VIDA DEPOIS DA VIDA
Manfred
Grellmann é um autodidata colaborador do Humanitas. Mora em
Camaragibe/PE
Na
minha opinião falar em vida depois da vida é no mínimo um engano ou uma
suposição errada. Vida significa a aglomeração de átomos com suporte das forças
várias do universo, unidos em moléculas, formando um sistema biológico complexo
ambientado em um corpo chamado planeta Terra.
Ora, no sentido contrário, a
desaglomeração, o desmonte do sistema, a desagregação, resultam na morte e
apagam a vida. Vida somente pode ser entendida dessa forma.
O gigantismo do universo, palavra muito
modesta, tem frustrado a procura obsessiva por vida fora da Terra. Pode-se
dizer que ela é muito rara, talvez, ou então é um segredo muito bem guardado e
entre nós há muito tempo vivem seres de outros lugares.
Se eles estiverem macunaimados com o que
não presta aqui da Terra, então os horizontes negros estão quase nos cobrindo.
O simples fato de descobrir “planetas”
novos se limita unicamente a uma informação.
Detalhes, sabe-se lá quantos? O que por lá se passa fica por conta de
especulações e ficção. Isto para a informação mundana, a oculta só os
escolhidos é que sabem!
A escola nos ensina fatos, ao que parece,
cuidadosamente recortados e plantados, politicamente, como verdades sagradas
e, principalmente, quando é de conveniência, que não são poucas!
Na contramão há pesquisadores e, não são
metidos a tal ou, tentando notoriedade e claro, dinheiro, mostrando o que se
chama de outras verdades, achados e descobertas incômodas, muito incômodas.
Muitas dessas descobertas são, no mínimo,
inquietantes. Todo sagrado que foi definido como tal está protegido por
defensores que não gostam de serem contrariados.
O lógico seria pesquisar, mas as verdades
estabelecidas são para seus autores como o término da construção de uma
moradia. Não há mais o que fazer.
Ninguém gosta de entrar na cama e poucos minutos depois quebrar o sono e ter
que sair dela. Dizer que há alguma coisa depois da morte é cientificamente
impossível de provar. Isso dentro do conceito do que é científico.
Por outro lado, dizer que nada acontece
depois, ao que me parece está na equidistância. Afinal, os mistérios do
universo nossa vã filosofia não alcança. A fé não precisa de provas. Ela se
autossustenta.
As duas afirmações são, no fundo, uma
questão de fé, já que a ciência é impotente para provar alguma coisa. Isto
incomoda, pois sempre é preciso haver uma explicação.
O universo tem tantos recursos para existir
e para se regular que, sem a menor dúvida, não conhecemos muito e provavelmente
nunca vamos conhecer tudo. A biologia mostra surpreendentes aspectos da vida,
mas o maior deles é o cérebro. Do que ele é capaz é um outro universo.
Do nosso cérebro podemos saber mais porque
temos a linguagem e a curiosidade. Mas nunca foi possível sentar num banquinho
no curral além de roubar leite da vaca, bater um papo com ela. Só a limitada
observação nos traduz algumas coisas.
Assim mesmo pode ser polêmico, como é o caso
do cachorro: se é ciúme ou não o que ele sente em relação ao seu rival
acariciando sua fêmea ou de que sentimento canino se trata...
Todas religiões falam de um espírito, mas
do que é que está se falando?
O que é espírito?
O termo é empregado para definir vários
aspectos que passam pela fé, mito, expressões e outros. Como lidar com esta
abstração?
A meu ver, o espírito é mais uma rebuscada
impressão e afirmação para lidar com a solidão humana gerada pela capacidade de
raciocinar o que o deixa tão irrequieto e inseguro.
Muitos animais demonstram raciocínio
também, mas longe da sofisticação
humana.
Os animais seguem (sem reclamar) um destino
dado pela natureza.
Aparentemente, eles não têm consciência da
morte. Ou algum tem? Improvável saber.
Afinal, por que se preocupar? O que nos
pode acontecer além de nascer, viver e morrer?
Simplificando: fica-se apavorado ao
vivenciar uma esperada festa só porque se sabe que ela vai terminar?
O fato de não aceitar o “nada é para sempre” faz o ser
humano inventar argumentos que são muito próximos da mentira da qual ele é
mestre PHD.
O medo da morte só é justificável para o
abastado que usou sua vida para empilhar fortuna, gerando miséria e, horror dos
horrores, não poder levar nada e ainda ter que deixar de graça para
alguém!!!
Diante da gigantesca miséria do caráter
humano a morte deve ser encarada com respeito e admiração! Trata-se da suprema
justiça!
Na
vida terrena nada é para sempre!!!
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