EDITORIAL
Anos tenebrosos - 1964/1985
Nos
dois maiores períodos ditatoriais em que o Brasil viveu (Estado Novo-1937/1945)
e a ditadura civil/militar (1964/1985), as maiores atrocidades foram cometidas
contra os opositores desses regimes.
Com o clichê de proteger a família
brasileira da ameaça comunista, a ditadura civil/militar de 1964/1985 torturou
e matou sem constrangimento milhares de brasileiros.
O Ato Institucional nº 1, editado em 9 de
abril de 1964, legitimou a ilegalidade do golpe e o novo regime ganhou poder
para cassar mandatos e abolir de vez a democracia que ainda engatinhava no
país.
Ocorreu um grande expurgo com a suspensão
dos direitos políticos do presidente eleito João Goulart, de Luiz Carlos
Prestes, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, Leonel Brizola e outros
parlamentares de esquerda que atingiu, ainda, governadores, 50 deputados, 49
juízes, 1.200 militares e 1.400 civis.
A história merece ser lembrada aos jovens
de hoje e até àqueles recalcitrantes que acreditam na propaganda tendenciosa da
atual Grande Mídia.
Estenderam os tentáculos de uma poderosa
máquina de repressão e tortura para além das fronteiras do país, infiltrando-se
no Chile, Uruguai, Bolívia e Argentina, através do DOI-CODI, órgão que recebia
grandes recursos financeiros do governo ditatorial.
Este Humanitas, como sempre ligado à
verdade dos fatos e à linha de apoio à raça humana e contra todas as formas de
desumanidade apresenta, agora, neste mês, páginas dedicadas à lembrança
daqueles 21 anos de trevas.
Esperemos que essa calamitosa história não
mais se repita para o bem do Brasil e dos seus habitantes, ainda que no dia 17
de abril de 2016, tenha ocorrido outro golpe contra a democracia, agora com o
apoio do Congresso Nacional, derrubando uma presidente eleita pela maioria do
povo brasileiro e instalando um títere no poder.
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A
mentira não tem dia
Ana
Maria Leandro – Jornalista – Belo Horizonte/MG
Certa vez, numa enquete jornalística sobre “por que as pessoas mentem?”, uma
menina de seis anos me respondeu: “ora...
A gente mente porque senão o outro vê como a gente é mal e não vai gostar da
gente”. Soube depois pela mãe, que a menina indagada porque dissera
isto, respondeu: “mãe, para jornalista
a gente não pode mentir”.
Quiséramos nós,
jornalistas, que todos pensassem assim.
Todos os acusados
negam atos ilícitos. Até marginais em flagrante delito distorcem os fatos,
orientados pelos advogados. Um recente mandante de crime já em liberdade, disse
que não foi “mandante”, mas sim “conivente”. Outros acham
formas de distorcer a verdade assim: “foram fatos alternativos”. Aliás essa expressão logo será
modelo, para desfazer o dito pelo não dito. Mas, eis a etmologia da palavra mentira.
A palavra *mentionica, vem do latim do século XI, e teria
vindo do baixo latim mentire, remetendo ao latim clássico mendacium,
termo ligado à palavra “mens”. A palavra “mens” está na raiz
da mentira e significa
mente”, “inteligência”,cabeça.(hridiomas.com.br)
Etimologicamente
a inteligência faz o indivíduo “criar” mentiras. Mas já há
estudos, de que não é um ato só de pessoas.
Num treinamento,
uma fêmea gorila acuada com medo do castigo por ter quebrado uma pia, apontou
para um gato, culpando-o. Não houve confissão expressa, claro. Mas ele apontava
para o gato.
A vida ensina que
a mentira é perigosa e sempre ouvimos que “tem pernas curtas”.
Por outro lado a
sociedade cria armadilhas com preconceitos como homofobismo, gerando medo e
mentira sobre a natureza humana.
O projeto de lei
7582/2014 em tramitação na CCJ tipifica crimes desse tipo e outros.
Será, pois,
necessário se recorrer à lei para garantir ao indivíduo o “direito de ser o
que é”. Enfim, a mentira não é, de maneira geral, uma boa forma de conduzir
a vida.
A verdade precisa
ser exercida pela própria consciência ética do indivíduo.
A mentira que prejudica o próximo é abominável. A mentira da traição
amorosa é uma mentira sobre os próprios sentimentos. Melhor seriam as relações
autênticas, com as pessoas livres para encontrarem a verdadeira felicidade.
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