REFÚGIO POÉTICO
Poeta do mês – Ivy Gomide
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Deus humano
Bastos Tigre (1882-1957)
Assusta-me este Deus de barba imensa,
Pai severo e tirano à moda antiga,
Que com o fogo do inferno os maus castiga
Porém, na terra, os bons não recompensa.
Pai severo e tirano à moda antiga,
Que com o fogo do inferno os maus castiga
Porém, na terra, os bons não recompensa.
Este Deus que a adorá-lo nos obriga,
Mas que só ama a quem o adula e incensa
Nunca há de ser o Deus da minha crença
Que eu venere e entre cânticos bendiga.
Mas que só ama a quem o adula e incensa
Nunca há de ser o Deus da minha crença
Que eu venere e entre cânticos bendiga.
O Jeová que no Antigo Testamento
Os profetas nos pintam, truculento,
É um velho Deus, motivo de pavor.
Os profetas nos pintam, truculento,
É um velho Deus, motivo de pavor.
Moço é o meu Deus, de eterna juventude:
Perdoa. Todo o mal muda em virtude.
De tão humano, é quase um pecador.
Perdoa. Todo o mal muda em virtude.
De tão humano, é quase um pecador.
Lamento
Antônio Carlos Gomes – Santos/SP
O tempo não passa:
Um lamento...
Reclamamos o vigor perdido.
O tempo está lá
Onde sempre esteve
Imutável.
Um lamento...
Reclamamos o vigor perdido.
O tempo está lá
Onde sempre esteve
Imutável.
Buscamos o que fomos
(como que se tivesse passado)
(como que se tivesse passado)
Chamamos isto de idade:
- Na verdade
O tempo fica
O vigor passa.
O tempo fica
O vigor passa.
Eternos, dentro da finitude
Recordar é a única atitude.
Tudo que sobrou
Em um tempo estático
Que não nos olha.
Recordar é a única atitude.
Tudo que sobrou
Em um tempo estático
Que não nos olha.
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CARTAS DOS LEITORES
E assim se faz a história: com grandes
líderes como Rafael Rocha. Bravamente, contra todas as marés avessas, ele
persistiu na criação e manutenção do Humanitas, este periódico mensal
que faz agora quatro anos (ou quem sabe 4000 anos), pela ousadia e força de sua
profundidade. Um jornal do qual tenho a honra de fazer parte do quadro de
escritores e jornalistas que o escrevem. O Humanitas é uma estrela que
brilha, debalde a escuridão da ignorância que insiste em cercá-lo e apagá-lo.
Mas não o conseguirão, pois seu líder e parceiros não o permitirão. Esta é uma
estrela feita quase à mão do homem e à sua lucidez. Parabéns, Rafael Rocha e
ilustres colegas, por mantermos juntos o brilho ofuscante e ao mesmo tempo
clareador dessa Estrela Maior: jornal Humanitas! Ana Maria Leandro – Belo Horizonte/MG
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Parabéns ao Humanitas pelos seus
quatro anos de existência. Maria das
Dores de Oliveira – Salvador/BA
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