segunda-feira, 21 de julho de 2014
domingo, 20 de julho de 2014
QUEM É REALMENTE O VERDADEIRO TOLO?
Nas
famílias abastadas rezam os órfãos pelo melhor bocado da herança.
Nas choupanas humildes rezam os apostadores pelo prêmio da loteria.
Nas camadas emergentes rezam as dondocas por uma notinha na coluna social.
No quarto dos empregados rezam as domésticas por um bom marido.
Nas alcovas desalentadas rezam os machos pela ereção de antigamente.
Em todo lugar há piedosas orações em mercê de alguma graça de um deus.
Enquanto isso, os jornais noticiam os horrores de sempre: de fome morrem anualmente dois milhões de crianças.
De malária, febre amarela e Aids padecem contingentes inteiros.
Guerras esfrangalham o mundo todo.
Corpos humanos são mutilados, aldeias e cidades são arrasadas.
Furacões, vendavais e maremotos fazem milhões de desabrigados. E, é claro! Crianças são violentadas pelos pais na calada da noite.
Uma, duas, vinte, duzentas, mil, quinhentas mil...
Já não precisamos de um Marco Pólo para saber notícias de outras paragens. Os desbravadores de ontem foram substituídos pela moderna tecnologia.
Entre uma frivolidade e outra, entre as revelações bombásticas de segredos domésticos e as picuinhas de celebridades transitórias, ainda há tempo para exibir os dramas perpétuos de um mundo aflito. Ninguém hoje ignora o que ele é e a quantas anda.
A televisão domina os lares, jornais e revistas abarrotam as bancas. Quando um crente reza para pedir favores, assalta-me sempre a dúvida insolúvel.
Quem é o tolo?
Os gananciosos que querem um deus promovendo a riqueza enquanto famintos são negligenciados, ou o deus que negligencia famintos para promover a riqueza dos gananciosos?
Quem é o tolo?
Os encalhados que fazem um deus providenciar a alma gêmea enquanto a terra agoniza, ou o deus que deixa agonizar a terra para providenciar a alma gêmea dos encalhados?
A oração sempre coloca um tolo no meio da história.
Se o deus é benévolo, justo e sábio, os famintos deveriam ter prioridade sobre os gananciosos.
Se eu estiver errado, então não é benévolo, nem justo e sábio o deus que apregoam.
Se eu estiver certo, então o tolo é mesmo o crente, que, não contente em ser tolo, também é blasfemo.
Só pode rezar sem insultar os céus quem está no topo da hierarquia dos infortúnios.
E esse miserável nem sequer sabe que é o escolhido, pois, embora todos gritem como campeões do sofrimento, todos presumem que abaixo de si há sempre mais um.
Os demais, quando oram, apenas blasfemam. Afirmam que o deus não sabe ordenar as coisas conforme seu grau de importância, não sabe discernir entre o que é prioritário e o que é preterível, antepõe o que deveria vir depois, pospõe o que deveria vir antes.
E que não se diga, para defesa do divino, que são insondáveis seus desígnios. Que lógica há em se omitir na fome para promover a riqueza? A anteposição do preterível ao prioritário é injustificável, sobretudo quando, em função da escolha, inocentes padecem. Além disso, a lógica do bom raciocínio impõe uma pergunta: se somos muito insignificantes para sondar os desígnios de um deus, quem é muito importante para saber que esse deus tem desígnios?
Nas choupanas humildes rezam os apostadores pelo prêmio da loteria.
Nas camadas emergentes rezam as dondocas por uma notinha na coluna social.
No quarto dos empregados rezam as domésticas por um bom marido.
Nas alcovas desalentadas rezam os machos pela ereção de antigamente.
Em todo lugar há piedosas orações em mercê de alguma graça de um deus.
Enquanto isso, os jornais noticiam os horrores de sempre: de fome morrem anualmente dois milhões de crianças.
De malária, febre amarela e Aids padecem contingentes inteiros.
Guerras esfrangalham o mundo todo.
Corpos humanos são mutilados, aldeias e cidades são arrasadas.
Furacões, vendavais e maremotos fazem milhões de desabrigados. E, é claro! Crianças são violentadas pelos pais na calada da noite.
Uma, duas, vinte, duzentas, mil, quinhentas mil...
Já não precisamos de um Marco Pólo para saber notícias de outras paragens. Os desbravadores de ontem foram substituídos pela moderna tecnologia.
Entre uma frivolidade e outra, entre as revelações bombásticas de segredos domésticos e as picuinhas de celebridades transitórias, ainda há tempo para exibir os dramas perpétuos de um mundo aflito. Ninguém hoje ignora o que ele é e a quantas anda.
A televisão domina os lares, jornais e revistas abarrotam as bancas. Quando um crente reza para pedir favores, assalta-me sempre a dúvida insolúvel.
Quem é o tolo?
Os gananciosos que querem um deus promovendo a riqueza enquanto famintos são negligenciados, ou o deus que negligencia famintos para promover a riqueza dos gananciosos?
Quem é o tolo?
Os encalhados que fazem um deus providenciar a alma gêmea enquanto a terra agoniza, ou o deus que deixa agonizar a terra para providenciar a alma gêmea dos encalhados?
A oração sempre coloca um tolo no meio da história.
Se o deus é benévolo, justo e sábio, os famintos deveriam ter prioridade sobre os gananciosos.
Se eu estiver errado, então não é benévolo, nem justo e sábio o deus que apregoam.
Se eu estiver certo, então o tolo é mesmo o crente, que, não contente em ser tolo, também é blasfemo.
Só pode rezar sem insultar os céus quem está no topo da hierarquia dos infortúnios.
E esse miserável nem sequer sabe que é o escolhido, pois, embora todos gritem como campeões do sofrimento, todos presumem que abaixo de si há sempre mais um.
Os demais, quando oram, apenas blasfemam. Afirmam que o deus não sabe ordenar as coisas conforme seu grau de importância, não sabe discernir entre o que é prioritário e o que é preterível, antepõe o que deveria vir depois, pospõe o que deveria vir antes.
E que não se diga, para defesa do divino, que são insondáveis seus desígnios. Que lógica há em se omitir na fome para promover a riqueza? A anteposição do preterível ao prioritário é injustificável, sobretudo quando, em função da escolha, inocentes padecem. Além disso, a lógica do bom raciocínio impõe uma pergunta: se somos muito insignificantes para sondar os desígnios de um deus, quem é muito importante para saber que esse deus tem desígnios?
MERGULHANDO NOS PRIMÓRDIOS DA HISTÓRIA HUMANA
Há
mais de dois milhões de anos, de acordo com evidências científicas, surgiram os
primeiros hominídeos no Continente Africano, mais especificamente nas atuais
regiões do Quênia, Tanzânia e Etiópia.
Nessa época ocorreu uma mudança muito brusca no clima, fazendo com que a maioria das árvores fosse substituída pelos pastos, o que fez diversos habitantes se adaptarem ao solo para sobreviver. Aos poucos, começaram a andar sobre duas patas e a se espalhar pelo mundo.
A princípio não havia necessidade de se expandir territorialmente, mas precisão de sobrevivência. Os hominídeos viviam essencialmente da natureza, sua dieta era baseada em sementes, flores e frutos, e por isso eles eram nômades, ou seja, não tinham moradia permanente.
Além disso, o sedentarismo só foi fazer parte da vida do homem após a revolução agrícola, quando ele conseguiu dominar a agricultura e a pecuária.
Nesse tempo, o homem começou a comer carne. As moradias humanas, porém, não eram permanentes, mas as técnicas utilizadas para a fabricação delas mostraram-se muito avançadas para a época: utilizavam arbustos e pedaços de paus para se proteger do frio e usavam cavernas para estadias mais longas.
Em geral as comunidades eram pequenas, pequenos grupos de cinco pessoas. As mudanças climáticas que fizeram as árvores morrerem na África obrigaram muitas comunidades a se expandirem, procurando outras terras. Os humanos apresentaram uma adaptabilidade incrível e superaram todos os problemas, avançando pela Ásia, Europa e depois para as Américas.
Durante esse tempo, o ser humano evoluiu e descobriu como fazer o fogo, plantar, comunicar-se e desenvolver técnicas de metalurgia.
A pré-história é dividida basicamente em três partes: Paleolítico, Neolítico e Idade dos Metais. O Paleolítico também é conhecido como Idade da Pedra Lascada.
Neste momento da história, o homem começa a utilizar ferramentas de pedra lascada, mas ainda é nômade e vive de coleta e de caça. As principais características dessa época são a arte rupestre, feita nas paredes de cavernas, antes das caçadas, para visualizar o alvo, e rituais para que a caça ocorra em abundância (magia simpática). Outra característica muito importante foi o término do processo de hominização do homem, ou seja, o homem terminou o seu processo de evolução física.
O Neolítico, também conhecido como Idade da Pedra Polida, ficou marcado pela utilização do polimento das pedras para a fabricação de vários utensílios. Mas teve um fato que marcou mais ainda essa época: a Revolução Agrícola.
Foi essa revolução que trouxe o sedentarismo para a vida humana. O homem criou raízes em um local, formando os grandes pólos que conhecemos como cidades. Essa revolução adaptou o homem à natureza. Ele começou a plantar e a cuidar de animais.
A Idade dos Metais - também conhecida como Civilização - é marcada pela Revolução Urbana, grande desenvolvimento no comércio, metalurgia, escrita e criação do Estado (nesse momento surgiram grandes civilizações como as dos acádios, sumérios, babilônicos etc).
Os antepassados dos humanos, como o Homo erectus usaram ferramentas simples durante milênios, porém, nessa época, elas melhoraram, tornando-se mais precisas e complexas.
Em algum momento, os humanos começaram a usar o fogo para se aquecer e cozinhar. Também desenvolveram a linguagem, assim como os ritos funerários.
Há uns 50 mil anos, lançaram-se à conquista do planeta em diferentes rumos desde a África. Um grupo alcançou a Austrália. Outro a Ásia Central, para logo se dividir em dois, um para a Europa, e o outro indo cruzar o Estreito de Bering e alcançar as Américas.
As últimas áreas a serem colonizadas foram as ilhas da Polinésia, durante o primeiro milênio da Era Comum.
A ciência corrobora a origem do homem na África e sua expansão gradual sobre o globo, determinando ainda que o relato do Gênesis é uma adaptação de antigas lendas mesopotâmicas coletadas desde a Epopeia de Gilgamesh e que tais relatos não possuem nenhum conteúdo divino.
Nessa época ocorreu uma mudança muito brusca no clima, fazendo com que a maioria das árvores fosse substituída pelos pastos, o que fez diversos habitantes se adaptarem ao solo para sobreviver. Aos poucos, começaram a andar sobre duas patas e a se espalhar pelo mundo.
A princípio não havia necessidade de se expandir territorialmente, mas precisão de sobrevivência. Os hominídeos viviam essencialmente da natureza, sua dieta era baseada em sementes, flores e frutos, e por isso eles eram nômades, ou seja, não tinham moradia permanente.
Além disso, o sedentarismo só foi fazer parte da vida do homem após a revolução agrícola, quando ele conseguiu dominar a agricultura e a pecuária.
Nesse tempo, o homem começou a comer carne. As moradias humanas, porém, não eram permanentes, mas as técnicas utilizadas para a fabricação delas mostraram-se muito avançadas para a época: utilizavam arbustos e pedaços de paus para se proteger do frio e usavam cavernas para estadias mais longas.
Em geral as comunidades eram pequenas, pequenos grupos de cinco pessoas. As mudanças climáticas que fizeram as árvores morrerem na África obrigaram muitas comunidades a se expandirem, procurando outras terras. Os humanos apresentaram uma adaptabilidade incrível e superaram todos os problemas, avançando pela Ásia, Europa e depois para as Américas.
Durante esse tempo, o ser humano evoluiu e descobriu como fazer o fogo, plantar, comunicar-se e desenvolver técnicas de metalurgia.
A pré-história é dividida basicamente em três partes: Paleolítico, Neolítico e Idade dos Metais. O Paleolítico também é conhecido como Idade da Pedra Lascada.
Neste momento da história, o homem começa a utilizar ferramentas de pedra lascada, mas ainda é nômade e vive de coleta e de caça. As principais características dessa época são a arte rupestre, feita nas paredes de cavernas, antes das caçadas, para visualizar o alvo, e rituais para que a caça ocorra em abundância (magia simpática). Outra característica muito importante foi o término do processo de hominização do homem, ou seja, o homem terminou o seu processo de evolução física.
O Neolítico, também conhecido como Idade da Pedra Polida, ficou marcado pela utilização do polimento das pedras para a fabricação de vários utensílios. Mas teve um fato que marcou mais ainda essa época: a Revolução Agrícola.
Foi essa revolução que trouxe o sedentarismo para a vida humana. O homem criou raízes em um local, formando os grandes pólos que conhecemos como cidades. Essa revolução adaptou o homem à natureza. Ele começou a plantar e a cuidar de animais.
A Idade dos Metais - também conhecida como Civilização - é marcada pela Revolução Urbana, grande desenvolvimento no comércio, metalurgia, escrita e criação do Estado (nesse momento surgiram grandes civilizações como as dos acádios, sumérios, babilônicos etc).
Os antepassados dos humanos, como o Homo erectus usaram ferramentas simples durante milênios, porém, nessa época, elas melhoraram, tornando-se mais precisas e complexas.
Em algum momento, os humanos começaram a usar o fogo para se aquecer e cozinhar. Também desenvolveram a linguagem, assim como os ritos funerários.
Há uns 50 mil anos, lançaram-se à conquista do planeta em diferentes rumos desde a África. Um grupo alcançou a Austrália. Outro a Ásia Central, para logo se dividir em dois, um para a Europa, e o outro indo cruzar o Estreito de Bering e alcançar as Américas.
As últimas áreas a serem colonizadas foram as ilhas da Polinésia, durante o primeiro milênio da Era Comum.
A ciência corrobora a origem do homem na África e sua expansão gradual sobre o globo, determinando ainda que o relato do Gênesis é uma adaptação de antigas lendas mesopotâmicas coletadas desde a Epopeia de Gilgamesh e que tais relatos não possuem nenhum conteúdo divino.
A GRANDE ILUSÃO DO SUFRÁGIO UNIVERSAL
Os
homens acreditavam que o estabelecimento do sufrágio universal garantiria a
liberdade dos povos.Mas, infelizmente, esta era uma grande
ilusão e a compreensão da ilusão levou à queda e à desmoralização do partido
radical.
Os radicais não queriam enganar o povo, pelo menos assim asseguram as obras liberais, mas neste caso eles próprios foram enganados.
Estavam firmemente convencidos quando prometeram ao povo a liberdade através do sufrágio universal. Inspirados por essa convicção, eles puderam sublevar as massas e derrubar os governos aristocráticos estabelecidos.
Hoje depois de aprender com a experiência, e com a política do poder, os radicais perderam a fé em si mesmos e em seus princípios derrotados e corruptos.
Mas tudo parecia tão natural e tão simples: uma vez que os poderes legislativo e executivo emanavam diretamente de uma eleição popular, não se tornariam a pura expressão da vontade popular e não produziriam a liberdade e o bem estar entre a população?
Toda decepção com o sistema representativo está na ilusão de que um governo e uma legislação surgidos de uma eleição popular devem e podem representar a verdadeira vontade do povo.
O povo espera duas coisas: a maior prosperidade possível combinada com a maior liberdade de movimento e de ação.
Os instintos dos governantes, sejam legisladores ou executores das leis, são diametricalmente opostos por estarem numa posição excepcional.
Os radicais não queriam enganar o povo, pelo menos assim asseguram as obras liberais, mas neste caso eles próprios foram enganados.
Estavam firmemente convencidos quando prometeram ao povo a liberdade através do sufrágio universal. Inspirados por essa convicção, eles puderam sublevar as massas e derrubar os governos aristocráticos estabelecidos.
Hoje depois de aprender com a experiência, e com a política do poder, os radicais perderam a fé em si mesmos e em seus princípios derrotados e corruptos.
Mas tudo parecia tão natural e tão simples: uma vez que os poderes legislativo e executivo emanavam diretamente de uma eleição popular, não se tornariam a pura expressão da vontade popular e não produziriam a liberdade e o bem estar entre a população?
Toda decepção com o sistema representativo está na ilusão de que um governo e uma legislação surgidos de uma eleição popular devem e podem representar a verdadeira vontade do povo.
O povo espera duas coisas: a maior prosperidade possível combinada com a maior liberdade de movimento e de ação.
Os instintos dos governantes, sejam legisladores ou executores das leis, são diametricalmente opostos por estarem numa posição excepcional.
Por mais democráticos que sejam seus
sentimentos e suas intenções, atingida uma certa elevação de posto, veem a
sociedade da mesma forma que um professor vê seus alunos, e entre o professor e
os alunos não há igualdade.
De um lado, há o sentimento de superioridade, inevitavelmente provocado pela posição de superioridade que decorre da superioridade do professor, exercite ele o poder legislativo ou executivo.
Quem fala de poder político, fala de dominação. Quando existe dominação, uma grande parcela da sociedade é dominada e os que são dominados geralmente detestam os que dominam, enquanto estes não têm outra escolha, a não ser subjugar e oprimir aqueles que dominam.
Esta é a eterna história do saber desde que o poder surgiu no mundo. Isto é o que também explica como e por que os democratas mais radicais, os rebeldes mais violentos se tornam os conservadores mais cautelosos assim que obtêm o poder. Na Suíça, assim como em outros lugares, a classe governante é completamente diferente e separada da massa dos governados.
Apesar de a constituição política ser igualitária é a burguesia que governa e é o povo e os operários que obedecem às suas leis. O povo não tem tempo livre ou educação necessária para se ocupar do governo. Já que a burguesia tem ambos, ela tem de fato, se não por direito, privilégio exclusivo.
Na Suíça, como em outros países, a igualdade política é apenas uma ficção pueril, uma mentira. Separada como está do povo, por circunstâncias sociais e econômicas, como pode a burguesia expressar, nas leis e no governo, os sentimentos, as ideias e a vontade do povo?
No governo, a burguesia é dirigida por seus próprios interesses e preconceitos, sem levar em conta os interesses do povo. É verdade que todos os nossos legisladores, assim como todos os membros dos governos cantonais são eleitos, direta ou indiretamente pelo povo.
É verdade que em dia de eleição a burguesia mais orgulhosa, se tiver ambição política, deve curvar-se diante da Soberania Popular. Mas, terminada a eleição, o povo volta ao trabalho, e a burguesia a seus lucrativos negócios e às intrigas políticas. Não se encontram e não se reconhecem mais. Como se pode esperar que o povo, oprimido pelo trabalho e ignorante da maioria dos problemas, supervisione as ações de seus representantes?
O controle exercido pelos eleitores aos seus representantes eleitos é pura ficção já que no sistema representativo o controle popular é apenas uma garantia da liberdade do povo. É evidente que tal liberdade não é mais do que uma ficção.
De um lado, há o sentimento de superioridade, inevitavelmente provocado pela posição de superioridade que decorre da superioridade do professor, exercite ele o poder legislativo ou executivo.
Quem fala de poder político, fala de dominação. Quando existe dominação, uma grande parcela da sociedade é dominada e os que são dominados geralmente detestam os que dominam, enquanto estes não têm outra escolha, a não ser subjugar e oprimir aqueles que dominam.
Esta é a eterna história do saber desde que o poder surgiu no mundo. Isto é o que também explica como e por que os democratas mais radicais, os rebeldes mais violentos se tornam os conservadores mais cautelosos assim que obtêm o poder. Na Suíça, assim como em outros lugares, a classe governante é completamente diferente e separada da massa dos governados.
Apesar de a constituição política ser igualitária é a burguesia que governa e é o povo e os operários que obedecem às suas leis. O povo não tem tempo livre ou educação necessária para se ocupar do governo. Já que a burguesia tem ambos, ela tem de fato, se não por direito, privilégio exclusivo.
Na Suíça, como em outros países, a igualdade política é apenas uma ficção pueril, uma mentira. Separada como está do povo, por circunstâncias sociais e econômicas, como pode a burguesia expressar, nas leis e no governo, os sentimentos, as ideias e a vontade do povo?
No governo, a burguesia é dirigida por seus próprios interesses e preconceitos, sem levar em conta os interesses do povo. É verdade que todos os nossos legisladores, assim como todos os membros dos governos cantonais são eleitos, direta ou indiretamente pelo povo.
É verdade que em dia de eleição a burguesia mais orgulhosa, se tiver ambição política, deve curvar-se diante da Soberania Popular. Mas, terminada a eleição, o povo volta ao trabalho, e a burguesia a seus lucrativos negócios e às intrigas políticas. Não se encontram e não se reconhecem mais. Como se pode esperar que o povo, oprimido pelo trabalho e ignorante da maioria dos problemas, supervisione as ações de seus representantes?
O controle exercido pelos eleitores aos seus representantes eleitos é pura ficção já que no sistema representativo o controle popular é apenas uma garantia da liberdade do povo. É evidente que tal liberdade não é mais do que uma ficção.
COMO E QUANDO SURGIU O ATEÍSMO NO MUNDO
Muitos
dos que se dizem ateus, sequer sabem a verdadeira história do ateísmo como, por
exemplo, quando, como e por que surgiu, quem foram os seus precursores, quem
foi o primeiro ateu e o que se podia entender como ateísmo até o século XVIII.
Poderíamos dizer que não existiam ateus antes do século XVIII?
A bem da verdade há que se dizer que não existe consenso acadêmico sobre como e quando surgiu o ateísmo que hoje conhecemos, mas pode-se afirmar com alguma segurança que esse ateísmo surgiu em oposição ao cristianismo.
Que dizer então dos filósofos da Antiguidade Grega, Epicuro, Demócrito e Lucrecius, que já em seu tempo questionavam a existência de Deus? Seriam eles ateus? O que a história nos conta sobre isso?
“Na cultura ocidental, assume-se frequentemente que os ateus são irreligiosos, embora alguns ateus seam espiritualistas. Ademais, o ateísmo também está presente em certos sistemas religiosos e crenças espirituais, como o jainismo, o budismo e o hinduísmo. O jainismo e algumas formas de budismo não defendem a crença em deuses, enquanto o hinduísmo mantém o ateísmo como um conceito válido, mas difícil de acompanhar espiritualmente” (vide Wikipédia).
Então podemos dizer que o ponto comum do ateísmo é a descrença em deuses e/ou a sua não-aceitação. Oficialmente, o ateísmo, tal como o conhecemos hoje, só surgiu no século XVIII, com o Barão D’Holbach (1723-1789), um profundo conhecedor da Bíblia e autor da obra “O Sistema da Natureza” (1770).
É considerado o primeiro ateu que assim se assumiu, embora também se diga que as bases do ateísmo foram lançadas antes pelo padre francês Jean Meslier (1664-1729), em uma obra somente publicada postumamente (Memória dos Pensamentos e dos Sentimentos de Jean Meslier, 1720). Nessa obra, Meslier negava veementemente o dogma da criação do universo, bem como as idéias de divindade, e tecia duras críticas à religião cristã, ao catolicismo e às religiões, em geral.
Na sua visão, todos os deuses, inclusive o deus judaico-cristão, são falsos e fabricados, utilizados como instrumentos de dominação, e Jesus Cristo foi um louco, fanático, ignorante e charlatão, um messias fracassado, mas que astutamente se aproveitou da credulidade e do desespero das pessoas ignorantes para estabelecer o seu ministério, cabendo à Igreja mitificá-lo e endeusá-lo, criando o cristianismo.
Seguramente este homem era o que poderia se chamar de “um verdadeiro ateu”, mas não chegou a colocar em prática o seu ativismo, mantendo suas ideias ocultas, que só vieram a ser divulgadas após a sua morte.
Presume-se que não o tenha feito em vida, devido à perseguição religiosa que ainda existia em sua época.
Não obstante, estudando-se profundamente a história do ateísmo pode-se inferir tranquilamente ter sido D’Hollbach, possivelmente com a colaboração do filósofo Denis Diderot, o primeiro a sistematizar o que hoje se chama “ateísmo”. Suas posições acerca do cristianismo não diferiam muito das de Meslier. Antes dele o ainda seu contemporâneo, o filósofo David Hume (1711-1776) também já revelava fortes inclinações ateístas, porém, sem se definir como tal.
Tivemos outros pensadores e filósofos como Thomas Paine (1737-1809), Robert G. Ingersoll, Auguste Comte, Ludwig Feuerbach, Friedrich Nietzsche, Kant, Schopenhauer e Bertrand Russell, dentre outros, que vieram a defender ideias semelhantes, apesar de alguns não serem propriamente ateus, mas agnósticos.
O termo ateu origina-se do "atheos" grego, que significa "sem Deus", do século 5 de antes da Era Comum. A palavra tinha tomado uma conotação mais intencional indicando uma negação dos deuses, ao invés de seu significado inicial de mera impiedade. No debate religioso entre cristãos e helenistas, cada lado acusava o outro de ser ateu (quase sempre em um sentido pejorativo).
Da mesma forma, os antigos romanos consideravam os cristãos como ateus pela sua recusa a adorar os deuses romanos pagãos. O ateísmo não é necessariamente equivalente à irreligião, embora a maioria dos ateus também seja irreligiosa, no sentido de que não praticam nenhuma crença.
A bem da verdade há que se dizer que não existe consenso acadêmico sobre como e quando surgiu o ateísmo que hoje conhecemos, mas pode-se afirmar com alguma segurança que esse ateísmo surgiu em oposição ao cristianismo.
Que dizer então dos filósofos da Antiguidade Grega, Epicuro, Demócrito e Lucrecius, que já em seu tempo questionavam a existência de Deus? Seriam eles ateus? O que a história nos conta sobre isso?
“Na cultura ocidental, assume-se frequentemente que os ateus são irreligiosos, embora alguns ateus seam espiritualistas. Ademais, o ateísmo também está presente em certos sistemas religiosos e crenças espirituais, como o jainismo, o budismo e o hinduísmo. O jainismo e algumas formas de budismo não defendem a crença em deuses, enquanto o hinduísmo mantém o ateísmo como um conceito válido, mas difícil de acompanhar espiritualmente” (vide Wikipédia).
Então podemos dizer que o ponto comum do ateísmo é a descrença em deuses e/ou a sua não-aceitação. Oficialmente, o ateísmo, tal como o conhecemos hoje, só surgiu no século XVIII, com o Barão D’Holbach (1723-1789), um profundo conhecedor da Bíblia e autor da obra “O Sistema da Natureza” (1770).
É considerado o primeiro ateu que assim se assumiu, embora também se diga que as bases do ateísmo foram lançadas antes pelo padre francês Jean Meslier (1664-1729), em uma obra somente publicada postumamente (Memória dos Pensamentos e dos Sentimentos de Jean Meslier, 1720). Nessa obra, Meslier negava veementemente o dogma da criação do universo, bem como as idéias de divindade, e tecia duras críticas à religião cristã, ao catolicismo e às religiões, em geral.
Na sua visão, todos os deuses, inclusive o deus judaico-cristão, são falsos e fabricados, utilizados como instrumentos de dominação, e Jesus Cristo foi um louco, fanático, ignorante e charlatão, um messias fracassado, mas que astutamente se aproveitou da credulidade e do desespero das pessoas ignorantes para estabelecer o seu ministério, cabendo à Igreja mitificá-lo e endeusá-lo, criando o cristianismo.
Seguramente este homem era o que poderia se chamar de “um verdadeiro ateu”, mas não chegou a colocar em prática o seu ativismo, mantendo suas ideias ocultas, que só vieram a ser divulgadas após a sua morte.
Presume-se que não o tenha feito em vida, devido à perseguição religiosa que ainda existia em sua época.
Não obstante, estudando-se profundamente a história do ateísmo pode-se inferir tranquilamente ter sido D’Hollbach, possivelmente com a colaboração do filósofo Denis Diderot, o primeiro a sistematizar o que hoje se chama “ateísmo”. Suas posições acerca do cristianismo não diferiam muito das de Meslier. Antes dele o ainda seu contemporâneo, o filósofo David Hume (1711-1776) também já revelava fortes inclinações ateístas, porém, sem se definir como tal.
Tivemos outros pensadores e filósofos como Thomas Paine (1737-1809), Robert G. Ingersoll, Auguste Comte, Ludwig Feuerbach, Friedrich Nietzsche, Kant, Schopenhauer e Bertrand Russell, dentre outros, que vieram a defender ideias semelhantes, apesar de alguns não serem propriamente ateus, mas agnósticos.
O termo ateu origina-se do "atheos" grego, que significa "sem Deus", do século 5 de antes da Era Comum. A palavra tinha tomado uma conotação mais intencional indicando uma negação dos deuses, ao invés de seu significado inicial de mera impiedade. No debate religioso entre cristãos e helenistas, cada lado acusava o outro de ser ateu (quase sempre em um sentido pejorativo).
Da mesma forma, os antigos romanos consideravam os cristãos como ateus pela sua recusa a adorar os deuses romanos pagãos. O ateísmo não é necessariamente equivalente à irreligião, embora a maioria dos ateus também seja irreligiosa, no sentido de que não praticam nenhuma crença.
PRISÕES SUECAS REABILITAM SERES HUMANOS
Texto de Cibelih
Hespanhol - Graduanda em Jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa/MG
Quando
Alexander Petrovich, assassino confesso de sua própria mulher, viu-se
encarcerado entre as paredes de um presídio na Sibéria, passou a conhecer o
dia-a-dia, detalhes e hábitos desse sistema.
E escreveu as seguintes linhas em seu diário pessoal: “Não resta dúvidas de que o tão gabado regime de penitenciária oferece resultados falsos, meramente aparentes. Esgota a capacidade humana, desfibra a alma, avilta, caleja e só oficiosamente faz do detento ‘remido’ um modelo de sistemas regeneradores”.
Se Alexander e sua história pertencem ao romance Recordações da Casa dos Mortos, de Dostoievski, publicado em 1860, seu drama ainda pode ser considerado absurdamente atual.
As recentes notícias sobre o fechamento de quatro prisões suecas reabriram discussões sobre a forma como lidamos com nossos detentos.
Isto porque a falta de presos no país nórdico é atribuída principalmente à forma de organização de seu sistema penitenciário, que conta com investimentos na reabilitação dos prisioneiros; adoção de penas mais leves em delitos relacionados a drogas; e revisões judiciais que optam por penas alternativas em alguns casos, como liberdade vigiada.
Em situação semelhante, a Holanda já havia anunciado em 2012 a necessidade de fechar oito prisões e demitir mais de mil funcionários – pelo mesmo motivo: suas celas estavam praticamente vazias.
O que tem a nos dizer esses países?
Em sentindo inverso, nos EUA, país com maior população carcerária do mundo, o número de detentos chega a praticamente 2,3 milhões. E a taxa de reincidência é de 60% – ou seja, a cada dez pessoas que saem da prisão, seis voltarão para o crime.
O Brasil ocupa o 4º lugar no ranking de população carcerária -cerca de 500 mil presos - num índice de 274 detentos por 100 mil habitantes. O número de detentos é 66% maior do que a capacidade que o sistema brasileiro possui de abrigá-los nas prisões.
Em junho de 2013, a ONU declarou em relatório a necessidade de o país “melhorar as condições de suas prisões e enfrentar o problema da superlotação”.
Casos de violação dos direitos humanos, torturas físicas e psicológicas são recorrentes em presídios brasileiros. No Rio de Janeiro, um preso morre a cada dois dias, principalmente de tuberculose e Aids. A abismal diferença entre as prisões suecas e brasileiras (ou norte-americanas) está nas teorias que fundamentam seus sistemas penitenciários. O país da pena de morte é o mesmo que viu sua população carcerária praticamente dobrar desde o início dos anos 90.
Já o país que optou por uma política de reinserção social, em que uma agência governamental é encarregada de supervisionar os detentos e oferecer programas de tratamento para aqueles com problemas com drogas, vê agora suas prisões serem fechadas por falta de prisioneiros.
Em entrevista ao The Guardian, Kenneth Gustafsson, governador da prisão de Kumla, a mais segura da Suécia, declara:
“Existem pessoas que não querem ou não podem mudar. Mas na minha experiência a maioria dos prisioneiros quer mudar, e nós precisamos fazer o que pudermos para ajudá-los. E não é apenas a prisão que pode reabilitar. Isso é um processo combinado, que envolve a sociedade. Podemos dar educação e treinamento, mas quando essas pessoas deixam as prisões elas precisam de moradia e emprego”.
Em suma, o que a Suécia tem a nos ensinar é a noção contrária do senso comum de que “cadeia boa é cadeia infernal”: optar pela humanização do sistema penitenciário prova-se como a maneira mais eficaz de reduzir os índices de criminalidade.
E escreveu as seguintes linhas em seu diário pessoal: “Não resta dúvidas de que o tão gabado regime de penitenciária oferece resultados falsos, meramente aparentes. Esgota a capacidade humana, desfibra a alma, avilta, caleja e só oficiosamente faz do detento ‘remido’ um modelo de sistemas regeneradores”.
Se Alexander e sua história pertencem ao romance Recordações da Casa dos Mortos, de Dostoievski, publicado em 1860, seu drama ainda pode ser considerado absurdamente atual.
As recentes notícias sobre o fechamento de quatro prisões suecas reabriram discussões sobre a forma como lidamos com nossos detentos.
Isto porque a falta de presos no país nórdico é atribuída principalmente à forma de organização de seu sistema penitenciário, que conta com investimentos na reabilitação dos prisioneiros; adoção de penas mais leves em delitos relacionados a drogas; e revisões judiciais que optam por penas alternativas em alguns casos, como liberdade vigiada.
Em situação semelhante, a Holanda já havia anunciado em 2012 a necessidade de fechar oito prisões e demitir mais de mil funcionários – pelo mesmo motivo: suas celas estavam praticamente vazias.
O que tem a nos dizer esses países?
Em sentindo inverso, nos EUA, país com maior população carcerária do mundo, o número de detentos chega a praticamente 2,3 milhões. E a taxa de reincidência é de 60% – ou seja, a cada dez pessoas que saem da prisão, seis voltarão para o crime.
O Brasil ocupa o 4º lugar no ranking de população carcerária -cerca de 500 mil presos - num índice de 274 detentos por 100 mil habitantes. O número de detentos é 66% maior do que a capacidade que o sistema brasileiro possui de abrigá-los nas prisões.
Em junho de 2013, a ONU declarou em relatório a necessidade de o país “melhorar as condições de suas prisões e enfrentar o problema da superlotação”.
Casos de violação dos direitos humanos, torturas físicas e psicológicas são recorrentes em presídios brasileiros. No Rio de Janeiro, um preso morre a cada dois dias, principalmente de tuberculose e Aids. A abismal diferença entre as prisões suecas e brasileiras (ou norte-americanas) está nas teorias que fundamentam seus sistemas penitenciários. O país da pena de morte é o mesmo que viu sua população carcerária praticamente dobrar desde o início dos anos 90.
Já o país que optou por uma política de reinserção social, em que uma agência governamental é encarregada de supervisionar os detentos e oferecer programas de tratamento para aqueles com problemas com drogas, vê agora suas prisões serem fechadas por falta de prisioneiros.
Em entrevista ao The Guardian, Kenneth Gustafsson, governador da prisão de Kumla, a mais segura da Suécia, declara:
“Existem pessoas que não querem ou não podem mudar. Mas na minha experiência a maioria dos prisioneiros quer mudar, e nós precisamos fazer o que pudermos para ajudá-los. E não é apenas a prisão que pode reabilitar. Isso é um processo combinado, que envolve a sociedade. Podemos dar educação e treinamento, mas quando essas pessoas deixam as prisões elas precisam de moradia e emprego”.
Em suma, o que a Suécia tem a nos ensinar é a noção contrária do senso comum de que “cadeia boa é cadeia infernal”: optar pela humanização do sistema penitenciário prova-se como a maneira mais eficaz de reduzir os índices de criminalidade.
REFÚGIO POÉTICO
Jogo
Antonio Carlos Gomes - SP
No jogo da vida
Os dados correm
Mas são sem
números
As mãos escorrem
Por entre cartas
Que não têm
figuras
E a esperança
Mistura-se
Com lamentos e
risos
E a vida corre
Entre improvisos
No jogo
Do dia
Da noite
Por entre peões
Que não param de
rodar
Numa música
monótona
De um só acorde.
E um vislumbre
Que pode ser passado
Ou então futuro
Apenas esfumaça
E a vida passa
Porque tem que
passar
Pela roleta do
tudo
E do nada.
Até que acaba.
**********
Lamento
Thiers Rimbaud - RJ
Pelas noites jogando xadrez
onde o cavalo
com pata quebrada
não mais se movia
onde rei e rainha perderam coroas
onde o tabuleiro
era rio deslizando dor.
Ali a pena branca do vento
rugiu tempestades
esfolando corações de espinho
sangrando artérias
cortando dedos
inviabilizando
beijos colados na face de sorrisos borboleta
onde o cavalo
com pata quebrada
não mais se movia
onde rei e rainha perderam coroas
onde o tabuleiro
era rio deslizando dor.
Ali a pena branca do vento
rugiu tempestades
esfolando corações de espinho
sangrando artérias
cortando dedos
inviabilizando
beijos colados na face de sorrisos borboleta
HUMANITAS EDIÇÃO DE JULHO 2014 - Nº 25
EDITORIAL
DICAS CONTRA O ALIENANTE VÍCIO DA INTERNET E SEUS AFINS
O capitalismo usa do marketing com a intenção de lucrar. A mídia torna-se a cada dia mais fútil e manipuladora. Jovens e velhos querem suprir a carência de seus egos por não terem tudo que desejam e se acomodam buscando apenas elogios. Todo mundo perde o senso do que é justiça social e humana e deixa de lutar pela melhoria da vida de si e de seus semelhantes, vivendo um big brother internético. Perdem a sabedoria, o conhecimento e a cultura maior.
O que fazer? Eis dez conselhos contra esse tipo de alienação:
1 - Desligar a TV e começar a ler livros (romances, biografias, até mesmo um dicionário), revistas culturais etc;
2 - Nada de música comercial ou música de letristas imbecis como Telô, Luan Santana ou os iguais a esses;
3 - Exercite a mente aprendendo algo novo;
4 - Estude outro idioma. Estude outra cultura sem desprezar a sua, pois nesta estão suas raízes. Cultive ao máximo suas raízes;
5 - Nada de desprezar outras opiniões sobre seu senso crítico. Pratique o respeito e seja educado;
6 - Nada de discriminar os diferentes, os homossexuais, os deficientes de qualquer espécie, os negros, os amarelos. Lembre-se que todo mundo é humano;
7 - Tenha opinião própria e não opinião de amigos ou amigas. Saiba como é fácil repetir como um robô o que os outros falam;
8 - Lembre-se que é um ser vivo. Ainda que tenha religião: NÃO EXISTE RELIGIÃO MELHOR DO QUE ACREDITAR EM SI MESMO.
9 - Saia da alienação e das frescuras, lembrando que, além de você, existem muitos outros seres humanos esperando lições amplas da vida e você pode dá-las.
10 - Caso não possa se adaptar a essas regras interne-se num hospício!
********
CARTAS
Que
pena! Gostava mais de ler o Humanitas
impresso! Espero que supere a crise financeira e retorne para nosso convívio! Elena Gordillo – Salvador/BA
****
Lamentável!
Os que fazem o Humanitas deveriam se
unir, lutar mais contra a crise financeira e fazer o jornal impresso retornar. Carlos Uchoa de Lemos – Olinda/PE
****
Estou
lendo o Humanitas no blog criado
pelo editor. Mas o blog nunca chegará aos pés do impresso. Seria bom que os
colaboradores do Humanitas se
unissem e fizessem o impresso voltar. Heliana
Guedes – Fortaleza/CE
********
SEMELHANÇAS
Antonio Carlos Gomes -
SP
Em medicina, sinais que levam
a igual resultado são sintomas. Um dedo do pé inflamado e uma garganta com pus
podem representar a mesma doença, por exemplo, escarlatina.
No golpe da Ucrânia, um país
dividido entre descendentes de russos e nazistas, estes derrotados na Segunda
Guerra, uma senhora que ia levar flores ao túmulo de Lênin foi agredida, humilhada e machucada
fisicamente por jovens nazistas.
Cena covarde. A animalidade dessas
pessoas ficou latente.
No jogo inaugural da Copa do
Mundo, em São Paulo,uma turba de classe social alta, se dirigiu à Presidente da
República, gritando “Vai tomar no cu...”.
Não houve agressão pelo fato de o
camarote presidencial estar distante, mas a cena foi igual à da Ucrânia,
covarde e animalesca.
Ambos apresentam os sintomas da
mesma doença.
Como o nazismo está a cada dia
aumentando no Velho Mundo, diante dessas cenas, ele se torna um perigo para
nossa frágil democracia. E mostra bem o método e o caráter de seus seguidores.
Não há o mínimo respeito à pessoa
humana. A regressão ao irracional é plenamente manifesta.
No nazismo vimos judeus, negros,
ciganos e homossexuais serem queimados em fornos e roubados de todos os bens
materiais.
Os violadores, exercendo suas
vontades, podem matar com todo sadismo contido em suas cabeças doentias.
Que os fatos assistidos nos
sirvam de alerta. Vigiemos os novos possíveis tiranos e não deixemos espaços
para seus delírios satânicos. Temos que reprimir! Logo!
********
EXPEDIENTE HUMANITAS
ANO II - Nº 25 ISSN 2316-1167
Este jornal é mensal e gratuito
Editor: Rafael
Rocha
Jornalista DRT/PE
1160
Colaboradores/Brasil:
Antônio Carlos Gomes (SP); Manfred Grellmann (PE); Karline Batista (CE); Ana
Maria Leandro (MG); Jorge Oliveira de Almeida (RJ).
Colaboradores em Portugal: Marisa
Soveral; Paula Duarte.
Cartas à Redação
enviar para: jornalhumanitas2013@gmail.com
As fotos inseridas nesta edição são de domínio público e
foram extraídas da internet.
As opiniões
veiculadas nesta publicação são da inteira responsabilidade de seus autores.
segunda-feira, 14 de julho de 2014
Jornal HUMANITAS - Julho/2014 - nº 25
PRISÕES LOTADAS E SEM DIREITOS HUMANOS
Uma questão de direitos humanos desobedecida
tanto nos EUA como no Brasil vem à tona em texto de Cibelih Hespanhol, graduanda
em Jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa/MG. De acordo com ela, “o Brasil ocupa o 4º lugar no ranking de
população carcerária - cerca de 500 mil presos - num índice de 274 detentos por
100 mil habitantes. O número de detentos é 66% maior do que a capacidade que o
sistema brasileiro possui de abrigá-los nas prisões”. Enquanto isso, os EUA
é o país detentor da maior população carcerária do mundo, que chega a
praticamente 2,3 milhões de presos. O país da pena de morte é o mesmo que viu
sua população carcerária praticamente dobrar desde o início dos anos 90. (PÁGINA
4)
EVOLUÇÃO DO HOMEM
O jornalista Rafael Rocha mergulha na
história da evolução da raça humana na página 7. Segundo ele, há mais de dois milhões de anos, de acordo
com evidências científicas, surgiram os primeiros hominídeos no Continente
Africano, mais especificamente nas atuais regiões do Quênia, Tanzânia e Etiópia.
E o jornalista também diz no artigo que “a ciência corrobora a origem do homem na África e sua expansão gradual
sobre o globo”.
No que tange à religião, as evidências
científicas entram em choque com o Criacionismo das igrejas fundamentalistas
cristãs ao dizer que “o relato do livro
Gênesis, contido na Bíblia cristã é uma adaptação ficcional de antigas lendas
mesopotâmicas coletadas desde a Epopeia de Gilgamesh e que tais relatos não têm
nenhum conteúdo divino”.
MIKHAIL BAKUNIN E O SUFRÁGIO UNIVERSAL
A grande
ilusão do sufrágio universal já foi tema de artigo do filósofo anarquista
Mikhail Bakunin (1814/1876), tal como consta na página 6 deste
Humanitas. Segundo o filósofo, “a burguesia
governa, faz as leis e o povo obedece. Esta
é a eterna história do saber desde que o poder surgiu no mundo”.
E ele pergunta: “Como se pode
esperar que o povo, oprimido pelo trabalho e ignorante da maioria dos
problemas, supervisione as ações de seus representantes eleitos?” Bakunin
vai mais longe ainda quando salienta que a igualdade política é apenas uma
ficção pueril, uma mentira.
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