domingo, 3 de novembro de 2019

HUMANITAS Nº 89 – NOVEMBRO DE 2019 – PÁGINA 7

FIM DA VISÃO TELEOLÓGICA DE MUNDO
Rafael Rocha é jornalista e editor deste HUMANITAS. Atua na cidade do Recife/PE

O cientista Charles Darwin (1809/1882) destruiu a visão teleológica de mundo com o seu livro “A Origem das Espécies”, no dia 24 de novembro de 1859, ao assinalar que as formas de vida se originaram de um processo de seleção natural.
Isso foi de encontro à crença predominante na época - de cunho religioso e filosófico - que afirmava que a vida de todos os seres vivos caminha em direção ao aperfeiçoamento, ou seja, que há um “sentido”.
De acordo com Darwin, não existe finalidade na natureza. Tudo é somente uma história iniciada há muitos milhões de anos quando a evolução do mundo foi sendo adequada de ambiente em ambiente de acordo com as possibilidades de cada um deles.
“A Origem das Espécies”, ou “Da origem das espécies por meio da seleção natural, ou a preservação das raças favorecidas na luta pela vida”, chegou às livrarias em 24 de novembro de 1859.
A obra, na época em que foi lançada, suscitou variados debates cheios de ironias e agressividades. Teve até religioso que teria perguntado a Darwin se o cientista descenderia dos símios pelo lado paterno, ou materno.
Ele terminou sendo mostrado nos jornais em caricaturas como sendo um primata.
O cientista resistiu e rebateu com veemência as críticas.
O criacionismo era a teoria dominante na ocasião e “A Origem das Espécies” rejeitava esse tipo de pensamento.
Darwin definiu evolução como "descender com modificações". De acordo com ele, as espécies mudam ao longo do tempo, dão origem a novas espécies e compartilham um ancestral comum.
A seleção natural é o mecanismo proposto por Darwin para a sua teoria da evolução. Devido aos recursos limitados, os organismos com características hereditárias que favoreçam a sobrevivência e a reprodução tendem a deixar mais descendentes do que os demais, o que faz com que essas características aumentem em frequência ao longo das gerações.
Darwin propôs que as espécies podem mudar ao longo do tempo, que novas espécies surgem de espécies pré-existentes, e que todas compartilham um ancestral comum. Assim, cada espécie tem um conjunto único de diferenças genéticas comparadas ao ancestral comum, que se acumularam gradualmente ao longo do tempo.
Eventos repetidos de diferenciação, nos quais espécies novas divergem a partir de seu ancestral comum, produzem uma "árvore" que conecta todos os seres vivos. Em uma população, alguns indivíduos vão herdar características que os ajudam a sobreviver e reproduzir (dadas as condições ambientais, como predadores e fonte de nutrientes disponíveis).
Os indivíduos com essas características benéficas vão deixar uma prole maior na próxima geração quando comparados aos demais, já que tais características os tornam mais aptos a sobreviver e reproduzir.
Como as características úteis são herdáveis, e os organismos com essas vantagens deixam uma prole maior, elas se tornarão mais comuns (presentes em uma fração maior da população) na próxima geração.
A evolução por seleção natural foi amplamente desacreditada nas comunidades religiosas, mas até hoje a obra científica de Darwin continua sendo a base da biologia, pois explica de forma lógica e unificada a diversidade da vida. 
Atualmente, a teoria darwiniana é amplamente aceita. Assim, ao longo das gerações, a população se tornará adaptada ao seu ambiente, visto que indivíduos com características úteis a este ambiente têm, consistentemente, maior sucesso reprodutivo que os seus contemporâneos.

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