O AVANÇO DO FASCISMO NO BRASIL
Valdeci Ferraz é escritor e advogado. Atua na cidade do
Recife/PE
Em 1921, os
fascistas passaram a desenvolver um programa que exigia a República, a
separação da Igreja do Estado, um exército nacional, um imposto progressivo
para heranças e o desenvolvimento de cooperativas.
“A palavra fascismo
vem do termo italiano “fasci” que significa feixe. O feixe de
lenha amarrado foi um símbolo muito usado em Roma Antiga. Simbolizava a força
na união, segundo a metáfora de que um galho sozinho pode ser quebrado, porém
unidos tornam-se bem resistentes. Benito Mussolini resgatou esse símbolo ao
fundar o Partido Nacional Fascista em 1922”
(Wiquipedia).
“Tanto um
movimento como um fenômeno histórico, o fascismo italiano foi, em muitos
aspectos, uma reação à falha aparente do laissez-faire e ao medo dos movimentos
de esquerda, apesar de que as circunstâncias na história intelectual devem ser
consideradas, como o abalo do positivismo e o fatalismo generalizado do
pós-guerra na Europa” (Wiquipedia).
O avanço do
fascismo no Brasil não surpreende aqueles que conseguiram ver, ainda na fase
conturbada do impeachment, os primeiros sinais contidos no programa “Uma Ponte Para o Futuro”
apresentado pelo PMDB, através do então vice-presidente Michel Temer.
Analisando as
trinta propostas vê-se claramente a intenção de frear os mecanismos capazes de
melhorar a situação de grande parte dos brasileiros, e favorecer o
fortalecimento dos poderosos.
Uma vez alçado ao
poder graças ao apoio do Judiciário, o presidente tratou logo de querer ver
aprovadas as reformas que concretizariam o seu objetivo. Através de manobras e
concessões conseguiu aprovação da Reforma Trabalhista e da Educação, porém, a
mais importante ele não conseguiu, a da Reforma Previdenciária, graças à forte
reação da sociedade brasileira. A situação brasileira é muito parecida com a
que se encontrava a Itália após a Primeira Guerra Mundial e que provocou o
surgimento do fascismo.
“Sob o estandarte desta ideologia autoritária e
nacionalista, Mussolini foi capaz de explorar os medos perante o capitalismo
numa era de depressão pós-guerra, o ascendente de uma esquerda mais militante,
e um sentimento de vergonha nacional e de humilhação que resultaram da
"vitória mutilada" da Itália nos tratados de paz pós Primeira Guerra
Mundial. Tais aspirações nacionalistas não realizadas (ou frustradas) manchavam
a reputação do liberalismo e do constitucionalismo entre muitos setores da
população italiana” (Wiquipedia).
O que estarrece é
a completa passividade do povo brasileiro diante da ameaça desse governo que
pode descambar para um regime absolutista, autoritário e desumano.
Compreende-se que
a criação de um vácuo no sistema pressupõe o seu preenchimento por aqueles que
estão à espera da oportunidade.
Não fosse o grave
envolvimento do presidente Temer com a Justiça,
ele estaria cotado para continuar no poder através de sua eleição no
sufrágio que se aproxima.
Derrotada a
Reforma Previdenciária, logo o foco foi direcionado para um problema que aflige
os brasileiros, a violência e a insegurança pública, principalmente no estado
do Rio de Janeiro. Isso deu oportunidade para o governante trazer de volta uma
vertente sem a qual não se pode contar com a vitória: “os militares”.
Lembremos o grave
mal que sofreu a sociedade brasileira com a doutrina da Segurança Nacional,
usada pelos militares no período 1964/1985, como pretexto para uma ação
despótica e desumana, fazendo desaparecer sumariamente muita gente interessada
apenas na igualdade social.
Portanto, não estranhemos se nossos políticos fascistas, na sua maioria,
intentarem novos golpes para garantir a manutenção de seus privilégios e dos
seus correspondentes nos poderes Judiciário e Executivo.
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