Refúgio
Poético
POEMA DO MÊS
CARNAVAL – Rafael Rocha
(1)
Visto a fantasia da
ilusão
neste carnaval da
vida.
O frevo faz o coração
marcar o passo na
avenida.
Escrevo a marcha
poesia
e crio nova
nostalgia:
a máscara negra do
dia!
(2)
Homem da Meia-Noite:
em Olinda sou
turbilhão!
No Galo da Madrugada
conquisto um coração!
Peço: tristeza vá
embora!
E ainda assim a alma
chora
o fim dessa glória!
(3)
Carnaval! É Carnaval!
Apenas três dias de
alegria!
O amor é casual
e a pobreza se faz rainha
e o amor é casual!
A folia é uma
passageira
da trama de um Zé
Pereira
pra morrer na
quarta-feira!
(4)
Sou um poeta
carnavalesco
e um triste pierrô!
Arlequim grotesco
busco a colombina do
amor!
E vendo a menina a
frevar
sua boca quero beijar
e seu lindo corpo
amar!
Rafael Rocha – Jornalista, escritor e poeta. Natural do Recife/PE.
Tem sete livros publicados: Meio a Meio
(poesias); A Última Dama da Noite
(romance); O Espelho da Alma Janela
(contos); Marcos do Tempo (poesias); Olhos Abertos para a Morte (romance); Poetas da Idade Urbana (poemas em
parceria com os poetas Genésio Linhares e Valdeci Ferraz) e Felizes na Dor – Tributo ao poeta Charles
Bukowski (poesias). Foi agraciado pela Academia Pernambucana de Letras, em
1989 e em 2011 pelos livros O Espelho da
Alma Janela (Prêmio Leda Carvalho) e Olhos
Abertos para a Morte (Menção Honrosa – Prêmio Vânia Carvalho), e, em 1986,
pela Academia de Letras e Artes de Araguari/MG com Menção Honrosa pelo seu
conto “Grãos de Terra Sobre”.
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Poema de uma Quarta-feira
de Cinzas
Manuel Bandeira
Do livro Carnaval (1919)
Entre a turba grosseira e fútil
Um pierrô doloroso passa.
Veste-o uma túnica inconsútil
Feita de sonho e desgraça...
O seu delírio manso agrupa
Atrás dele os maus e os basbaques.
Este o indigita, este outro o apupa...
Indiferente a tais ataques,
Nublada a vista em pranto inútil,
Dolorosamente ele passa.
Veste-o uma túnica inconsútil,
Feita de sonho e desgraça...
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Soneto de carnaval
Carlos Pena Filho
Carlos Pena Filho
(1929/1960)
Recife/PE
Do fogo à cinza fui por três escadas
e chegando aos limites dos desertos
entre furnas e leões marquei incertos
encontros com mulheres mascaradas
De pirata da Espanha disfarçado
adormeci panteras e medusas
Mas quando me lembrei das andaluzas
pulei do azul, sentei-me no encarnado
Respirei as ciganas inconstantes
e as profundas ausências do passado
porém, retido fui pelos infantes
que me trouxeram vidros do estrangeiro
e me deixaram só, dependurado
nos cabelos azuis de fevereiro
e chegando aos limites dos desertos
entre furnas e leões marquei incertos
encontros com mulheres mascaradas
De pirata da Espanha disfarçado
adormeci panteras e medusas
Mas quando me lembrei das andaluzas
pulei do azul, sentei-me no encarnado
Respirei as ciganas inconstantes
e as profundas ausências do passado
porém, retido fui pelos infantes
que me trouxeram vidros do estrangeiro
e me deixaram só, dependurado
nos cabelos azuis de fevereiro
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CARTAS DOS LEITORES
Sensacional!
O Humanitas vale a pena ser
lido. Uma pena que tenha tão poucas páginas. Carlos Ezequiel Lima – Niterói/RJ
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Humanismo
puro e real! Qual mídia faz isso? Vera
de Oliveira e Silva – Olinda/PE
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A
coragem de ser faz o ser. Quem não tem
coragem de ser verdadeiro nem sequer deve existir. Adoro o Humanitas. Karla Spinelli de Oliveira Lima – Olinda/PE
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Muito
importante o Humanitas para quem
deseja ganhar conhecimentos. Marcus de
Castro e Silva – Rio de Janeiro/RJ
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