EDITORIAL
A VITÓRIA
GAY
Pervertido.
Anormal. Doente. Transviado. Esses termos usados contra os homossexuais já
tiveram apoio da medicina, com direito a “tratamentos” que incluíam castração, choques elétricos e
lobotomia, mas deixaram de fazer sentido há 25 anos.
No dia 17 de maio de 1990 a homossexualidade foi excluída da Classificação
Estatística Internacional de Doenças (CID) da Organização
Mundial da Saúde (OMS). Essa
foi uma importante vitória comemorada pelos movimentos LGBT (gays, lésbicas, bissexuais e
transgêneros) e por pessoas e ONGs de vários países. Nesse dia, a
homossexualidade deixou de ser uma doença tornando-se, finalmente, no que ela
sempre foi: apenas uma expressão da sexualidade humana!
Em 17 de maio de 1990 encerrou-se um ciclo
de dois mil anos em que a cultura judaico-cristã encarou a homossexualidade,
primeiro como pecado, depois como crime e, por último, como doença. Na verdade,
a homofobia é que uma doença. Para muitas pessoas é fruto do medo de elas
próprias serem homossexuais ou de que os outros pensem que o são.
A forma mais grave da homofobia resulta em
ações de violência verbal e física, podendo levar ao assassinato. Nesses casos,
a homofobia, como doença, torna-se impossível de se controlar. A homofobia é
responsável pelo preconceito e pela discriminação contra pessoas LGBT, no local
de trabalho, na escola, na igreja, na rua, no posto de saúde.
Mais: os valores homofóbicos presentes em
nossa cultura podem criar um fenômeno chamado homofobia internalizada, quando
as próprias pessoas LGBT podem não gostar de si pelo fato de serem
homossexuais, devido à carga negativa que assimilaram a respeito.
O dia 17 de maio, além de relembrar que a
homossexualidade não é doença, tem uma característica de protesto e de
denúncia. Por isso essa data foi declarada como Dia Internacional de Combate à
Homofobia, quando pessoas de todo o mundo e também este Humanitas se
mobilizam para falar de diversidade e tolerância.
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POR QUE É
TÃO DIFÍCIL “DESINSTALAR” DEUS
E RELIGIÃO
DO SUBCONSCIENTE DAS PESSOAS?
Ivo S. G. Reis – Campo Grande/MS
Para
quem estranhou o uso do termo “desinstalar” no título, que poderia
facilmente ser substituído por qualquer outro sinônimo mais adequado ao ser
humano, informo que o uso foi intencional para que pudesse se adequar à
seguinte analogia da era da informática,
“Deus e as religiões são vírus
residentes na memória, instalados junto com a bios e que têm proteção contra a
desinstalação. Por isso a sua remoção é difícil pois, se mal feita, poderá
ocasionar defeitos de funcionamento ou o travamento do PC“.
Isso não lhes parece familiar? Pois é mais
ou menos assim que funciona a ideia de Deus e a do seguimento de uma religião.
Essas necessidades são implantadas na
memória das pessoas, desde a mais tenra idade.
Ao chegarem à idade adulta, equiparam-se ao
funcionamento de um vírus, de difícil remoção. Para desinstalá-lo, só existe um
caminho: determinação, perseverança e conhecimento.
Se estes três requisitos não estiverem
presentes como antivírus, é melhor não arriscar e deixar o vírus dentro da
bios. Pelo menos assim o seu PC vai funcionar. Controlado e sem autonomia, mas
funcionando, limitadamente.
E entre não funcionar e funcionar com
limitações, as pessoas, por covardia ou comodismo, escolhem sempre a segunda
opção, se é que se pode chamar isso de “opção”.
Para os que querem libertar-se, mesmo
possuindo os pré-requisitos determinação e perseverança, nada conseguirão se
não tiverem o terceiro e mais difícil requisito: o conhecimento.
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