REFÚGIO POÉTICO – CARTAS DOS LEITORES – TESTE DE XADREZ
Primeiro de abril
Valdeci Ferraz – Recife/PE
Menino,
onde você estava quando quebraram a manhã
e soltaram os elefantes pelas ruas?
Enquanto seus pés chutavam sapotis
coturnos sem alma esmagavam as flores
e os fuzis anunciavam uma noite sem fim.
onde você estava quando quebraram a manhã
e soltaram os elefantes pelas ruas?
Enquanto seus pés chutavam sapotis
coturnos sem alma esmagavam as flores
e os fuzis anunciavam uma noite sem fim.
Menino,
você não ouviu o pio triste
de um pássaro sufocado
pelas cordas de um violino mudo?
Não reparou na cor do vento,
nas rugas das árvores,
nos bancos das praças?
você não ouviu o pio triste
de um pássaro sufocado
pelas cordas de um violino mudo?
Não reparou na cor do vento,
nas rugas das árvores,
nos bancos das praças?
Menino,
trocaram o seu uniforme
pelo aborto de um sonho invertido
para manter a pergunta sempre se repetindo no ar:
Mamãe! Quando papai vai chegar?
Menino, vai dormir, a noite chegou.
trocaram o seu uniforme
pelo aborto de um sonho invertido
para manter a pergunta sempre se repetindo no ar:
Mamãe! Quando papai vai chegar?
Menino, vai dormir, a noite chegou.
Menino,
onde você estava quando soou a corneta?
O que trazia nas mãos? O que trazia na mente?
Onde ficou o riso inocente,
a calma aparente, o quadro pintado,
a vida latente?
onde você estava quando soou a corneta?
O que trazia nas mãos? O que trazia na mente?
Onde ficou o riso inocente,
a calma aparente, o quadro pintado,
a vida latente?
Menino, quem
esticou o tempo
para não perder o trono?
Quem se arrastou na lama
para enfrentar velhas utopias?
Quem compôs uma sinfonia de trás para a frente?
Quem esmagou o sonho com balas de chumbo?
para não perder o trono?
Quem se arrastou na lama
para enfrentar velhas utopias?
Quem compôs uma sinfonia de trás para a frente?
Quem esmagou o sonho com balas de chumbo?
Ah!
Você não ouviu o grito das velhas árvores!
Não viu o sangue escorrendo entre as flores!
E quando a noite chegou, onde você se escondeu?
Ah! Você não sabia da carta marcada
porque só ouvia a mesma piada.
O mesmo tom. A mesma nota. O mesmo som.
E trouxeram guizos e plumas,
prenderam os homens e seus sonhos,
porque era o primeiro dia
de um dia que nunca acabaria.
Você não ouviu o grito das velhas árvores!
Não viu o sangue escorrendo entre as flores!
E quando a noite chegou, onde você se escondeu?
Ah! Você não sabia da carta marcada
porque só ouvia a mesma piada.
O mesmo tom. A mesma nota. O mesmo som.
E trouxeram guizos e plumas,
prenderam os homens e seus sonhos,
porque era o primeiro dia
de um dia que nunca acabaria.
Menino,
por um momento escuta o vento,
ouve o lamento dos que tombaram no palco
pois ainda se move nas sombras
o Leviatã implacável.
por um momento escuta o vento,
ouve o lamento dos que tombaram no palco
pois ainda se move nas sombras
o Leviatã implacável.
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CARTAS DOS LEITORES
Exatamente assim. No saber e no conhecer a vida pela qual passo e
passei por este mundo foi um grande prazer conhecer e ser leitor do jornal HUMANITAS.
Aqui parabenizo o jornalista, escritor, poeta e amigo Rafael Rocha por essa
bela criação. Edward Correia Spinoza
– Nova Iorque (EUA)
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