segunda-feira, 29 de maio de 2017

HUMANITAS – Nº 60 – JUNHO DE 2017 – PÁGINA SEIS

A FILOSOFIA DE UM HOMEM CHAMADO CRISTO
Décio Schroeter é escritor e colaborador do Humanitas.  Mora e atua em Porto Alegre/RS

Milhões de pessoas asseguram que a filosofia de Cristo é perfeita e que ele foi o homem mais sábio que já pregou. Assim, vejamos:
“Não resistas ao mal. Se atingido numa face, oferece a outra”.
Há alguma sabedoria, alguma filosofia nisso?
Cristo retira da bondade, da virtude e da verdade, o direito à autodefesa.
O vício se torna dono do mundo, e o bom se torna vítima do infame.
Para ele, nenhum homem tem direito à autodefesa, e de defender sua propriedade, sua esposa e filhos. Governar se torna impossível e o mundo está à mercê dos criminosos. Há algo mais absurdo que isso?
“Ama teus inimigos”.
É possível isso? Será que qualquer ser humano já amou o seu inimigo?
Será que Cristo amou os seus inimigos quando ele os denunciou como hipócritas e víboras?
Não podemos amar aqueles que nos odeiam. Ódio no coração dos outros não semeia amor nos nossos. Não resistir à maldade é absurdo; amar nossos inimigos é impossível.
“Não te preocupes com o sofrimento”.
A ideia é de que Deus toma conta de nós como ele tomava conta dos pardais e dos lírios.
Será que há um menor sentido nessa crença?
Só um louco seguiria esse conselho.
“Não penses que vim trazer a paz para a terra. Não vim para trazer a paz, mas uma espada. Porque eu vim para colocar um homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe".
Se isso é verdade, como o mundo seria melhor se Cristo ficasse fora.
É possível que aquele que disse "Não resistas a ofensas", veio trazendo uma espada?
Aquele que disse "Ama teus inimigos" veio para destruir a paz no mundo? Colocar pai contra filho, e filha contra mãe? Que gloriosa missão!
Ele trouxe uma espada e ela foi molhada por milhares de anos com sangue de inocentes. Em milhares de corações ele semeou a semente do ódio e da vingança. Ele dividiu nações e famílias, apagou a luz da razão, petrificou os corações dos homens.
“E cada um que tenha abandonado sua casa, seus amigos, suas irmãs, ou pai, ou mãe, ou esposa, ou filhos, ou países, em meu nome, receberá cem vezes, e herdará a vida eterna”.
Então? Cristo é um exemplo a ser seguido?
Ele nunca disse uma palavra a favor da educação. Ele nem sequer insinuou nada sobre a ciência. Ele nunca defendeu a indústria, economia e fez qualquer esforço para melhorar nossas condições neste mundo. Ele era inimigo do bem-sucedido e do rico.
Jesus de Nazaré ou Belém nunca se importou com escultura, pintura, música e nenhuma arte. Nunca disse nada sobre obrigações de uma nação para outra nação. Nada sobre os direitos do homem; nada sobre liberdade intelectual ou liberdade de expressão.
Não disse coisa alguma sobre a santidade do lar; nenhuma palavra a favor do casamento, em honra da maternidade.
Ele nunca casou. Vagava sem lar, de lugar em lugar, com uns poucos discípulos. Nenhum parecia engajado em qualquer trabalho que fosse útil e pareciam viver de esmolas.
Todas as ligações humanas eram vistas com desprezo.
Este mundo era sacrificado em favor de um próximo. Todos os esforços humanos eram desencorajados. Nessa filosofia, Deus ajudaria e protegeria.
Por fim, no crepúsculo da vida, Cristo, reconhecendo que se enganara, teria chorado e dito: "Meu Deus, meu Deus! Por que me abandonaste?".
Nós temos consciência de que o homem depende de si mesmo. O homem deve preparar a terra; deve construir sua casa; deve arar e plantar; deve inventar; deve trabalhar com as mãos e com a mente; o homem deve suplantar as dificuldades e obstáculos; deve conquistar e escravizar as forças da natureza de modo que ela faça o trabalho para que o mundo e a raça humana sobrevivam.
Portanto, Cristo nunca existiu! É mais um mito pertencente ao sobrenatural da humanidade!

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