quinta-feira, 26 de novembro de 2015

HUMANITAS Nº 42 – DEZEMBRO DE 2015 – PÁGINA 3

CARTAS DOS LEITORES

"Religiosos" não passam de cafetões da fé. Se Deus existisse esses hipócritas, exploradores, alienadores seriam dizimados, e não arrecadadores de DÍZIMOS dos pobres e inocentes fiéis. Antonio Moraes – São Paulo/SP
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Bom saber que existe uma publicação que gosta de falar a verdade que a Grande Mídia não mostra Carlos Ezequiel Lima – Niterói/RJ
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Acompanho daqui do Rio o esforço do jornalista Rafael Rocha para que o Humanitas não pereça devido ao rolo compressor a que pode ser submetido por querer mostrar a verdade ao mundo. Jorge Oliveira de Almeida – Rio de Janeiro/RJ
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POETA DO MÊS

Talis Andrade é pernambucano da cidade de Limoeiro. Poeta, jornalista e professor. Mora no Recife. Foi diretor de redação em diversos jornais pernambucanos e professor dos cursos de Jornalismo e Relações Publicas da Universidade Católica de Pernambuco. É autor dos livros Esquife Encarnado (1957), Poemas (1975), Cantiga para um Ícone Dourado (1977), O Tocador de Realejo (1979), O Sonhador Adormecido, Vinho Encantado (2004), Os Herdeiros da Rosa, Os Sertões de Dentro e de Fora, Romance do Emparedado (2007), Os Cavalos da Miragem, A Partilha do Corpo (2008) e O Enforcado da Rainha (2011)
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O poeta e o vinho
Rafael Rocha – Recife/PE
Do livro Meio a Meio/1981

É uma coisa bem própria dos poetas
O beber vinho amargo como a vida
E amar a própria vida como um vinho
Na amplidão de todas as mulheres

É uma coisa muito própria dos poetas
Perder as forças em todo amanhecer
Ouvir o silêncio precisando de escuta
Ao sabor do sangue de uvas entre os lábios

Beber a vida é coisa própria de poetas
Escutar pela saliva um aroma puro
De noites amplas onde o vinho é uma música
Que torna um instante de hoje em dois instantes

O poeta é um bêbado que sorve o hoje
Não discute os problemas do amanhã
É uma estrela mergulhada em um cálice
Que a morte beberá após a vida
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Verso que sente
Koló Farias Eduão
Irecê/BA

Eu sou a vida na estrada
e sou a estrada na vida
eu sou a vida e mais nada
na faca que fere a ferida.

Sou a linha do horizonte
nas cores daquele arrebol
sou a luz detrás dos montes
e nas noites eu sou o farol.

Sou sombra pro teu descanso
e o balanço está na rede
se o rio tranquilo é remanso
e o sertão com tanta sede.

A história à minha frente
para outro tempo contar
no conto o meu verso sente
e se sente então vou rimar.
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Absinto
Antonio Carlos Gomes
Guarujá/SP

Nunca tente forçar a utopia.
Não queiras que habite a terra.
Pois,
Ficarás louco como os poetas
Aturdidos pelo ocaso.

Deixe que ela viva ao acaso
Das passagens ligeiras no planeta.
Beba!
Beba aguardente em sua companhia
Ficarás louco como ela
E poderás conversar...
Na linguagem do traçado
estarás com ela,
Verás que estás certo,
(-Todos te acharão errado.)
De longe
Verás pessoas trombando
Achando que é amor...
Cegos!
O amor apenas existe
Num trago de absinto
Acompanhado da utopia.

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