O TERRORISMO CRISTÃO NO MUNDO (Parte 9)
Especial para o Humanitas
Pedro Rodrigues Arcanjo - Olinda/PE
Semelhança com o atual fundamentalismo islâmico não
é mera coincidência
******
O Zentrum, partido católico na Alemanha,
cujo líder era o prelado católico Prälat Ludwig Kaas, vota plenos poderes para
o chanceler Adolf Hitler, em janeiro de 1933. Com essa ação, Hitler pôde
atingir a necessária maioria de dois terços para suspender os direitos
garantidos pela Constituição.
O bom prelado católico também aceita fechar os olhos para
os procedimentos dos nazistas, como a prisão dos deputados comunistas antes da
votação.
A seguir, a Igreja Católica negocia nova concordata com a
Alemanha, sacrificando o Zentrum, que até aquele momento era o único partido
significativo que os nazistas não proibiram. Na realidade, esse partido tinha
ajudado Hitler a alcançar o poder.
No dia 5 de julho de 1933, o Zentrum é dissolvido sob
solicitação da hierarquia católica, deixando o caminho livre para o NSDAP de
Hitler, então partido único.
Hitler declara-se católico no Mein Kampf, livro onde ele anuncia seu programa político e nele
também afirma que está convencido de ser um instrumento de deus na
terra.
A Igreja Católica jamais colocou o Mein Kampf no seu Índex.
Portanto, podemos acreditar que o programa antissemita do futuro chanceler
alemão agradava à Igreja.
Hitler mostrará o seu reconhecimento tornando obrigatória uma
prece a Jesus nas escolas públicas alemãs e reintroduzindo a frase Gott
mit uns (Deus está conosco) nos uniformes do exército alemão.
No ano de 1938, as SS e SA hitleristas organizam a Noite de Cristal. Com trajes
civis, os milicianos nazistas atacam sinagogas e lojas pertencentes a judeus. A
população alemã fica horrorizada e aterrorizada.
O bispo católico de Freiburg, monsenhor Gröber, declara
então, em resposta às perguntas sobre as leis racistas e os pogroms da Noite de Cristal: Não
podemos recusar a ninguém o direito de salvaguardar a pureza da sua raça e de
elaborar medidas necessárias a esse fim.
Mais além das terras alemãs, na Espanha, um general tenta um
golpe de estado militar, que é abortado, mas termina por se transformar em uma
guerra civil. Ele é apoiado pela Igreja de Roma e os padres e bispos benzem os canhões do general Francisco Franco Bahamonde, celebrando com
muita pompa o Te Deum pelas
suas vitórias contra o governo republicano legítimo.
Essa guerra civil enche as terras espanholas com mais de um milhão de mortos.
O general Franco fuzila
todos os que foram feitos prisioneiros e depois mostra reconhecimento aos seus piedosos aliados, nomeando
diversos membros da Opus Dei para o
seu governo.
A influência da Opus
Dei crescerá ao longo da ditadura franquista, ao ponto de mais de metade
dos ministros serem membros dessa venerável instituição católica cristã.
Na França, já sob domínio alemão, a Igreja Católica
Apostólica Romana declara, que desde 1940 Petain é a França, e
os bispos e padres mostram horror ao termo Liberté-Égalité-Fraternité
preferindo o termo fascista Trabalho-Família-Pátria.
Durante a 2a Guerra Mundial, o Vaticano sabia do
extermínio dos judeus. Só após o fim do conflito soube-se que o papa Pio XII se
absteve de condenar o extermínio devido à sua comunistofobia, por considerar que uma vitória soviética
seria muito pior.
Em 1948, o papa Pio XII declara que todo cristão que votar
nos comunistas ou que ajudar esse partido será excomungado. Essa medida dividiu
as famílias, provocando exclusões socialmente intoleráveis para muitos, e
levando numerosos comunistas a se tornarem clandestinos nas zonas rurais.
Os prelados italianos apressaram-se a traduzir essa
decisão em fatos, pedindo que os católicos votassem no grande partido
anticomunista (DC - Democrazia Cristiana). No futuro, o DC será desmoralizado,
ao se afundar na corrupção generalizada dos anos 1990.
Nenhum comentário:
Postar um comentário