Sol reina como o senhor soberano e em seu processo de fusão nuclear cria a energia que regenera e alimenta todos os seres vivos de nosso planeta.
Se existe um Deus que todos vemos e que podemos afirmar com precisão científica que todos somos filhos, seu nome é Sol ou Kinish Ahau para os maias, Rá para os egípcios, Apolo para os gregos, Helius para os romanos, Inti para os incas e tantos outros nomes.
Se o Sol é nosso pai, a Terra é nossa mãe, pois todos fomos gestados em seu ventre e nos nutrimos daquilo que nela é gerado. 
Eis o resumo do paganismo universal: somos filhos do Sol e da Terra, com as bênçãos da Lua, permeados pelos mais belos mitos que ensaiam dramas psicológicos profundos, capazes de explicar a razão de nossa existência pela riqueza literária.
Enquanto as religiões dogmáticas ficam brigando com a ciência por doutrinas, com o paganismo tudo é fácil e visível.
Basta agradecer, honrar e respeitar os astros e nosso planeta, reconhecendo-se como filho do Cosmos. Já pensaram que ética maravilhosa deriva disto?

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