A polêmica questão do vice-reino do Prata
Especial do Humanitas.
As numerosas colônias espanholas fundadas
na América foram congregadas em quatro grandes vice-reinos, para melhor serem
administradas.
Um desses vice-reinos, o do Prata, era
constituído pelos seguintes países: Argentina, Uruguai, Paraguai e parte da
Bolívia.
A língua, castelhana, a religião católica e
a administração eram unificadas e uniformizadas, o que não impediu o surgimento
de espírito regional diferentes e o predomínio de sentimentos regionalistas.
O surgimento de ditadores desejosos de
unificação após a independência e as lutas partidárias pelo poder entre Buenos
Aires e Montevidéu fomentaram franca oposição do Império do Brasil, que
interveio nos países do Prata.
Havia naqueles países, dois partidos
inimigos: o partido federalista, ou colorado, e o unitário,
ou blanco, que discutiam sobre a organização interna sem chegarem a um
acordo.
A partir de 1828, o Uruguai iniciava sua
vida de nação livre e organizava seu primeiro governo regular a cargo de D.
Frutuoso Rivera.
Na Argentina o governo é derrubado e
instaurada a anarquia, que a 6 de dezembro levaria ao poder, como ditador, o
caudilho D. Juan Manuel de Rosas, chefe do partido federalista, isto
é, colorado, que desejava conquistar o Uruguai e, não viu com bons olhos a
eleição de Rivera.
Para tanto, lança contra este, D. Juan Antonio Lavalleja e D. Manuel de
Oribe, que promoveram numerosos levantes contra o governo oriental (uruguaio).
Em combate com Oribe, Rivera é derrotado e Montevidéu é cercada. Rosas bloqueia
o porto com a intenção de fazer a cidade se render pela fome.
O não reconhecimento do bloqueio portuário
pelo recém-chegado ministro brasileiro, Cansanção de Sinimbu, a retirada dos
navios franco-ingleses, as invasões de Oribe ao Rio Grande, roubando gado,
ferindo e matando gaúchos levam a suspensão das relações entre Brasil e Uruguai
no dia 30 de setembro de 1850. Era a guerra!
O Império brasileiro se aproveitando do
rompimento entre Rosas e seu aliado, Urquiza, governador de Entre-Rios, firmou
com este chefe e com os de Corrientes e Uruguai, a 29 de maio de 1851, uma
aliança defensiva e ofensiva.
Em 19 de junho inicia-se a travessia do Rio
Uruguai e, a 8 de outubro, Oribe capitula. Isso faz com que 28 mil homens
ataquem a Confederação Argentina em meados de 1852, travando a batalha decisiva
a 3 de fevereiro em Monte Caseros, onde tomaram parte 4 mil brasileiros, sob o
comando do general Manoel Marques de Sousa, futuro conde de Porto Alegre.
Rosas foi inteiramente derrotado e teve de
abandonar o governo de Buenos Aires, retirando-se para Londres, onde morreu, em
1877.
As lutas não cessaram com a derrota de
Oribe e Rosas. Durante muito tempo ainda, os dois partidos - blanco
e colorado – continuaram disputando o poder.
É eleito no Uruguai, para presidente, D.
Juan Francisco Giro, do partido blanco, porém não durou muito no
governo. Após um ano foi obrigado a fugir e para governar o país foi eleita uma
junta de três membros: Lavalleja, Rivera e D. Venancio Flores, chefes dos colorados.
Após a morte dos dois primeiros, resta
Venâncio Flores que não tem pulso para governar. O governo seguinte, de
Bernardo Berro, tenta a pacificação, sem sucesso. Em abril de 1863, Flores,
refugiado na Argentina, invade o Uruguai com o apoio de Bartolomeu Mitre,
presidente da Confederação Argentina.
Novamente, invasões nas estâncias gaúchas e
reclamações para que o Império do Brasil tomasse providências. Foi enviado José Antonio Saraiva a
Montevidéu, que apresentou um ultimato ao presidente uruguaio, resultando no
rompimento das relações entre Brasil e Uruguai, em 30 de agosto de 1864.
Em outubro, o almirante Tamandaré assina
com Flores o acordo secreto de Santa Lúcia e as tropas imperiais iniciam o
processo de ocupação de Montevidéu, comandadas pelo marechal Mena Barreto.
A 2
de fevereiro de 1865, rendia-se a fortaleza uruguaia, criando-se um Governo
Provisório, dirigido por Venâncio Flores, sendo reconhecidas as reclamações
brasileiras.
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