Refúgio Poético – Cartas dos Leitores
O barco na garrafa
Alexandre Guarnieri
Rio de JaneiroRJ
que vento,
tormenta, qual
embargo causado pelo caos
atravessou o aço deste barco?
qual a história de seu rapto,
de sua carcaça aprisionada
ao arrecife, pelo casco?
embargo causado pelo caos
atravessou o aço deste barco?
qual a história de seu rapto,
de sua carcaça aprisionada
ao arrecife, pelo casco?
terá afundado em
álcool
– em rum, a nau afogada -,
no premente e estrepitoso
jorro da única talagada?
terá sido enfeitiçado
o capitão embriagado
pelo canto da sereia
ou pela água envenenada?
– em rum, a nau afogada -,
no premente e estrepitoso
jorro da única talagada?
terá sido enfeitiçado
o capitão embriagado
pelo canto da sereia
ou pela água envenenada?
pois saibam, sujos
marujos,
que até assim se naufraga,
e onde esperaríamos o gênio
realizando desejos, resta a
miniatura delicada da fragata
prensada através do gargalo,
presa ao interior da garrafa;
que até assim se naufraga,
e onde esperaríamos o gênio
realizando desejos, resta a
miniatura delicada da fragata
prensada através do gargalo,
presa ao interior da garrafa;
haverá outra
escolha ( brinquedo
camuflando o medo – mero modelo )
senão estilhaçá-la ao peso
do arremesso ( pequena parcela
do mar ou a própria alma
sequestrada ) a singela peça
do artesanato naval, minuciosamente
trabalhada ou frágil granada
lançada contra a parede da sala?
camuflando o medo – mero modelo )
senão estilhaçá-la ao peso
do arremesso ( pequena parcela
do mar ou a própria alma
sequestrada ) a singela peça
do artesanato naval, minuciosamente
trabalhada ou frágil granada
lançada contra a parede da sala?
.................................
Nascido no Rio de Janeiro, em 1974, ALEXANDRE GUARNIERI é um
arte-educador habilitado em História da Arte pelo Instituto de Arte da UERJ e
mestre em Tecnologia da Imagem pela Escola de Comunicação da UFRJ (ECO). Atuou
no Centro Cultural Banco do Brasil e no MAM e produziu materiais didáticos para
diversas exposições. Começou na poesia no ano de 1989 e, a partir de 1994 integrou
o movimento carioca da poesia falada (CEP 20.000, Cambralha
na PUC, Interface na UFF, Revista Urbana no Castelinho do Flamengo, Zn-Zs
na UERJ). Foi colaborador do jornal de poesia Panorama da Palavra e teve poemas publicados em jornais e revistas.
O seu livro de estreia foi Casa das
Máquinas.
...........................................
Amor aliado
Ivanise Mantovani
Porto Alegre/RS
Nos apelos da
juventude
o tempo adiantou
nossos relógios.
Apressamos o
passo, era preciso.
Amiúde
convidávamos Maiakovski à nossa mesa,
queríamos mudar a
visão do mundo.
Eu, um breviário
no bolso,
Ele, coesão à
doutrina de Marx.
Plantamos
inquietudes,
colhemos morangos
verdes.
Senti suas mãos,
de ternura,
aquecerem as
minhas.
E, assim, a vida passou voraz.
Cúmplices sorríamos
à troca de olhares.
Entardecendo, nos
bastamos atenuando ideais.
Hoje a paixão
acomodou-se ao crepúsculo
e nos lençóis o
amor se fez paz.
..............................
IVANISE THEREZA MANTOVANI - Natural de Caxias do Sul/RS. Reside
em Porto Alegre. Graduada em Administração de Empresas. Possui prêmios
literários no país e no exterior, destacando-se: Talentos da Maturidade,
patrocinado pelo Banco Real, em 1999 e 2000. Tem trabalhos publicados em
Portugal, França e Itália. Pertence à Academia Literária Feminina - Porto
Alegre/ RS, Cadeira número 18.
..................................................
CARTAS DOS LEITORES
Nenhum comentário:
Postar um comentário