A ARTE PLÁSTICA DEFININDO A
DEPRESSÃO
Vincent van Gogh (1853-1890), neerlandês, foi
contemporâneo de pintores representantes do impressionismo, tais como
Toulouse-Lautrec, Paul Gauguin, Edgar Degas e Emile Bernard, recebendo uma
grande influência desses mestres, na França. Sua vida foi marcada por um
caótico estado de depressão que o levou a se internar em uma clínica
psiquiátrica no ano de 1889.
Em várias ocasiões teve ataques de violência e
comportamento agressivo. Foi num desses ataques que chegou a cortar a própria
orelha.
Seu estado psicológico chegou a se refletir em suas
obras. Um ano antes de sua morte as curvas em espiral começaram a aparecer em
suas telas quando estava internado na clínica em Saint Remy, local onde
pintou cerca de 150 telas, que depois se tornaram famosas. No mês de maio de
1890 deixou a clínica e voltou a morar em Paris, próximo de seu irmão, mas a
situação depressiva não regrediu. No dia 27 de julho de 1890, atirou em seu
próprio peito. Foi levado para um hospital, mas não resistiu, morrendo três
dias depois. O tema principal de seus primeiros trabalhos é o camponês.
A explosão do amarelo dos seus girassóis mostra um
retrato de seu turbulento universo pessoal. Van Gogh intensificou a marca do
pincel como recurso expressivo e em seus últimos anos de vida chegou a empregar
a tinta diretamente do tubo sobre a superfície da tela, o que ocasionava um
espesso impaste de tinta. Aplicadas em cores puras, as pinceladas são
justapostas lado a lado, em uma trama que, ao final de sua vida, ganha um ritmo
alucinante. São telas expressivamente iluminadas como se ele estivesse a
retratar a própria depressão. (Texto de Rafael Rocha)
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