segunda-feira, 29 de maio de 2017

HUMANITAS – Nº 60 – JUNHO DE 2017 – PÁGINA CINCO

VIDA DEPOIS DA VIDA
Manfred Grellmann é um autodidata colaborador do Humanitas. Mora em Camaragibe/PE

Na minha opinião falar em vida depois da vida é no mínimo um engano ou uma suposição errada. Vida significa a aglomeração de átomos com suporte das forças várias do universo, unidos em moléculas, formando um sistema biológico complexo ambientado em um corpo chamado planeta Terra.
Ora, no sentido contrário, a desaglomeração, o desmonte do sistema, a desagregação, resultam na morte e apagam a vida. Vida somente pode ser entendida dessa forma.
O gigantismo do universo, palavra muito modesta, tem frustrado a procura obsessiva por vida fora da Terra. Pode-se dizer que ela é muito rara, talvez, ou então é um segredo muito bem guardado e entre nós há muito tempo vivem seres de outros lugares.
Se eles estiverem macunaimados com o que não presta aqui da Terra, então os horizontes negros estão quase nos cobrindo. O simples fato de descobrir “planetas” novos se limita unicamente a uma informação.
Detalhes, sabe-se lá quantos?  O que por lá se passa fica por conta de especulações e ficção. Isto para a informação mundana, a oculta só os escolhidos é que sabem!
A escola nos ensina fatos, ao que parece, cuidadosamente recortados e plantados, politicamente, como verdades  sagradas  e, principalmente, quando é de conveniência, que não são poucas!
Na contramão há pesquisadores e, não são metidos a tal ou, tentando notoriedade e claro, dinheiro, mostrando o que se chama de outras verdades, achados e descobertas incômodas, muito incômodas.
Muitas dessas descobertas são, no mínimo, inquietantes. Todo sagrado que foi definido como tal está protegido por defensores que não gostam de serem contrariados.
O lógico seria pesquisar, mas as verdades estabelecidas são para seus autores como o término da construção de uma moradia.  Não há mais o que fazer. Ninguém gosta de entrar na cama e poucos minutos depois quebrar o sono e ter que sair dela. Dizer que há alguma coisa depois da morte é cientificamente impossível de provar. Isso dentro do conceito do que é científico.
Por outro lado, dizer que nada acontece depois, ao que me parece está na equidistância. Afinal, os mistérios do universo nossa vã filosofia não alcança. A fé não precisa de provas. Ela se autossustenta.
As duas afirmações são, no fundo, uma questão de fé, já que a ciência é impotente para provar alguma coisa. Isto incomoda, pois sempre é preciso haver uma explicação.
O universo tem tantos recursos para existir e para se regular que, sem a menor dúvida, não conhecemos muito e provavelmente nunca vamos conhecer tudo. A biologia mostra surpreendentes aspectos da vida, mas o maior deles é o cérebro. Do que ele é capaz é um outro universo.
Do nosso cérebro podemos saber mais porque temos a linguagem e a curiosidade. Mas nunca foi possível sentar num banquinho no curral além de roubar leite da vaca, bater um papo com ela. Só a limitada observação nos traduz algumas coisas.
Assim mesmo pode ser polêmico, como é o caso do cachorro: se é ciúme ou não o que ele sente em relação ao seu rival acariciando sua fêmea ou de que sentimento canino se trata...
Todas religiões falam de um espírito, mas do que é que está se  falando?
O que é espírito?
O termo é empregado para definir vários aspectos que passam pela fé, mito, expressões e outros. Como lidar com esta abstração?
A meu ver, o espírito é mais uma rebuscada impressão e afirmação para lidar com a solidão humana gerada pela capacidade de raciocinar o que o deixa tão irrequieto e inseguro.
Muitos animais demonstram raciocínio também, mas longe da  sofisticação humana.
Os animais seguem (sem reclamar) um destino dado pela natureza.
Aparentemente, eles não têm consciência da morte. Ou algum tem? Improvável saber.
Afinal, por que se preocupar? O que nos pode acontecer além de nascer, viver e morrer?
Simplificando: fica-se apavorado ao vivenciar uma esperada festa só porque se sabe que ela vai terminar?
O fato de não aceitar o “nada é para sempre” faz o ser humano inventar argumentos que são muito próximos da mentira da qual ele é mestre PHD.
O medo da morte só é justificável para o abastado que usou sua vida para empilhar fortuna, gerando miséria e, horror dos horrores, não poder levar nada e ainda ter que deixar de graça para alguém!!!
Diante da gigantesca miséria do caráter humano a morte deve ser encarada com respeito e admiração! Trata-se da suprema justiça!
Na vida terrena nada é  para sempre!!!

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