A
antiguidade da vida no universo
Rafael Rocha é jornalista e editor deste
Humanitas. Atua na cidade do Recife/PE
Diversos
cientistas em todo o mundo usaram, nos últimos anos, a biologia e a computação
para sugerir uma nova hipótese: a de que a vida teria surgido primeiro que o
planeta Terra. E também que poderia ter se originado fora do sistema solar.
Para chegar a
essa conclusão, os geneticistas Alexei Sharov e Richard Gordon usaram
a chamada Lei de Moore para calcular a evolução da complexidade da vida na
Terra.
A Lei de Moore é
a teoria computacional que sugere que os computadores dobram sua capacidade de
processamento a cada dois anos. Usando essa lei, hoje, podemos voltar a década
de 1960, quando o primeiro microship foi produzido.
No estudo, a Lei
de Moore sugeriu que a vida orgânica surgiu muito antes do que o planeta Terra
– muito antes até mesmo do nascimento do sistema solar, que se formou há
aproximadamente 4,5 bilhões de anos (incluindo todos os planetas). Segundo os
pesquisadores, a vida teria surgido há pelo menos 10 bilhões de anos, época em
que o universo ainda era muito jovem.
A lei de Moore
mostra que é matematicamente possível que a vida tenha antecedido a Terra, mas
a hipótese ainda é tema de debates. Os geneticistas garantem que sim, que essa
hipótese é plausível.
Segundo eles,
quando nosso sistema solar estava se formando, formas simples de vida podem ter
sido trazidas para os planetas. Essa hipótese é chamada panspermia.
Vale frisar que
os cálculos feitos pelos cientistas não servem como evidência de que a vida
tenha surgido há tanto tempo, pois é impossível ter certeza de que a
complexidade orgânica evoluiu de forma constante durante bilhões de anos.
O geneticista
Alexei Sharov acredita que existem muitos elementos hipotéticos no argumento,
mas para uma visão mais ampla, esses elementos são necessários.
A hipótese também
levanta outras ideias. Se a complexidade da vida evoluiu de forma constante,
então a evolução social e científica de qualquer forma de vida em qualquer
canto do universo teoricamente deve ser igual à dos humanos.
Assim, é possível
que existam algumas civilizações avançadas até mesmo em nossa galáxia, a Via
Láctea.
Muitos cientistas já admitem que há uma
chance de que a vida na Terra tenha sido trazida do espaço, por meio de
colisões de rochas espaciais como cometas e asteroides.
Para apoiar mais essa
hipótese, estudo apresentado na revista americana Science indica que metade da água do nosso planeta deve ser mais
antiga do que o Sistema Solar.
Isso aumenta a possibilidade de existir
vida fora de nossa galáxia, a Via Láctea.
Pesquisadores da Universidade de Exeter, na
Grã-Bretanha, realizando experiências químicas com as possíveis moléculas de
água formadas no Sistema Solar e as que existiam antes, descobriram que entre
30 e 50% da água consumida hoje em dia é cerca de um milhão de anos mais antiga
do que o Sol.
Levando-se em conta que a água é elemento
crucial para o desenvolvimento da vida na Terra, os resultados desse estudo
podem sugerir que a vida existe em outro lugar mais além da nossa galáxia.
Tais
resultados aumentam a possibilidade de que alguns planetas fora de nosso
Sistema Solar possuam as condições propícias e grandes recursos de água que
permitam a existência de vida e sua posterior evolução.
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