domingo, 3 de novembro de 2019

HUMANITAS Nº 89 – NOVEMBRO DE 2019 – PÁGINA 8

CÍCERO DIAS FOI LUZ, COR, LIBERDADE E FANTASIA
Especial do HUMANITAS

Cícero Dias nasceu no dia 5 de março de 1907, no Engenho Jundiá, no município de Escada, em Pernambuco.
Como as galerias de arte do Brasil e em particular no Rio de Janeiro nos distantes anos de 1920 não se interessavam por arte moderna, sua primeira exposição aconteceu em um hospício, único espaço disponível que ele conseguiu em 1928 para mostra seu painel de 15 metros de largura: Eu vi o mundo, ele começava no Recife. A convite do pintor Di Cavalcanti, três anos depois ele faria uma exposição no Salão de Belas Artes.
Cícero rompeu com o de pintar da escola clássica e as suas exposições geravam debates e escândalos, porque muita pouca gente conseguia entender o que ele mostrava em suas obras. Houve até o caso de um homem que destruir um dos seus trabalhos utilizando uma navalha.
Quando da ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas, o pintor foi perseguido, em 1937 e várias vezes o seu atelier foi invadido por policiais. Por esse motivo, ele decidiu se mudar para Paris.
Cícero Dias é considerado um dos pioneiros do modernismo no Brasil. Ele foi amigo de Heitor Villa-Lobos, do artista plástico Ismael Nery e do poeta Murilo Mendes.
Ele também fez outras amizades ilustres como com os poetas André Breton e Paul Eluard, e com o pintor Pablo Picasso.
Picasso se tornou padrinho de sua filha e, junto a ele, Cícero acompanharia a elaboração do quadro Guernica, o famoso épico sobre a guerra civil espanhola.
Em seus 93 anos de idade e inspirado na sua obra Eu vi o mundo ele começava no Recife, Cícero Dias criaria um trabalho relevante para a capital de Pernambuco: o piso da Praça do Marco Zero, uma bela e enorme rosa dos ventos plantada no bairro do Recife Antigo.
O artista conservou-se lúcido, e produtivo até o fim da vida.
No dia 28 de janeiro de 2003, quase perto de fazer 96 anos, ele faleceu em sua casa, na Rue Long Champ, em Paris, onde residia há quarenta anos. Junto ao pintor, estavam presentes a esposa, Raymonde, a única filha, Sylvia, e seus dois netos.
Cícero Dias foi sepultado no cemitério de Montparnasse, na capital francesa.

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