domingo, 20 de julho de 2014

REFÚGIO POÉTICO

Jogo
Antonio Carlos Gomes - SP

No jogo da vida
Os dados correm
Mas são sem números
As mãos escorrem
Por entre cartas
Que não têm figuras
E a esperança
Mistura-se
Com lamentos e risos
E a vida corre
Entre improvisos
No jogo
Do dia
Da noite
Por entre peões
Que não param de rodar
Numa música monótona
De um só acorde.
E um vislumbre
Que pode ser passado
Ou então futuro
Apenas esfumaça
E a vida passa
Porque tem que passar
Pela roleta do tudo
E do nada.
Até que acaba.

**********
Lamento
Thiers Rimbaud - RJ

Pelas noites jogando xadrez
onde o cavalo
com pata quebrada
não mais se movia
onde rei e rainha perderam coroas
onde o tabuleiro
era rio deslizando dor.
Ali a pena branca do vento
rugiu tempestades
esfolando corações de espinho
sangrando artérias
cortando dedos
inviabilizando
beijos colados na face de sorrisos borboleta

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