FIM DA VISÃO TELEOLÓGICA DE MUNDO
Rafael Rocha é jornalista e editor deste
HUMANITAS. Atua na cidade do Recife/PE
O
cientista Charles Darwin (1809/1882)
destruiu a visão teleológica de mundo com o seu livro “A Origem das Espécies”, no dia 24 de novembro de 1859, ao
assinalar que as formas de vida se originaram de um processo de seleção
natural.
Isso foi de encontro à crença predominante
na época - de cunho religioso e filosófico - que afirmava que a vida de todos
os seres vivos caminha em direção ao aperfeiçoamento, ou seja, que há um
“sentido”.
De acordo com Darwin, não existe finalidade
na natureza. Tudo é somente uma história iniciada há muitos milhões de anos
quando a evolução do mundo foi sendo adequada de ambiente em ambiente de acordo
com as possibilidades de cada um deles.
“A
Origem das Espécies”, ou “Da origem
das espécies por meio da seleção natural, ou a preservação das raças
favorecidas na luta pela vida”, chegou às livrarias em 24 de novembro de
1859.
A obra, na época em que foi lançada, suscitou
variados debates cheios de ironias e agressividades. Teve até religioso que
teria perguntado a Darwin se o cientista descenderia dos símios pelo lado
paterno, ou materno.
Ele terminou sendo mostrado nos jornais em
caricaturas como sendo um primata.
O cientista resistiu e rebateu com
veemência as críticas.
O criacionismo era a teoria dominante na
ocasião e “A Origem das Espécies”
rejeitava esse tipo de pensamento.
Darwin definiu evolução como "descender com
modificações". De acordo com ele, as espécies mudam ao longo do tempo, dão
origem a novas espécies e compartilham um ancestral comum.
A seleção natural é o mecanismo proposto
por Darwin para a sua teoria da evolução. Devido aos recursos limitados, os
organismos com características hereditárias que favoreçam a sobrevivência e a
reprodução tendem a deixar mais descendentes do que os demais, o que faz com
que essas características aumentem em frequência ao longo das gerações.
Darwin propôs que as espécies podem mudar
ao longo do tempo, que novas espécies surgem de espécies pré-existentes, e que
todas compartilham um ancestral comum. Assim, cada espécie tem um conjunto
único de diferenças genéticas comparadas ao ancestral comum, que se acumularam
gradualmente ao longo do tempo.
Eventos repetidos de diferenciação, nos
quais espécies novas divergem a partir de seu ancestral comum, produzem uma "árvore"
que conecta todos os seres vivos. Em uma população, alguns indivíduos vão
herdar características que os ajudam a sobreviver e reproduzir (dadas as
condições ambientais, como predadores e fonte de nutrientes disponíveis).
Os indivíduos com essas características
benéficas vão deixar uma prole maior na próxima geração quando comparados aos
demais, já que tais características os tornam mais aptos a sobreviver e reproduzir.
Como as características úteis são
herdáveis, e os organismos com essas vantagens deixam uma prole maior, elas se
tornarão mais comuns (presentes em uma fração maior da população) na próxima
geração.
A evolução por seleção natural foi
amplamente desacreditada nas comunidades religiosas, mas até hoje a obra
científica de Darwin continua sendo a base da biologia, pois explica de forma
lógica e unificada a diversidade da vida.
Atualmente,
a teoria darwiniana é amplamente aceita. Assim, ao longo das gerações, a
população se tornará adaptada ao seu
ambiente, visto que indivíduos com características úteis a este ambiente têm,
consistentemente, maior sucesso reprodutivo que os seus contemporâneos.
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