EDITORIAL
A TENDÊNCIA
MÍTICA DA MENTIRA TORNADA VERDADE
O
dia 25 de Dezembro foi uma data tirada das
festas dos pagãos nos primórdios da igreja católica, cujos líderes desejavam
incrustar o cristianismo na mente popular. Eles adotaram o dia de adoração ao Sol Invictus comemorado pelos romanos como
sendo o dia de nascimento de seu deus cristão. O dia do Sol Invictus idolatrava o deus persa Mitra.
Foi uma data criada hipoteticamente com festejos
originários das crenças de outros povos não cristãos que tinham muito mais
motivos para comemorar o advento do sol. Em suas terras, quando do solstício de
inverno, no hemisfério norte, o astro-rei era cultuado por trazer luz, calor,
colheitas etc.
O dia 25 de Dezembro, denominado Dia de Natal, é
simplesmente o dia do sol. Mas alguns seres humanos criaram uma propaganda específica para esse dia
com o objetivo de incutir na cabeça dos ingênuos que um deus cristão havia
nascido nessa data e que as pessoas deviam presentear e amar e perdoar e serem
fraternas.
Ora, será apenas em tempo de
festas, de lantejoulas, de estrelinha guia e de fogos de artifícios que homens
e mulheres devem mostrar fraternidade e amor uns a outros? Isso é tendência
mítica introduzida pelo cristianismo nas mentes catequizadas, utilizando a filosofia
do medo e da adoração à morte para alavancar na mente humana um paraíso
inexistente.
Por
paradoxal que pareça, gente que odiou o próximo durante o ano inteiro começa a
dar abraços, presentes, cartões de boas festas para esse mesmo próximo. Todos
ficam cegos no centro do niilismo do mundo moderno, criando uma embalagem
religiosa para a data e extrapolando pelo mundo a hipocrisia mais natural.
Nenhum
deus nasceu no dia 25 de dezembro. O deus cristão é uma imitação muito bem feita
copiada de outros deuses ainda mais antigos e inexistentes. Prove-se o
contrário que mudaremos nossa opinião.
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CARTAS DOS LEITORES
Uma publicação que leva o ser humano a
pensar. Geruza Carvalho – Recife/PE
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Um pequeno jornal feito com grandes ideias e
grandes intelectos. Marcos Antonio de
Oliveira – Salvador/BA
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A linha
editorial do Humanitas é corajosa.
Luta pela verdade com denodo. Nilma
Accioly Lins – Belo Horizonte/MG
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O Humanitas mostra a verdade em primeiro
plano. José Antonio Costa Lima – São
Paulo/SP
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A FRAGILIDADE DO
CRISTIANISMO
Friedrich Nietzsche– Especial para o Humanitas
O cristianismo
tomou o partido de tudo o que é fraco, baixo, incapaz, e transformou em um
ideal a oposição aos instintos de conservação da vida saudável.
E até corrompeu a faculdade daquelas naturezas
intelectualmente poderosas, ensinando que os valores superiores do intelecto
não passam de pecados, desvios, tentações.
O mais lamentável exemplo: a concepção de Pascal, que
julgava estar a sua razão corrompida pelo pecado original; estava corrompida
sim, mas apenas pelo seu cristianismo!
No cristianismo nem a moral nem a religião têm
qualquer ponto de contato com a realidade.
São oferecidas causas puramente imaginárias (deus,
alma, eu, espírito, livre arbítrio – ou mesmo o não-livre) e efeitos puramente
imaginários (pecado, salvação, graça, punição, remissão dos pecados).
Intercurso entre seres imaginários (deus, espíritos,
almas); a história natural imaginária (uma negação total do conceito de causas
naturais); psicologia imaginária
(interpretações equivocadas de sentimentos gerais agradáveis ou desagradáveis,
por exemplo, os estados do nervus
sympathicus com a ajuda da linguagem simbólica da idiossincrasia
moral-religiosa – arrependimento, peso na consciência, tentação do demônio, a
presença de deus); uma teleologia imaginária (o reino de deus, o juízo final, a
vida eterna).
Enquanto o padre, esse negador, caluniador e envenenador
da vida por profissão for aceito como uma variedade de homem superior, não
poderá haver resposta à pergunta: o que é a verdade? A verdade já foi posta de
cabeça para baixo quando o advogado do nada foi confundido com o representante
da verdade.
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