sexta-feira, 30 de junho de 2017

HUMANITAS Nº 61 – JULHO DE 2017 – PÁGINA OITO

A ARTE PLÁSTICA DEFININDO A DEPRESSÃO

Vincent van Gogh (1853-1890), neerlandês, foi contemporâneo de pintores representantes do impressionismo, tais como Toulouse-Lautrec, Paul Gauguin, Edgar Degas e Emile Bernard, recebendo uma grande influência desses mestres, na França. Sua vida foi marcada por um caótico estado de depressão que o levou a se internar em uma clínica psiquiátrica no ano de 1889.
Em várias ocasiões teve ataques de violência e comportamento agressivo. Foi num desses ataques que chegou a cortar a própria orelha.
Seu estado psicológico chegou a se refletir em suas obras. Um ano antes de sua morte as curvas em espiral começaram a aparecer em suas telas  quando estava internado na clínica em Saint Remy, local onde pintou cerca de 150 telas, que depois se tornaram famosas. No mês de maio de 1890 deixou a clínica e voltou a morar em Paris, próximo de seu irmão, mas a situação depressiva não regrediu. No dia 27 de julho de 1890, atirou em seu próprio peito. Foi levado para um hospital, mas não resistiu, morrendo três dias depois. O tema principal de seus primeiros trabalhos é o camponês.
A explosão do amarelo dos seus girassóis mostra um retrato de seu turbulento universo pessoal. Van Gogh intensificou a marca do pincel como recurso expressivo e em seus últimos anos de vida chegou a empregar a tinta diretamente do tubo sobre a superfície da tela, o que ocasionava um espesso impaste de tinta. Aplicadas em cores puras, as pinceladas são justapostas lado a lado, em uma trama que, ao final de sua vida, ganha um ritmo alucinante. São telas expressivamente iluminadas como se ele estivesse a retratar a própria depressão. (Texto de Rafael Rocha)

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