A
diversidade étnica brasileira
Especial do Humanitas
A
diversidade
da população brasileira aparece nas características culturais como a língua, a
religião, a música, os hábitos alimentares e também nas características físicas
das pessoas, como a cor da pele, dos cabelos, estatura etc.
Dos
portugueses, o país herdou a língua oficial. Porém, a língua portuguesa não é
falada da mesma forma por toda a população, pois existem diferenças no
linguajar que aparecem, por exemplo, no sotaque das pessoas.
Os sotaques
são explicados pela influência dos mais diversos povos. Além dessa
diferenciação nos sotaques, encontramos na língua portuguesa falada no Brasil,
muitas palavras de origem indígena, árabe e africana.
Muitos e
diferentes povos indígenas habitavam o território brasileiro antes da chegada
dos colonizadores europeus no século XVI. Cada grupo vivia com sua organização
social, tradições, crenças, línguas e costumes.
Os indígenas
influenciaram variados hábitos da população branca, tais como tomar banho
diariamente e até várias vezes por dia, dormir em redes e consumir mandioca.
Quatro milhões de africanos foram trazidos para trabalhar como escravos entre
os séculos XVI e XIX e também influenciaram em muitos aspectos da cultura
nacional, tais como na música, na religiosidade, na dança e na culinária.
E tem mais:
grande parte da população brasileira é formada por imigrantes e seus
descendentes.
A imigração
para o Brasil ocorreu entre meados do século XIX e XX, com a chegada de muitos
portugueses, italianos, espanhóis, alemães, sírios, libaneses e japoneses.
Nas últimas
décadas, têm entrado no Brasil, coreanos, chineses, nigerianos, angolanos,
bolivianos, peruanos, colombianos etc. Depois dos portugueses, os italianos
formaram o grupo mais numeroso de imigrantes.
Importante
ressaltar que nos estados brasileiros não há homogeneidade étnica, e sim, a
predominância de vários grupos. A distribuição dos principais grupos étnicos
pelo território nacional é uma consequência do povoamento das regiões do país.
A região Sul
teve os europeus como principais povos ocupantes; na Amazônia, predominam os
descendentes indígenas; os afro-descendentes são maioria no Nordeste. Mas
existe grande diversidade entre essas regiões. Além de ter ocorrido a miscigenação
nesses locais, também aconteceu um grande fluxo migratório entre essas regiões
brasileiras.
Durante
muito tempo se acreditou que a “mistura” de povos em um só território,
fazia do nosso país uma democracia racial, isto é, um país sem racismo, onde
todos são tratados da mesma forma e têm as mesmas oportunidades,
independentemente de sua origem étnica.
Já foi
comprovado que no Brasil há um racismo disfarçado contra negros e índios,
levando parte da população a não reconhecer essas etnias.
Com o passar
dos anos e com o crescimento das grandes metrópoles o movimento migratório
cresceu bastante.
Muitas
pessoas saiam das áreas mais rurais ou menos desenvolvidas do Brasil e seguiam
em direção às grandes cidades com o objetivo de conseguir melhores trabalhos e
melhorar de vida. Hoje já sabemos que desde o período colonial os movimentos
migratórios estão associados a fatores econômicos.
Pode-se ver
isso no Nordeste no período do ciclo da cana-de-açúcar, em Minas Gerais no
ciclo do ouro, e mais tarde o eixo Rio/São Paulo que se tornou o mais novo
ponto para os movimentos migratórios, devido ao ciclo do café e ao processo de
industrialização.
Portanto, a
nossa população se distingue das populações dos demais países
latino-americanos, por causa do intrincado processo de colonização e ocupação
do território. A mestiçagem ocorrida entre negros, brancos e índios é bastante variável.
Antes do contato que esses grupos tiveram uns com os outros no Brasil, cada um
deles já tinha sido mesclado.
Os brancos
portugueses resultam de uma mistura de ibéricos, romanos, árabes e até mesmo de
negros, acontecendo o mesmo com os outros povos brancos que compõem as diversas
levas que chegaram ao país em diferentes épocas, ou seja, entre espanhóis,
italianos, alemães, eslavos, sírios, libaneses e japoneses.
Não custa
lembrar que excluída do processo de desenvolvimento econômico e social do país,
a população negra forma, ao lado de grande parte de outras camadas não-brancas
(mulatos, índios etc.) um enorme contingente de brasileiros marginalizados.
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Fontes consultadas:
Milton Almeida dos Santos –
Diversidade e Globalização (textos diversos);
Ruy Moreira – Sociedade e
Espaço Geográfico no Brasil. Constituição e Problemas de Relação
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