segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

HUMANITAS Nº 56 – FEVEREIRO DE 2017 – PÁGINA 3



Refúgio Poético

POEMA DO MÊS

CARNAVAL – Rafael Rocha

(1)
Visto a fantasia da ilusão
neste carnaval da vida.
O frevo faz o coração
marcar o passo na avenida.
Escrevo a marcha poesia
e crio nova nostalgia:
a máscara negra do dia!
(2)
Homem da Meia-Noite:
em Olinda sou turbilhão!
No Galo da Madrugada
conquisto um coração!
Peço: tristeza vá embora!
E ainda assim a alma chora
o fim dessa glória!
(3)
Carnaval! É Carnaval!
Apenas três dias de alegria!
O amor é casual
e a pobreza se faz rainha
e o amor é casual!
A folia é uma passageira
da trama de um Zé Pereira
pra morrer na quarta-feira!
(4)
Sou um poeta carnavalesco
e um triste pierrô!
Arlequim grotesco
busco a colombina do amor!
E vendo a menina a frevar
sua boca quero beijar
e seu lindo corpo amar!

Rafael Rocha Jornalista, escritor e poeta. Natural do Recife/PE. Tem sete livros publicados: Meio a Meio (poesias); A Última Dama da Noite (romance); O Espelho da Alma Janela (contos); Marcos do Tempo (poesias); Olhos Abertos para a Morte (romance); Poetas da Idade Urbana (poemas em parceria com os poetas Genésio Linhares e Valdeci Ferraz) e Felizes na Dor – Tributo ao poeta Charles Bukowski (poesias). Foi agraciado pela Academia Pernambucana de Letras, em 1989 e em 2011 pelos livros O Espelho da Alma Janela (Prêmio Leda Carvalho) e Olhos Abertos para a Morte (Menção Honrosa – Prêmio Vânia Carvalho), e, em 1986, pela Academia de Letras e Artes de Araguari/MG com Menção Honrosa pelo seu conto “Grãos de Terra Sobre”.
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Poema de uma Quarta-feira
de Cinzas
Manuel Bandeira
Do livro Carnaval (1919)

Entre a turba grosseira e fútil
Um pierrô doloroso passa.
Veste-o uma túnica inconsútil
Feita de sonho e desgraça...

O seu delírio manso agrupa
Atrás dele os maus e os basbaques.
Este o indigita, este outro o apupa...
Indiferente a tais ataques,

Nublada a vista em pranto inútil,
Dolorosamente ele passa.
Veste-o uma túnica inconsútil,
Feita de sonho e desgraça...
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Soneto de carnaval
Carlos Pena Filho
(1929/1960)
Recife/PE

Do fogo à cinza fui por três escadas
e chegando aos limites dos desertos
entre furnas e leões marquei incertos
encontros com mulheres mascaradas

De pirata da Espanha disfarçado
adormeci panteras e medusas
Mas quando me lembrei das andaluzas
pulei do azul, sentei-me no encarnado

Respirei as ciganas inconstantes
e as profundas ausências do passado
porém, retido fui pelos infantes

que me trouxeram vidros do estrangeiro
e me deixaram só, dependurado
nos cabelos azuis de fevereiro
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CARTAS DOS LEITORES

Sensacional! O Humanitas vale a pena ser lido. Uma pena que tenha tão poucas páginas. Carlos Ezequiel Lima – Niterói/RJ
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Humanismo puro e real! Qual mídia faz isso? Vera de Oliveira e Silva – Olinda/PE
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A coragem de ser faz o ser.  Quem não tem coragem de ser verdadeiro nem sequer deve existir. Adoro o Humanitas. Karla Spinelli de Oliveira Lima – Olinda/PE
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Muito importante o Humanitas para quem deseja ganhar conhecimentos. Marcus de Castro e Silva – Rio de Janeiro/RJ

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