Desmoronamento
humano
Ana Maria Ferreira Leandro – colaboradora
do Humanitas - É escritora e
jornalista - Atua
em Belo Horizonte/MG
A lama
da vida é cruel porque, em geral, quando desmorona, nem sempre há tempo de
correr.
E muitas vezes as sirenes nem tocam.
Na analogia a que me refiro, entretanto, as
sirenes “sensoriais” parecem
nos dizer o tempo todo: “Cuidado!”.
E mesmo com sirenes “audíveis” tentando avisar, a verdade é que morrem uns e
outros ficam, mas o tempo passa e a história continua numa visível “lama”.
E a vida, mestra feroz, não costuma dar
muitas “chances”. Se você “errar” e não corrigir suas “bases”, vai haver novos
desmoronamentos.
É necessário olhar para si mesmo e se
perguntar: “Qual é o meu alicerce”?
As “bases”
têm de ser sólidas, porque senão não suportam o “teto”. Isto parece tão lógico, que não se pode entender
como se pode “não pensar nisso”.
Ou talvez se “pense”, mas há outras prioridades: o dinheiro (um teto
caro) costuma ser o objetivo principal. Não que ele não tenha relevância, mas
ele também exige “alicerces”.
Muitos colocam nesse alicerce até a
criminalidade. Mas com vasta experiência de acompanhamento educacional e de
ressocialização, nunca vi um criminoso que deseje que “o filho também o seja”.
O desejo de “Poder” de uns vence muitas vezes os alicerces do povo.
Então eu diria que, na realidade, essa barreira
foi “alto-montante”, não
sofreu as inferências necessárias.
Constituiu-se de “rejeitos” inadequadamente aproveitados.
Ausência de caráter, falta de busca de
evolução integral do “ser” e
outras faltas em aspectos e valores indispensáveis à resistência da “construção humana”.
Se não entendermos isto individualmente,
eis a ”obra” toda se
desmoronando.
E o que é pior: leva em sua saga outras
vítimas e perdedores inocentes da vida; ou de suas condições de subsistência.
Um povo faz seu alicerce, quanto mais
consiga evoluir em sua “essência”.
Quais os ingredientes que ele está usando
em seu alicerce?
O que é saudável para cada cidadão será
para todos e “ninguém” pode
ficar fora dessa construção, porque ela é unificada.
A consistência dos valores que não podem
apenas ficar apenas na teoria e nos discursos, mas essencialmente no “modo de viver” é que nos dará a
vida que desejamos. A morte tem de ser consequência natural de viver; não a
consequência de “não sabermos viver”!
Considero que o sentido é esse: usemos
nosso potencial, para promovermos as mudanças que almejamos.
Acreditemos em nós mesmos, enfrentemos com
coragem novos rumos, necessários em nossas vidas como pessoas e como cidadãos.
Mudar, evoluir, implica em não ignorar as
lições recebidas. Significa absorvê-las realmente
como referências não apenas em relação ao sentido pessoal, como também
coletivo. A própria trajetória da vida é um processo de “mudanças”.
Um país sempre poderá mudar para melhor
enquanto “cada cidadão” se
sentir parte deste objetivo.
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